Berços da cultura em Niterói e São Gonçalo: conheça as histórias dos teatros da região
OSG preparou duas reportagens para contar as histórias de teatros e espaços alternativos que contribuem efetivamente para o desenvolvimento cultural da população local; Confira

O teatro desempenha um papel crucial para o desenvolvimento cultural e social de diversas cidades - como é o caso de Niterói e São Gonçalo - oferecendo espaços de expressão artística, reflexão e entretenimento, além de promover a interação entre artistas e público.
Em Niterói, o Teatro Municipal João Caetano, conhecido como Theatro Municipal de Niterói, é um dos importantes marcos históricos e culturais da cidade, enquanto São Gonçalo inaugurou há 4 anos seu Teatro Municipal, também visando fortalecer a cena artística local. Ambos os espaços, e o teatro em geral, contribuem para o desenvolvimento cultural da população, visto que a principal vocação do teatro é [ou deveria ser] garantir a democratização do acesso à cultura para toda a população.
De acordo com Angela de Castro Reis, Doutora em Teatro pela Unirio; Pós-Doutora pela Universidade de Aveiro (Portugal) e Professora Titular Aposentada da Escola de Teatro da UNIRIO, as obras artísticas são fundamentais para a educação sensível, para que as pessoas possam sair da dureza da vida cotidiana/material e possam mergulhar no imaginário e na sensibilidade.
"Os teatros como locais de apresentação de obras culturais (teatro, música, dança, ópera e muito mais), são fundamentais para que as pessoas possam refletir e expressar opiniões e impressões não apenas acerca do mundo em que vivemos como principalmente sobre os mundos em que queremos viver", afirmou Angela de Castro Reis.
"No passado, quando não havia muitas outras opções de entretenimento, era nos teatros que as pessoas se encontravam, vendo e sendo vistas: via-se as modas, flertava-se, fazia-se contatos políticos e de negócios, etc. Os teatros eram os locais onde os reis ou imperadores anunciavam medidas políticas à população ou onde se fazia campanhas abolicionistas, por exemplo (muitos artistas de teatro engajaram-se nessa causa no século XIX, destinando a renda de seus espetáculos para a alforria de escravizados). Então, não há dúvida de que os edifícios teatrais são espaços de socialização poderosíssimos, tendo uma importância que vai além da fruição de espetáculos. E, sendo assim, oferecer esses espaços para o povo é de uma importância enorme. Cultura é um direito que precisa ser defendido, e a existência de edifícios teatrais precisa ser defendida", completou a Doutora em Teatro.
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E para enfatizar o valor cultural destes espaços, berços da arte e da cultura, O SÃO GONÇALO preparou duas reportagens para contar sobre as relevantes histórias dos teatros que estão, atualmente, em funcionamento em Niterói e São Gonçalo, além de espaços alternativos que também contribuem efetivamente para o desenvolvimento cultural da população local.
Nesta primeira reportagem, conheça a história de cinco teatros e dois espaços alternativos de cultura, localizados na cidade de Niterói.
- Teatro Popular Oscar Niemeyer
"Um teatro popular é um teatro com a participação do povo, para o povo. Um lugar para se plantar o novo". É assim que Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna, entendia como o verdadeiro significado do teatro popular.
Localizado às margens da Baía de Guanabara, no centro da cidade de Niterói, o Teatro Popular Oscar Niemeyer integra o chamado "Caminho Niemeyer" [conjunto de construções de autoria do arquiteto]. O teatro é uma grande cobertura curva com 3,5 mil metros quadrados, dividindo-se em dois pisos: térreo e superior. O espaço, inaugurado em 2007, inclui um auditório para 446 pessoas, foyer [área de recepção e convivência] e palco reversível, que pode ser aberto para a praça, permitindo que espetáculos ao ar livre sejam realizados para até 10.000 pessoas.
"O acesso a este teatro é feito por uma extensa rampa, que como um passeio na arquitetura, vai mostrando aos visitantes a forma nova e surpreendente que ele apresenta. Além da plateia prevista para 500 indivíduos, a parede de fundo do palco pode abrir-se inteiramente, permitindo que o espetáculo possa ser visto, do exterior, por mais de 10.000 pessoas. A nossa preocupação de ligar a arquitetura com as artes plásticas prevaleceu neste projeto. No hall de entrada, é um enorme croqui mostrando o povo a se manifestar em defesa de seus direitos tantas vezes esquecidos. Externamente, na fachada principal, são mulheres a dançar, alegres, sobre os azulejos amarelos.", explicou, na época, o arquiteto Oscar Niemeyer.
Levando arte e cultura para a cidade, o Teatro Popular de Niterói confunde inevitavelmente sua história com a do complexo de obras arquitetônicas projetado por Oscar Niemeyer, do qual o Teatro faz parte.

