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Milícia de Rio das Pedras forneceu arma usada para matar Marielle e Anderson

A informação consta na delação feita por Ronnie Lessa à Justiça; submetralhadora alemã foi entregue aos executores meses antes do crime

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de março de 2024 - 13:52
Apesar de não haver nenhum brasão no armamento, ele foi possivelmente desviado de alguma força de segurança pública
Apesar de não haver nenhum brasão no armamento, ele foi possivelmente desviado de alguma força de segurança pública -

A arma utilizada para matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, assassinados num carro com tiros disparados por uma submetralhadora alemã, na noite de 14 de março de 2018, foi entregue por milicianos de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, ao PM Edmilson da Silva Oliveira, o 'Macalé', intermediário da execução do crime.

A informação consta na delação feita à Justiça pelo ex-PM Ronnie Lessa, que recebeu o armamento das mãos de Macalé e é acusado de ser o autor dos disparos que atingiram as duas vítimas. Macalé foi morto por homens não identificados, em novembro de 2021.


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Ele também prestava serviços para a contravenção e seria ligado ainda ao escritório do crime, como são conhecidos pistoleiros que prestavam serviços para milicianos e bicheiros. Segundo Lessa, Macalé mantinha relação de amizade próxima com os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, desde o início dos anos 2000. Eles são apontados na investigação da Polícia Federal como mandantes da morte de Marielle.

os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão são apontados como mandantes da morte de Marielle
os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão são apontados como mandantes da morte de Marielle |  Foto: Reprodução

De acordo com o relato de Lessa, Edmilson Macalé foi buscar a arma em Rio das Pedras quase um ano antes das mortes de Marielle e Anderson, em setembro de 2017. Junto do armamento, repassado para Lessa no mesmo mês e ano, vieram dois carregadores com munição e uma exigência: a de que a submetralhadora teria de ser devolvida após a execução, coisa que acabou não acontecendo. No documento, o executor de Marielle diz ainda que sabia operar com este tipo de arma, por ter utilizado o equipamento quando trabalhou no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. ,

Lessa também afirmou que, por ser perito em armas, aprimorou a submetralhadora usada para matar Marielle e Anderson com a aposição de um supressor de ruído, uma espécie de silenciador de disparos. Ele acrescentou ainda que após receber o equipamento fez questão de testar a arma fazendo disparos em um terreno de um motel, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Segundo o relatório da PF, apesar de não haver nenhum brasão no armamento, ele foi possivelmente desviado de alguma força de segurança pública.

De acordo com a investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a submetralhadora usada para matar a vereadora e o motorista foi jogada ao mar, na altura da Barra da Tijuca, dias após as mortes das duas vítimas.

Neste último domingo (24), a Polícia Federal prendeu preventivamente o deputado federal Chiquinho Brazão, o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa.

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