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Marido mata mulher na frente da filha de 10 anos em Maricá

Vítima foi assassinada com um tiro na cabeça

Escrito por Redação | 19 de março de 2019 - 07:25

Por Renata Sena

“Na semana passada uma irmã da igreja me avisou que Deus mandava ela sair de casa. Deus revelou que se ela não deixasse esse homem, ele iria matá-la. Mas ela não agiu a tempo. Agora esse homem matou minha filha e destruiu minha família”. As palavras emocionadas são de uma rodoviária desempregada, de 59 anos, que, na manhã de ontem, aguardava a liberação do corpo da filha, no Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói.

A vítima, a filha dela Hosana Brito de Souza, de 40 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça, na noite do último domingo, dentro de sua casa, em São José do Imbassaí, em Maricá. O acusado, Abmael do Espírito Santo, de 52 anos, também era seu marido. Juntos eles tinham uma filha, de dez anos, que presenciou a crueldade do pai, que à queima roupa, atirou contra a cabeça da mulher, com quem estava casado há mais de dez anos. Hosana, que trabalhava no ‘Caminhão do Peixe’, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, da Prefeitura de Maricáa, deixou quatro filhos. Dois jovens, a menina de 10 anos, e uma asolescente, que está grávida de seu primeiro filho. “Minha filha era uma pessoa muito querida. Todo mundo gostava muito dela lá em Bangu, que é onde moramos. Ela foi morar em Maricá com a família, mas sempre estava lá em Bangu com a gente”, contou a mãe da vítima, acrescentando que Hosana sempre foi avisada do perigo de viver num relacionamento abusivo.

“Eu sempre falei, o pai dela falava. A gente dizia para ela deixar tudo e voltar para casa, abandonar aquele homem. Ela sempre adiava. Dizia que era pela filha, pela vida que construiu lá. Ela sempre trabalhou muito e com o dinheiro do próprio suor conseguiu construir umas casinhas para alugar. Ela construiu uma vida ao lado de um homem que nunca mereceu o amor e a parceria da minha filha”, desabafou a rodoviária.

Histórico de agressões - Apesar de viver numa relação onde as agressões eram constantes, no último domingo a vítima não demonstrou nada de diferente aos familiares. “Ela falou com os filhos ao longo do dia. Por volta 19h, ela ligou para a filha, conversou, tudo parecia estar normal. Vinte minutos antes dela ser executada, ela postou no grupo de whatsapp da família um vídeo do Abmael ‘brincando’ com uma arma na mão”, contou a nora da vítima, que também preferiu não se identificar. Segundo familiares, apesar do tom de ‘brincadeira’, pelo vídeo era possível perceber que o homem estava visivelmente alterado. “Todo mundo sabia que ele tinha a arma dentro de casa. Ontem (domingo), os vizinhos disseram que não escutaram brigas, mas ouviram o som alto. Agora a gente não sabe se foi ela que aumentou, porque gostava de música alta mesmo, ou se foi ele que colocou o som para que não escutassem a briga”, disse um dos filhos da vítima. O corpo de Hosana foi encaminhado para o Cemitério de Bangu, onde foi sepultado por amigos e familiares.

Caso - Policiais militares foram acionados para Rua Nelson Alves de Souza, por volta das 20hs, quando vizinhos encontraram o corpo da mulher. O marido, Abmael, foi localizado ainda próximo à cena do crime, e acabou preso em flagrante. Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, periciaram o local, apreenderam o revóver, calibre 38, utilizado no crime, e autuaram o autor por homicídio.

A filha do casal, precisou ser socorrida pelos vizinhos e, até a manhã de ontem, estava internada em observação médica.

Luto – Em nota, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca informou que o “Caminhão do Peixe’ não vai estar no Caxito, hoje (ontem) como de costume. As atividades voltam ao normal nesta terça-feira (19/03)m quando o ‘Caminhão do Peixe’ estará na localidade de Itaocaia Valley, em Itaipuaçu, das 8h às 12h”.

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