História
Em 1999, três anos após a inauguração do Museu de Arte Contemporânea (MAC), obra que ajudou a projetar Niterói internacionalmente, o arquiteto Oscar Niemeyer apresentava a maquete do denominado "Caminho Niemeyer", que seria construído pelo próprio arquiteto, incluindo a sede da Fundação Niemeyer e, finalmente, um teatro, um "teatro popular", como ele mesmo reforçava.
Em fevereiro de 2003, o arquiteto realizou uma nova vistoria e se mostrou bastante satisfeito com o andamento das obras. Na ocasião, escolheu, entre duas, a tela pintada pelo restaurador Claudio Valério que ilustraria o Centro de Memórias. A tela, de 10,7 metros, retrata o ex-governador Roberto Silveira sendo recebido pelo operariado do interior fluminense.
No mês seguinte toda a estrutura do teatro já havia sido concretada, e em outubro de 2004, o painel cerâmico de autoria do arquiteto já enfeitava a fachada principal do teatro. O trabalho foi concebido em duas partes e mede ao todo 385 metros quadrados, revelando o desenho de uma dançarina performando em três movimentos, feito à mão livre por Niemeyer e posteriormente reproduzido em tamanho gigante.
O arquiteto ainda entregou, em julho de 2005, o projeto gráfico de um outro painel, de 4 metros de altura por 40 de comprimento, para ilustrar o foyer superior do Teatro. Um grande número pessoas estampa o quadro gigante que seria confeccionado também em azulejos. O acesso do público ao teatro se dá por meio da escada interna ou pela rampa, por onde se chega a este foyer de 580 m².
Tendo como principal vocação garantir a democratização do acesso à cultura para toda a população niteroiense, O Teatro Popular Oscar Niemeyer, inaugurado em 5 de abril de 2007 [marcando a sexta obra do arquiteto na cidade de Niterói], ofereceu, nos últimos anos, 98% das suas atividades de forma gratuita. Em quatro anos, de 2017 até 2020, houve um crescimento de público de mais de 100%. No mesmo período, mais de 700 atrações foram realizadas ali.









- Theatro Municipal de Niterói
Localizado na Rua Quinze de Novembro, 35, no Centro de Niterói e considerado a "joia arquitetônica" da cidade de Niterói, o Teatro João Caetano, mais conhecido como Theatro Municipal de Niterói, é um marco cultural e histórico da cidade, sobrevivendo a desafios e diversas reformas para se manter vivo e extremamente relevante até os dias atuais.
Construído no século XIX, o espaço passou por inúmeras reformas e melhorias ao longo dos anos, sendo, em 1995, reinaugurado após um processo de restauração.
O local também viveu momentos de glória recebendo espetáculos renomados e figuras ilustres como D. Pedro II, continuando, até os dias de hoje, a ser um símbolo de resistência e dedicação à arte e cultura na cidade.

