OSG na Flip: presença infantil e vanguardismo de Leminski marcam 23ª edição de festival literário em Paraty
34 mil pessoas passaram pelo evento literário, que chegou ao fim neste domingo (03)

Chegou ao fim, neste domingo (03), a 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. Ao longo de cinco dias, mais de 34 mil pessoas passaram pelas ruas do Centro Histórico do município no litoral fluminense para prestigiar o evento, que reuniu cerca de 560 atividades culturais - somando programação oficial e eventos paralelos em casas parceiras do festival.
As formas de produção de conhecimento e o prazer de ler foram, como de costume, o coração de toda a celebração promovida pelo evento, como destacou o diretor artístico e co-fundador da Flip, Mauro Munhoz.
Acompanhe nossa cobertura da Flip 2025:
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“É incrível esse DNA da Flip de colocar essa dimensão da literatura numa chave de prazer, de fruição, que acho que é uma coisa fundamental para a gente enfrentar os desafios da perda, por exemplo, de postos de trabalho pela inteligência artificial”, afirmou Mauro, em coletiva de imprensa realizada após o festival.

Um dos destaques da programação deste ano foi o aumento de atividades voltadas para o público jovem e infantil, através das áreas Flipinha e FlipZona, ambas coordenadas pelo núcleo do evento voltado para iniciativas educativas. Belita Cerbelli, responsável pelo núcleo FlipEduca, comemorou o aumento no número de jovens participantes das atividades.
“Flipinha e FlipZona estão crescendo. A presença da literatura para as infâncias está crescendo. E eu espero que não só a Flipzona cresça, mas nos vários eventos literários no Brasil também”, disse Belita. Os responsáveis e pais de crianças aprovaram as novidades. O turista Jodi Cavalcante, que veio de São Paulo com os dois filhos para participar do festival, disse que os pequenos saíram satisfeitos com a programação infantil.

“A gente entende que, para as crianças, esse contato com a literatura, toda essa ambiência, estimula muito o subjetivo, o lúdico. Finalmente eles deram uma valorização muito grande para a Flipinha”, disse Jodi.
Outro elemento que marcou a Flip 2025 foi a celebração da obra de Paulo Leminski, autor homenageado da edição. O poeta curitibano, conhecido pela mistura entre referências eruditas e populares em sua obra, ditou o tom da programação. A curadora da edição, Ana Lima Cecílio, acredita que a grade de eventos acabou refletindo a ideia de “caprichos e relaxos” que dá nome a um dos trabalhos mais famosos de Leminski.

“Acho que a gente teve um equilíbrio entre a alegria, o humor, a diversão, a beleza e a celebração da literatura - que é o relaxo - e o capricho, no sentido da seriedade, da importância de trazer temas fundamentais, de falar sobre o mundo e sobre os problemas. Acho que teve esse equilíbrio de capricho e relaxo, que é uma coisa que o Leminski deu o norte”, reforçou a curadora.
A Flip 2026 já está confirmada e deve voltar a acontecer no período de inverno, mas ainda não tem data ou curadoria anunciadas.