Natalino Guimarães, ex-policial civil e fundador de milícia, é preso no Rio
Também ex-deputado estadual, Natalino foi preso por suspeita de grilagem de terra em Búzios
A Promotoria de Búzios e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam, na manhã desta terça-feira (10), o ex-policial civil Natalino Guimarães, de 68 anos, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, por organização criminosa.
A 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital expediu mandado de prisão preventiva contra o também ex-deputado, que é acusado de invasão de terras, crimes ambientais e loteamento irregular em Búzios, na Região dos Lagos. Ele foi levado para a Cidade da Polícia. Além de Natalino, outros cinco alvos já estão presos. Ao todo, doze pessoas foram denunciadas na 'Operação Nova Grilagem'.
Ao chegar à Cidade da Polícia, Natalino disse ser inocente.
"Sou inocente de tudo. Esses fatos não são verdadeiros. Eu quero viver a minha vida ao lado da minha família. Eu não tenho nada a ver com isso. Vou procurar a justiça. Espero que a justiça faça a justiça que não fizeram comigo no passado. Nego completamente. Não tem empresa nenhuma em Campo Grande".
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A operação da Polícia Civil e do MP visa a cumprir sete mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa responsável pela prática de grilagem.
Os mandados expedidos pelo Juízo da Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital estão sendo cumpridos em diversos endereços nos municípios de Búzios, Cabo Frio e Rio das Ostras, além da capital.
Segundo a denúncia do MP, o grupo estaria em atividade desde 2020, utilizando práticas violentas e fraudulentas para ocupar e comercializar terrenos.
Fundador de milícia
Natalino Gukmarães, de 68 anos, é ex-deputado estadual e irmão do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. Os dois irmãos são apontados como fundadores da milícia 'Liga da Justiça'. O grupo criminoso [que mais tarde passou a ser chamado de 'Bonde do Zinho', após Luís Antônio da Silva Braga, hoje preso, assumir seu controle] age na Zona Oeste do Rio.
Jerominho foi morto em agosto de 2022, segundo o Ministério Público, por ter traçado um plano para reassumir a milícia que ajudou a fundar. No enterro do irmão, Natalino afirmou que morreria no lugar dele.
"Ele era um irmão muito querido. Ficou dez anos preso injustamente. Quando eu fui baleado, ele me carregou no colo. Se eu estivesse lá, na hora da execução, morreria por ele", afirmou.