História
A história do Theatro Municipal tem início em 1827, em um momento em que, no local, funcionava uma pequena casa de espetáculos. Em 1833, o casarão do século XIX recebeu a estreia da Companhia Nacional Dramática, da qual fazia parte João Caetano dos Santos [ator, diretor e empresário]. Para diversos historiadores, esse momento marca o nascimento do teatro brasileiro, por sua composição e produção teatral nacionais.
Em 1842, João Caetano adquiriu o teatro a título de concessão e o rebatizou como Teatro Santa Tereza, em homenagem à futura imperatriz brasileira Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. O ator ficou à frente do teatro, restaurou a casa e desenvolveu diversas atividades culturais, até seu falecimento, em 1863.
Foi quando em 1900, a Câmara Municipal de Niterói deu ao espaço o nome de Theatro Municipal João Caetano, em homenagem ao artista que estava a frente de seu tempo. O prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1990.
Em 1991 a Prefeitura de Niterói iniciou uma grande obra de restauração [sob responsabilidade do pintor e restaurador Cláudio Valério Teixeira] para a recuperação da riqueza arquitetônica e patrimonial do teatro. O trabalho foi considerado um dos mais completos de restauração na história do patrimônio cultural brasileiro, terminando apenas em 1995, tamanha a complexidade da atividade.
Neste ano, especificamente no dia 19 de dezembro de 1995, as cortinas do palco foram reabertas em uma solenidade de inauguração, que contou com a apresentação da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói, com figurinos da renomada carnavalesca Rosa Magalhães. O teatro foi devolvido à população niteroiense com uma infraestrutura de alta qualidade. O conceituado paisagista Roberto Burle Marx assumiu a missão de pintar o pano de boca [grande cortina que separa o palco da plateia] do teatro, o que foi feito com maestria.
O teatro nos dias atuais
O teatro, que abrigou inúmeras instituições culturais e artísticas, como o Teatro de Ópera de Niterói; Academia Fluminense de Literatura e a Orquestra Symphonica Fluminense; recebeu grandes nomes das artes cênicas e da música, desde Fernanda Montenegro até Tim Maia e foi palco de inesquecíveis apresentações de Heitor Villa Lobos; Pixinguinha; Cauby Peixoto; Bia Bedran.; Gilberto Gil, Zélia Duncan, e Tim Maia [que realizou no espaço, em 7 de março de 1998, a sua última apresentação antes de falecer], segue, até hoje, sendo uma potência turística de Niterói, oferecendo diversas atividades para a população. Peças, recitais, festivais, visita guiada, atividades para o público infantil, visita educativa, espetáculos musicais e performances ocupam o palco do casarão histórico.


- Teatro do Sesc Niterói
O Teatro do SESC Niterói, localizado na Rua Padre Anchieta, 56, no bairro São Domingos, é um espaço dedicado à cultura, educação e lazer, com uma programação diversificada. Criado em 1946, o O SESC (Serviço Social do Comércio) tem como objetivo promover ações que beneficiem trabalhadores do comércio e seus familiares, oferecendo atividades culturais, esportivas, educacionais e de lazer.
O Teatro do SESC Niterói, em particular, é um local onde são apresentados espetáculos de teatro, música e dança. Sendo considerado um dos pilares dos serviços oferecidos pelo SESC, o teatro busca proporcionar ao público um encontro com grandes artistas, espetáculos acessíveis e de qualidade.

História
A história do Teatro do SESC Niterói está ligada à trajetória do próprio SESC no Rio de Janeiro, inaugurado em 1946, com a abertura da sua primeira unidade, o Sesc Engenho de Dentro. Com foco na promoção da cultura, educação e lazer, o SESC Niterói, como unidade, integra a rede do Serviço Social do Comércio, que tem como objetivo oferecer serviços e atividades diversificadas à sua comunidade. O teatro, em particular, destaca-se por, além de sediar espetáculos, também promover oficinas, palestras e atividades educativas.
Em resumo, o Teatro do SESC Niterói faz parte de um projeto maior de atuação social e cultural do SESC, que busca oferecer acesso à cultura e lazer para a comunidade, com uma programação diversificada e atividades educativas.


- Teatro Eduardo Kraichete
O Teatro Eduardo Kraichete, localizado na Avenida Roberto Silveira, 123, em Icaraí, Niterói, foi inaugurado em maio de 2006, após uma reforma completa no espaço. O nome do teatro homenageia o médico Eduardo Chead Kraichete, membro-fundador da Academia Fluminense de Medicina, instituição que mantém o espaço cultural. O projeto arquitetônico, que foi realizado por Marcelo Reis, destaca o interior do teatro nas cores preto e roxo.
O Teatro, que tem capacidade para 330 lugares, faz parte do Espaço Cultural AMF/Unimed, mantido pela Associação Médica Fluminense (AMF) e a empresa Unimed.
História
O nome do teatro é uma referência ao médico Eduardo Chead Kraichete. Nascido em 5 de agosto de 1913, na cidade de Salvador, o profissional faleceu repentinamente em Niterói em 30 de agosto de 1983. Ele colaborou na construção da então Casa do Médico, cujo teatro posteriormente veio a receber seu nome.
Formado pela Faculdade de Medicina de Salvador, Eduardo Kraichette mudou-se para o Rio de Janeiro e se especializou em cardiologia. Posteriormente, começou a atuar no Hospital Público da cidade de São Gonçalo. Também foi cardiologista no antigo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI).
Durante o governo de Togo Póvoa de Barros no Estado do Rio de Janeiro, Kraichette foi Secretário Estadual de Saúde entre 1958 a janeiro de 1959. Ele também ocupou a presidência da Associação Médica Fluminense por duas vezes consecutivas, entre 1958 e 1964.
Em 1970 recebeu da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro o título de Cidadão Fluminense.
A história do Teatro reflete a valorização da memória e do legado de Eduardo Kraichete, fortalecendo a cena cultural de Niterói, promovendo o acesso à arte e incentivando a produção cultural local.
Em resumo, o Teatro Eduardo Kraichete é um patrimônio cultural de Niterói, fundamental para a promoção da arte, entretenimento e formação de público na cidade. Com acústica de excelência e instalações confortáveis, o teatro proporciona uma experiência agradável para o público e artistas, oferecendo ainda uma variedade de espetáculos, incluindo peças teatrais, shows musicais e eventos culturais, atraindo públicos de diferentes faixas etárias e interesses.


