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Menino é baleado e morto no ‘Minha Casa, Minha Vida’ de Inoã

Criança de 10 anos foi morta enquanto ia para a escola

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de julho de 2023 - 11:04
Criança teria sido baleada durante patrulhamento da PM
Criança teria sido baleada durante patrulhamento da PM -

Um menino de 10 anos morreu após ser baleado, na manhã desta quarta-feira (12), nas proximidades do ‘Minha Casa, Minha Vida’ de Inoã, na Estrada do Bosque Fundo, em Maricá. A criança estaria uniformizada e teria sido baleada quando ia para a escola acompanhado da mãe, durante uma operação da Polícia Militar.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h para prestar socorro à vítima, porém, ao chegar no local, já teriam encontrado o menino sem vida. Ainda não se sabe de onde saiu o disparo que tirou a vida do menino. Essa informação será descoberta através da perícia a ser realizada pela Delegacia de Homicídios Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. (DHNSG).


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Após a constatação da morte, moradores da região teriam realizado um protesto, tentando atear fogo em objetos e interditar vias do bairro. Duas mulheres, inclusive, teriam se ferido durante a manifestação e foram encaminhadas para o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara.

De acordo com relatos, este seria o segundo dia seguido em que há confronto entre policiais e criminosos no condomínio, preocupando moradores. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, de acordo com os policiais que participaram da ocorrência, equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram atacadas por criminosos armados.

"Após confronto, os policiais encontraram um menor de idade atingido e já sem vida. A viatura também foi atingida pelos disparos dos criminosos, que fugiram. A área foi isolada e a perícia acionada. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também foi acionada ao local", disse a nota.

A PMERJ não confirmou a informação de que é o segundo dia de operação, e comunicou que equipes do 12º BPM atuam para dispersar a mobilização e estabilizar o local.

A Prefeitura de Maricá, em nota, lamentou profundamente a morte do aluno de 10 anos, ocorrida de forma violenta na manhã desta quarta-feira (12), devido a um tiroteio no momento em que o menino saía de casa para ir à Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro. O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, declarou que cobrará rigor máximo das autoridades policiais nas investigações.

"Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas", afirmou.

Segundo a assessoria, as equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social deslocaram-se imediatamente para o local, prestando todo o apoio e solidariedade à família da criança morta.

Oitava criança morta no RJ em 2023

O menino baleado e morto nesta manhã é a oitava criança vítima fatal no estado do Rio de Janeiro somente este ano. A ONG Rio de Paz publicou uma nota lamentando a morte precoce e diz que acompanha, desde 2007, os casos de crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos mortos por armas de fogo em todo estado, a maioria por balas perdidas em favelas.

Com a morte do menino, na manhã desta quarta (12), sobe para 8, na lista da ONG, o número de casos que foram contabilizados só este ano, em apenas 7 meses. E, desde 2007, já são 99 vítimas. O nome do menino será afixado no mural da organização, na Lagoa, onde mante-se um memorial com nomes de crianças e adolescentes mortos por balas perdidas e policiais assassinados. A placa com o nome da criança ainda será confeccionada.

“Mostre-nos em qual nação livre e desenvolvida há confronto entre policiais e bandidos justamente em local e hora que crianças estão se dirigindo para a escola. Percebe-se na cultura das operações policiais do Rio de Janeiro uma histórica obsessão com a prisão e morte de bandidos em detrimento da segurança da população", disse o fundador da ONG Antonio Carlos Costa. 

Para Antonio Carlos, não há nada mais hediondo que um criança morta por bala perdida. Ele também ressalta a falta de atitude por parte da sociedade em se manifestar e cobrar das autoridades medidas que mudem esse cenário de horror. 

"A morte de crianças é o lado mais hediondo da criminalidade. A indiferença da sociedade, que recusa-se a ir às ruas protestar contra o assassinato desses inocentes, é sintoma de gravíssima patologia social”.

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