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Amigos de motoboy morto no Gradim acusam a PM de execução

Perfecto levou um tiro no sábado e morreu na terça-feira

Escrito por Redação | 06 de dezembro de 2018 - 06:30

Por Renata Sena e Thuany Dossares

A Polícia Civil vai investigar a morte do motoboy Perfecto de Miranda Fidalgo, de 29 anos, baleado durante uma ação de PMs do 7ºBPM (São Gonçalo), no último sábado, no Gradim, em São Gonçalo. De acordo com amigos e testemunhas do caso, a vítima estava passando, quando acabou sendo atingida por um tiro. Contudo, a versão inicial da PM é outra.

De acordo com amigos da vítima, Perfecto estava ‘empinando’ a motocicleta quando a PM passou e atirou. A bala atingiu o motoboy na costela e atravessou seu corpo, saindo do outro lado. ‘Ser motociclista não faz de ninguém bandido. O único erro dele foi empinar a moto, o que não é crime. É errado, perigoso, mas não é crime. A polícia tirou a vida de um inocente”, afirmou um amigo da vítima.

Já os policiais contaram na 73ª DP (Neves), onde o caso foi registrado, que estavam em patrulhamento pelo Gradim, quando tiveram a atenção despertada para dois ocupantes de duas motocicletas.

Ainda de acordo com relatos dos PMs, um dos motociclistas teria atirado contra a guarnição, que revidou. Pouco depois, numa rua próxima, os PMs teriam encontrado Perfecto ferido, já o acusado de atirar contra a polícia, fugiu conforme o relato dos policiais.

Conforme os próprios policiais, com Perfecto não foi encontrado nada ilícito. Ele foi socorrido para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), onde permaneceu internado até a última terça-feira, quando faleceu.

A Polícia Militar foi procurada e informou, em nota, que mandou verificar a ocorrência e para apurar o fato, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM).

Enterro – Perfecto foi sepultado na tarde de ontem, no Cemitério Confraria Nossa Senhora da Conceição, no Barreto, em Niterói. Cerca de 300 pessoas, entre amigos e familiares, participaram da cerimônia fúnebre e, em seguida, se dividiram em dezenas de motos e foram para a porta do batalhão de São Gonçalo para protestar contra a morte do motoboy.

“Meu sobrinho realmente gostava de empinar moto. Isso não é certo, mas ele era apaixonado por moto, era vidrado nisso. Mas isso não é motivo para atirar em ninguém. Tinham que fazer a abordagem correta, apreender a moto, multar, até dar aquela bronca, e ele que corresse atrás do prejuízo depois. A moto era dele, ele era habilitado. Não tinha necessidade disso. Queremos que a justiça seja feita, se não, amanhã outro jovem pode levar um tiro porque estava empinando”, disse a inspetora escolar Ana Lúcia Dias Alves, tia de Perfecto.

A tia de Perfecto fala que o jovem começou a trabalhar ainda muito novo e que tinha muitos valores familiares.

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