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Ameaçado por rivais e caçado pela PM, traficante Grisalho foge e cobra taxas de motoristas de vans

Motorista que desobedece a ordem tem o veículo furtado e desmanchado

Escrito por Redação | 27 de maio de 2020 - 21:34

Por Alan Emiliano

Visto como uma das lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP) em São Gonçalo, o traficante Carlos Eduardo Monteiro Barros, o Grisalho, atravessou a Ponte Rio-Niterói e estaria utilizando uma tática bastante conhecida nas áreas em que ele controlava na Região Metropolitana: a extorsão de motoristas de vans em troca da livre passagem pelas comunidades de "sua posse". O alvo da vez é a comunidade do Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro, usada pelo criminoso para fugir das ameaças do Comando Vermelho e de constantes operações da Polícia Militar no Complexo da Alma, seu antigo reduto. 

De acordo com informações do interior da localidade localizada na Zona Norte do Rio, a cobrança é feita todas às segundas-feiras, entre 12h e 15h por moto-taxistas, que ficam próximo ao ponto das vans, localizado nos arredores de prédios amarelos conhecidos como prédios do Muquiço, com acesso pela Estrada do Camboatá. Cada motorista tem que pagar o valor de R$ 50 por semana ao tráfico local. Caso isso não ocorra, o tráfico rouba o carro, leva para o interior da localidade e desmonta o veículo. 

Em janeiro do ano passado, a equipe de reportagem de OSG denunciou, com exclusividade, a tática utilizada por Grisalho no Vila Três, em São Gonçalo. Na época, o traficante ainda pertencia ao Comando Vermelho (CV) e comandava inúmeras localidades de São Gonçalo, como Miriambi, Caixa d´água, Cafuca, Monte Formoso, Meia Noite, Buraco Quente, Parada São Jorge, Barracão, Santa Izabel, Anaia e Bichinho. O tráfico local lucrava, na epóca, cerca de R$ 1,5 mil por semana aos motoristas de vans que passavam pelo Vila Três. 

Somente com o pagamento do pedágio, os motoristas teriam permissão para passar pelas ruas Nestor Pinto Alves, Januário Barbosa e Agostinho Félix Vieira. Com a cobrança da ‘tarifa’, o tráfico do Complexo do Miriambi lucrava R$ 6 mil no mês.

Questionada sobre a tática do criminoso e se investiga a extorsão de comerciantes, a Polícia Civil não respondeu a demanda enviada sobre o tema. 

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