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Polícia de SG prende pastor, sob acusação de abuso sexual contra mulheres

Angelo Ventura Siqueira afirmava agia como uma espécie de "pai" para seus fiéis, Segundo a polícia, crimes eram cometidos em sua igreja

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de janeiro de 2024 - 09:24
O pastor foi denunciado em relação a três vítimas
O pastor foi denunciado em relação a três vítimas -

Coordenados pela titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de SG, Ana Carla Rodrigues de Moura Nepomuceno, policiais civis da especializada prenderam, na tarde da última sexta-feira (19), Angelo Ventura Siqueira, acusado de ser autor dos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude, praticados entre os anos de 2010 e 2021, no município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, enquanto exercia a função de líder espiritual na Igreja Ministério Terra do Deus Vivo.

Segundo os relatos apresentados pelas vítimas, Angelo usou a doutrina evangélica, no papel de pastor, para cometer abusos sexuais contra mulheres que eram acolhidas na sua igreja.


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Segundo a polícia, Angelo buscava, como vítimas, mulheres, na maioria com a família desestruturada, sem a figura paterna ou que estivessem passando por momento conturbado em sua relação familiar. Ele se aproveitava da fragilidade emocional dessas mulheres para se aproximar e convencê-las a saírem de suas casas, para residirem em um anexo da casa dele.

As vítimas relataram que o pastor afirmava ser uma espécie de "pai" para seus fiéis, em especial para as mulheres. Usava inclusive a expressão  de líder espitirual, afirmando que atuaria como um pastor e, ao mesmo tempo, como o "pai" que esteve ausente na vida daquelas mulheres. Em todos os relatos, as   vítimas afirmaram que os abusos se iniciaram em contatos onde ele descreve ter por elas "carinho de um pai".

Segundo depoimentos das vítimas, em outros momentos, o pastor justificava os abusos como ensinamentos 'paternos' e que aqueles atos serviriam para 'orientar as vítimas em suas vidas conjugais com seus futuros maridos'. Ele dizia: "eu vou te ensinar como um homem deve tratar uma mulher e depois disso você não vai admitir que nenhum homem te trate menos que isso".

Angelo distorcia também a função do gabinete pastoral, local utilizado nas igrejas evangélicas para aconselhamento, e o usava para ter contatos íntimos com as mulheres, em qualquer tipo de ocasião. As vítimas relataram que ele usava a nomenclatura de gabinete pastoral para encontros em lugares mais diversos e remotos como lanchonetes, shoppings Centers, montes, praias (em horários noturnos) e até mesmo no carro dele.

Nesses encontros, ele oferecia vinho às vítimas e se aproveitava para deixá-las vulneráveis aos abusos, induzindo-as ao consumo além do moderado. Ele perguntava sobre as intimidades das vítimas, se tinham relação sexual com alguém e passava a acariciá-las, sempre dizendo que aquilo não era “pecado” e que as estava ensinando como agir futuramente.

Uma das vítimas contou que permitia as carícias e atos sexuais, pois se sentia coagida a consentir, já que Angelo dizia que, como 'Autoridade Espiritual', não poderia ser questionado. Ele chegou a agredir essa vítima, quando a mesma não quis mais ter relações sexuais com ele. A violência perpetrada por Angelo contra as vítimas, lhes causou fortes danos psíquicos.

Outra vítima foi levada por ele para um motel, já bastante alcoolizada, onde questionou porquê estavam ali, pois ele era um homem casado, então Angelo afirmou que estavam apenas esperando que ela se recuperasse para ir para casa.

Porém, aproveitando-se de seu estado vulnerável, o pastor tirou sua roupa, lhe deu banho e deitou sobre seu corpo. Após a situação, sem se lembrar do que havia acontecido de fato, a vítima perguntou a Angelo se houve penetração, após sentir uma ardência na região, já que ela não tinha qualquer relacionamento havia sete anos. Foi então que ele acabou por assumir para ela que “tinha errado”.

Os depoimentos das vítimas foram gravados e transcritos pelo policial responsável pela investigação. Após a expedição do mandado de prisão a equipe da DEAM-SG estava monitorando o alvo que estava em São Paulo e hoje assim que retornou ao Rio de Janeiro foi preso no Bairro Posto 13, em Nova Iguaçu.

Após representação da Autoridade Policial ele foi denunciado em relação a três vítimas, sendo uma por estupro de vulnerável e as outras duas por violação sexual mediante fraude.

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