OSG na Flip: Autores de São Gonçalo e Niterói representam literatura periférica em Paraty
Além de mesas e eventos, Festa Literária Internacional de Paraty também funciona como espaço de contato entre leitores e autores de editoras independentes

Além da participação de grandes personalidades e dos mais de 500 eventos ligados ao festival espalhados pela cidade, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) é, acima de tudo, um espaço para que autores e editoras independentes encontrem novos leitores. O festival literário, que acontece até este domingo (03), funciona como uma espécie de vitrine para autores menos conhecidos e de regiões periféricas - como é o caso de São Gonçalo e Niterói.
Autores emergentes ou experientes da Região Metropolitana aproveitam a visita para vender seus livros em contato direto com o público, como é o caso da escritora e professora Patrícia Schunk, de São Gonçalo. Autora de primeira viagem, ela trouxe seu livro infantil, ‘Descobrindo a Cor de Dentro’ e ficou encantada com o espaço de celebração cultural que encontrou no evento.
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“É uma emoção muito grande. A gente sai da nossa cidade, onde a gente tenta expandir o nosso material para as pessoas, e traz aqui para uma outra cidade mais distante e encontra toda essa festa preparada para receber os autores. Eu acredito que seja um espaço democrático para a gente poder expor o nosso material e levar mensagem para outras pessoas”, afirma Patrícia.

Esse espaço democrático é crucial para que uma literatura produzida em regiões periféricas encontre um novo público. O diferencial da Flip é permitir que esse processo aconteça através de uma interação orgânica entre autor e leitor, como destaca o editor Celso Possas Junior, responsável pela Editora Itapuca, de Niterói.
“Os eventos presenciais como a Flip são exatamente a oportunidade do contato direto entre leitores e autores desconhecidos - sejam eles independentes ou de pequenas e médias editoras. Isso acontece muito aqui. É uma oportunidade muito bacana de os leitores, inclusive, verem livros que nem sempre estão disponíveis nas livrarias”, explica.

Mais do que apenas vender livros, essa possibilidade de contato com quem lê é também uma forma de expandir as redes de produção de cultura para outros espaços para além dos megaeventos, como destaca a psicóloga e escritora Sol de Paula. Autora do livro “Sol em Pequenas Doses”, a niteroiense acredita que a participação do evento pode ajudar a levar essa força da literatura independente para mais espaços.

“Eu sou cria do Fonseca, em Niterói, e faço um trabalho em relação à palavra enquanto revolução na minha cidade para além do meu território. E aí chegar à Flip também tem essa característica de levar palavras para todos os espaços. Estar em Paraty significa também a necessidade e a vontade de criar espaços de cultura e conhecimento real todos os dias e em todos os lugares”, completa a autora.
A Flip acontece até o próximo domingo (03). A entrada nos eventos da programação oficial é gratuita.