Policial civil morre baleado em operação na Cidade de Deus
Morte durante ação policial para investigar fabricação de gelo culminou em tiroteios na região

Uma ação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) terminou com um policial civil morto na manhã desta segunda-feira (19) na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. O agente José Antônio Lourenço chegou a ser socorrido por colegas, mas não resistiu aos ferimentos. Tropas da corporação continuaram na comunidade e intensos tiroteios foram registrados ao longo de todo o dia.
Segundo a Polícia, a ação que culminou na morte tinha o objetivo de fiscalizar endereços relacionados à fabricação do gelo vendido nas praias da Barra da Tijuca e Recreio. Durante a visita a um dos endereços para checar a qualidade do gelo, os agentes teriam sido alvos de disparos. José Antônio foi atingido e levado às pressas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, mas não resistiu.
No início da tarde, o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, disse que equipes policiais vão continuar na comunidade para dar uma "uma resposta à altura". Ele classificou o crime como "um atentado terrorista contra o estado". Moradores da região relataram ter ouvido trocas de tiros ao longo de todo o dia e um dos tiroteios terminou com a interdição da Linha Amarela, sentido Fundão.
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Até o início da tarde desta segunda (19), 19 linhas de ônibus tinham tido seus itinerários alterados por conta dos conflitos, segundo a RioÔnibus. As aulas no turno da tarde em escolas localizadas Cidade de Deus estão suspensas, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Não há registro de outros feridos no local até o momento.
Qualidade do gelo
A ação da Core desta segunda (19) começou como desdobramento de uma outra ação policial na região, realizada em fevereiro. Na época, uma perícia havia identificado a presença de coliformes fecais em gelo produzido em endereços na Cidade de Deus e vendido em praias do Rio.
Nesta segunda (19), os agentes, em parceria com o Inea, a Delegacia do Consumidor e a Delegacia do Meio Ambiente, saíram para cumprir 10 mandados de busca e apreensão.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol) lamentou a morte do policial. "A perda de um dos nossos é sentida com dor e indignação. A Sepol se solidariza com os familiares, amigos e colegas neste momento de luto, também vivido por cada um da instituição", afirma a nota.