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Acusado de atirar em mulher trans em Niterói é preso

Homem foi localizado na Comunidade da Caroba, em Santa Luzia

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de novembro de 2022 - 17:29
Nycole está com o projétil alojado em seu rosto
Nycole está com o projétil alojado em seu rosto -

Policiais militares do 7ºBPM (São Gonçalo) e agentes da 76ªDP (Niterói) prenderam, nesta quarta-feira (30), o homem acusado de atirar no rosto de uma mulher, na última semana, na Rua São João, no Centro de Niterói.

Segundo informações da polícia, o acusado foi localizado na Comunidade da Caroba, em Santa Luzia, São Gonçalo.


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De acordo com a vítima, Nycole da Silva Pinto, de 26 anos, em entrevista ao O São Gonçalo, a violência aconteceu por conta de preconceitos de gênero e religiosos, já que ela é uma mulher trans com fé em religião de matriz africana.

Nycole contou que tudo começou no último dia 18 quando ela e sua amiga tentaram pegar um mototaxi na região. Ao chegarem lá, o piloto teria se recusado a prestar o serviço, afirmando que “não levaria viad* na garupa”, mas que gostava “de sair com viad*”.

No dia seguinte às ofensas, Nycole foi contatada pelo pai do motociclista através do WhatsApp. “Ele mandou dois áudios. Não dava para ouvir porque os áudios estavam chiando. Perguntei o que era. Ele disse que queria saber do desentendimento, e eu falei: ‘desentendimento não, seu filho nos tratou mal e ele tem que saber respeitar’”, explica a vítima.

O homem voltou a entrar em contato no domingo (20/11) e tentou marcar com Nycole para conversar pessoalmente sobre o assunto, em Niterói. Ela negou a proposta, já que sequer estava na cidade no dia. Na segunda-feira (21/11), quando estava de volta ao município, ela encontrou o homem falando com sua amiga.

“Por volta das 20h, ele estava lá discutindo com minha amiga. Ele foi tirar satisfação com ela porque ela falou que o filho dele saia com trans. Ele disse que o filho dele ‘não comeria homens’”, relembra ela. Ao vê-la, o suspeito chamou Nycole para a discussão, mas ela disse que não tinha nada para resolver e que precisava ir até uma encruzilhada próxima para acender velas para seus guias.

“Ah, tu é macumbeira? Eu odeio macumba. Então tu tá protegida?”, reagiu o suspeito. Nycole respondeu que estava protegida por Deus e por seus guias. No mesmo instante, segundo a vítima, o homem foi até o ponto do mototáxi e voltou na garupa da moto, com o filho pilotando, até o local onde Nycole prestava homenagem a seus guias da Umbanda e atirou contra ela.

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