Chefes do tráfico do RJ são encaminhados de volta à presídio federal
Os criminosos embarcaram no Aeroporto Santos Dumont ao Paraná

Dois chefes do Comando Vermelho (CV) foram transferidos na manhã deste sábado (26) do presídio de segurança máxima de Bangu 1, no Rio, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Luiz Cláudio Machado, o Marreta, e Aleksandro Rocha da Silva, o Sam do Caicó, são considerados presos de altíssima periculosidade e estavam isolados em celas individuais.
Marreta, que estava em presídios federais, voltou ao Rio em outubro de 2023, após a Vara de Execuções Penais fluminense autorizar a volta dos chefões ao Estado. Porém, a decisão gerou reações acaloradas do governo do Rio de Janeiro, que apresentou novos relatórios de inteligência à Justiça e ao Ministério Público pedindo que eles fossem removidos novamente para presídios federais.
Por crimes como roubo, sequestro e associação criminosa, Marreta acumulou 133 anos e 4 meses de pena. Já Sam do Caicó foi condenado a 147 anos e 3 meses por homicídio, ocultação de cadáver, tráfico e roubo.
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Em suas fichas criminais, ambos carregam episódios violentos do Rio. Apontado como mentor de tomar a Praça Seca, que era dominada pela milicia, em 2010, Marreta também foi protagonista na trágica queda de um helicóptero da PM durante a invasão do Morro dos Macacos, em 2009, quando 3 policiais morreram. Também foi flagrado dando ordens de dentro da cadeia, mesmo quando estava custodiado no sistema federal. A Policia Federal interceptou a conversa que ele negociava a compra de fuzis e criticava os preços das armas, mencionando modelos como AR-15 e M4.
Já Sam, responde por dezenas de homicídios, e foi chefe do CV na Covanca.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que o embarque ocorreu às 6h15, no Aeroporto Santos Dumont, com forte esquema de segurança. Após a chegada em Catanduvas, a custódia passou a ser responsabilidade da Polícia Penal Federal.
A transferência faz parte da tática do governo do Rio para enfraquecer a atuação das facções criminosas a partir dos presídios fluminenses. O governador Cláudio Castro (PL) e o Ministério Público do Rio anunciaram, em outubro de 2023, a criação de um comitê de inteligência para identificar presos a serem transferidos para presídios federais. A lista inicial incluía ao menos 30 nomes.
Em 2013, Marreta e outros 26 detentos escaparam por um túnel de esgoto do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó. Ele comandava a distância as operações do Comando Vermelho, até ser encontrado e capturado no Paraguai, em dezembro de 2014, numa operação binacional.