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Velvet Sundown confirma que é feita por Inteligência Artificial e reacende debate sobre uso da tecnologia na indústria musical

Banda movimentou o mercado musical no mundo e angariou milhões de fãs levantando questionamentos sobre utilização da ferramenta no setor

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 07 de julho de 2025 - 12:28
Velvet Sundown
Velvet Sundown -

Na última semana um assunto dominou o noticiário devido à grande repercussão no meio musical: uma banda, sem integrantes, sem instrumentos, e sem shows programados, lançou dois álbuns em menos de dois meses. 

Com sonoridade roqueira capaz de deprimir grandes artistas mundo afora tamanha a qualidade do material, a banda Velvet Sundown ganhou o mundo e já ultrapassa mais de 1,1 milhão de ouvintes em uma plataforma digital.A confirmação de que se trata de uma obra criada por inteligência artificial foi feita pela Deezer, por meio do seu novo sistema de identificação de conteúdo gerado por IA — o primeiro do mercado voltado para o streaming de música.

Em uma nova atualização no Spotify, a banda revelou que se trata de uma criação feita por Inteligência Artificial, validando a suspeita de milhões de fãs ao redor do mundo."

“The Velvet Sundown é um projeto musical sintético guiado por direção criativa humana e composto, interpretado e visualizado com o apoio de inteligência artificial”, diz o texto.


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Já realidade, a tecnologia não para de evoluir e está cada vez mais presente no dia a dia de diversos segmentos, entre eles o da indústria musical.

Desde os tempos do vinil, a forma como o público consome música mudou drasticamente nos últimos anos. Atualmente, lançamentos são feitos exclusivamente dentro das plataformas, e a tecnologia atua escolhendo desde as preferências dos ouvintes, até artistas similares e novas bandas.

Mas quais os riscos que o avanço dessas novas ferramentas e a criação exclusivamente digital da banda Velvet Sundown podem trazer?

Para o cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e professor carioca, Serggio Torres, a criação de uma banda exclusivamente por IA vai além do debate e fala das consequências que lançamentos assim podem trazer dentro do contexto emocional e social aliados com a tecnologia.

Serggio Torres
Serggio Torres |  Foto: Divulgação

“A IA precisa ser alimentada e ter fontes verdadeiras para ter uma referência, e na música é a mesma coisa. O que não quer dizer que ela estará na medida ideal de sentimento. Como compositor e produtor musical, gosto de colocar a mão, sentir mesmo. Se não a música vira um mecanismo em que você não tem nem mais raciocínio. Isso é arte?”, questiona Torres.

O músico diz ainda que a indústria musical já se utiliza da tecnologia em diversas produções, mas que o ideal é sempre prezar pelo compromisso humano e social, sem deixar com que a capacidade emocional se perca no processo.

“Na parte técnica ela atende a demanda, e não vem de agora, vem de muito tempo atrás e estão cada vez mais realistas. Pode ser como uma bengala, pra pensar menos, se cansar menos. Qual a perda que a gente tem enquanto ser social em se apoiar 100% na tecnologia? Ela é necessária, mas ela não pode substituir a capacidade de raciocínio ou pelo menos não deveria", pondera.

O assunto IA e música não é novo, gerando inúmeros debates ao longo do tempo. Desde o auto-tune, quando foi criado em 1996 como recurso de voz e correção da afinação, até as batidas eletrônicas e efeitos sonoros nascidos em estúdios, muitos artistas passaram a utilizar as novas ferramentas, dando nova roupagem e texturas em sonoridades, com o objetivo de criar novos conceitos e experiências para o público.

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