- Teatro GayLussac
Localizado na Rua Coronel João Brandão, 87, no bairro São Francisco, em Niterói, o Teatro GayLussac carrega, há 45 anos, o compromisso com a arte e cultura para a população da cidade.
Inaugurado em 5 de setembro de 1980, com a presença do humorista e ator Chico Anysio, o espaço foi criado, orginalmente, com o objetivo de ser voltado a eventos e espetáculos do Instituto GayLussac. Porém, em 2004, foi ampliado e passou a receber produções também do Rio de Janeiro e São Paulo, além de eventos para o público em geral.
História
Com 45 anos de história, o espaço se tornou, ao longo dos últimos anos, um importante ambiente artístico do município, com relevantes produções culturais. O local, que passou por reformas de modernização, hoje conta com instalações e equipamentos de última geração.
Inaugurado em 1980, o Teatro GayLussac é tradição na cultura niteroiense. O espaço conta com o Alegretto [grupo de fantoches existente há mais 40 anos, formado por quatro artistas do Instituto GayLussac, que misturam educação e encenação]. Além disso, o palco do teatro também já recebeu grandes nomes da cultura brasileira como o humorista Chico Anysio, os atores Zezé Polessa e Amaury Lorenzo, e os integrantes do grupo de humor "Casseta & Planeta".
Em 2024, o teatro, que passou por novas obras de revitalização, abriu suas portas para o público externo com a peça "Migrantes" [adaptação do livro homônimo da ilustradora Issa Watanabe, que conta uma história sensível e carregada de memórias afetivas que mergulha na trajetória e nas dificuldades de uma família que se vê obrigada a imigrar].
No local também já passaram as primeiras edições do Festival de Teatro Musical de Niterói, e os espetáculos produzidos e dirigidos por renomados nomes do cenário artístico brasileiro, como Lúcia Cerrone, Carlos Adib, Marcello Caridade, entre outros.


Festival de Teatro Musical de Niterói
Pensando em democratizar o acesso a produções artísticas e atividades formativas, o Teatro GayLussac recebeu, entre os dias 25 e 29 de julho de 2022, o 1º Festival de Teatro Musical de Niterói, que surgiu como uma nova proposta cultural na cidade. O foco era colocar Niterói no circuito de produções de teatro musical, com oficinas, palestras e apresentações teatrais direcionadas a coletivos, grupos e companhias teatrais de todo o país. O evento foi aberto com a peça "Um conto de fado padrinho", premiada pelo Prêmio Zilka Salaberry como melhor espetáculo infantil da cidade e melhor direção musical.
O 2º Festival de Teatro Musical de Niterói, realizado entre os dias 24 e 28 de julho de 2023 no Theatro GayLussac, teve entrada gratuita e contou com uma programação diversificada, incluindo espetáculos como "Raulzito Beleza", "Charles Aznavour - Um Romance Inventado", "O Meu Sangue Ferve Por Você" e "Gabriel Só Quer Ser Ele Mesmo". Além das apresentações, o festival ofereceu oficinas de criação de personagens e de estudo de canções.

Estrutura e bilheteria do teatro
O Teatro GayLussac possui capacidade para 200 lugares, além de 4 lugares reservados para PCD. O acesso para o público PCD é realizado através de cadeira motorizada.
Todas as dependências do teatro [divididas em foyer, cabine, plateia e camarim] possuem ar-condicionado. O espaço também disponibiliza dois indicadores para os dias de espetáculo que serão responsáveis pela leitura dos ingressos e auxílio do público na localização dos assentos.
O Teatro GayLussac possui administração de bilheteria através da plataforma digital Sympla. Para comprar ingressos para o Teatro GayLussac, você pode acessar o site Sympla ou o perfil do teatro no Instagram para verificar a programação e comprar online. Alternativamente, alguns eventos podem ter a venda de ingressos realizada diretamente na bilheteria do teatro.
Espaços alternativos culturais
Ainda que se entenda a importância dos teatros tradicionais como centros de disseminação de cultura para a população de uma determinada região, vale ressaltar o surgimento de locais como galpões, clubes recreativos, armazéns, bares, e até mesmo espaços ao ar livre, que estão sendo ocupados por artistas e produtores para criar experiências únicas e acessíveis.
Ainda que não funcionem como teatros em sua essência, estes locais tem aberto espaço para a produção de espetáculos, abrindo ainda mais o "leque" de opções culturais para a população.
Um exemplo é o Praia Clube São Francisco, clube recreativo e social localizado no bairro de São Francisco, em Niterói, que oferece diversas opções de lazer, atividades esportivas, eventos sociais e espaço para convivência familiar, além de ser conhecido como um clube com uma longa história e tradição na cidade, sendo um ponto de encontro para os niteroienses e associados.

Fundado em 1959, às margens da Baía de Guanabara, o Praia Clube São Francisco nasceu com o objetivo de ser um clube social e náutico. Mas, ao longo de sua história, tornou-se um importante espaço de lazer na cidade. O clube, que começou com uma área de 65 mil metros quadrados, ampliou-se para os atuais 227 mil metros quadrados.
Aberto de terça a sábado, das 8h às 22h, e domingos e feriados, das 8h às 20h, o espaço também é conhecido por promover eventos que celebram diferentes datas e estilos musicais, integrando lazer e cultura para seus associados e comunidade. Recentemente, o clube sediou um "Arraiá Praiano" com forró e comidas típicas, além de um show especial de Paulo Ricardo para comemorar os 67 anos do clube. Há também eventos como a festa "Geração 80", que resgata os clássicos dos anos 80, e a "Feijoada da Alegria", com shows de samba e feijoada completa. O Praia Clube São Francisco também oferece uma colônia de férias para crianças e promove eventos esportivos, como a escolinha de futebol.
Em agosto, o Praia Clube, que tem, cada vez mais, se disponibilizado a ser palco de cultura para a população niteroiense, recebe um espetáculo musical que se popularizou através do YouTube e plataformas de streaming - o "Lance de Escola".
O projeto musical e teatral brasileiro, focado em histórias contadas através de novelas musicais e clipes, com foco no público jovem, especialmente a geração alpha, e que tem como personagens principais Kysha e Mine, chega a cidade de Niterói, mais especificamente ao Praia Clube São Francisco, em 30 de agosto.



E, também compondo estes espaços alternativos culturais da cidade, estão os espaços públicos, como o Campo de São Bento, localizado no coração da cidade de Niterói, que funciona não só como palco de cultura, como também de divulgação da mesma, através de suas feiras de artesanato, eventos culturais e espaço de lazer que promove a interação social e a valorização do patrimônio histórico e natural da cidade.
O local, que surgiu a partir de terras adquiridas pelo Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro em 1697, era inicialmente utilizado para descanso do gado, passando por diversas transformações ao longo dos séculos. O espaço, que foi urbanizado em 1908 pelo arquiteto paisagista belga Arsène Puttemans, ganhando o nome de Parque Prefeito Ferraz, foi transformado em um jardim público, seguindo os padrões do paisagismo romântico da época.
O parque foi tombado pela Prefeitura de Niterói em 1990, reconhecendo sua importância histórica e cultural e abrigando eventos, feiras de artesanato, atividades culturais diversas, como apresentações musicais, teatrais e outras manifestações artísticas, enriquecendo a oferta cultural da cidade e proporcionando acesso à cultura para a população.



Impacto cultural
Atuando diretamente na promoção do desenvolvimento social, cultural e individual das pessoas, os espaços culturais são de extrema importância para a população, pois desempenham um papel fundamental no acesso à cultura, à informação e à interação entre diferentes grupos, além de contribuírem para a formação da identidade e para a promoção do bem-estar.
Sejam teatros tradicionais ou espaços alternativos culturais, o importante é proporcionar à população ambientes onde o impacto da cultura possa ser sentido por uma pessoa de maneira efetiva, moldando sua identidade, comportamentos e visão de mundo.
Na próxima reportagem, O SÃO GONÇALO apresenta a história de outros quatro teatros e dois espaços alternativos da região. Não deixe de conferir.