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Justiça determina soltura de jovem confundido com filho de traficante em Niterói

Erros na identificação levaram jovem à prisão

Escrito por Redação | 13 de outubro de 2021 - 16:26

A juíza Juliana Bessa determinou, nesta quarta-feira (13), que seja solto o músico Vinícius Matheus Barreto Teixeira, de 21 anos, preso após ser confundido o filho de um traficante de Niterói. Sem antecedentes criminais, Vinicius Matheus foi detido no dia 4 de outubro, em Macaé, sob acusação de associação ao tráfico.

De acordo com o advogado do jovem, o alvará de soltura já foi expedido e a expectativa é de que Vinícius deixe a cadeia até o final do dia. Os pais do rapaz estão na porta do Complexo Prisional de Benfica, na Zona Norte do Rio, aguardando a liberdade do filho.

Os familiares de Vinicius afirmam que ele foi confundido com o filho de Messias Gomes Teixeira, conhecido como 'Feio', chefe do tráfico do Morro do Palácio, em Niterói. Isso aconteceu porque o criminoso tem exatamente o mesmo nome do pai do jovem músico.

Confusão na identificação

O traficante 'Feio' foi identificado em 2017, quando a Delegacia de Niterói abriu uma investigação sobre o tráfico do Morro do Palácio. Ele foi preso um ano depois, em 2018. Na época, uma delação colhida pela polícia informou que o filho de 'Feio' era o responsável por recolher o dinheiro da venda do tráfico de drogas da comunidade. O filho do traficante foi identificado pela polícia como Vinicius Matheus Barreto Teixeira. 

Em 2018, a promotora Elisabete Barbosa Abreu, do Ministério Público, apresentou uma denúncia na qual também afirmou que Vinícius recolhia o dinheiro na comunidade por ser filho do traficante 'Feio'. Com base nessas acusações, o músico teve a prisão decretada e depois foi condenado em primeira instância pelo juiz João Guilherme Rosas Filho.

Apesar de terem o mesmo nome, o pai de Vinícius e o traficante 'Feio' são pessoas diferentes. O inquérito e o processo do caso indicam que o filho do criminoso também está envolvido com o crime, mas nem a polícia e nem a Justiça sabem seu nome.

Erros no processo

Outra incoerência apontada no caso é em relação à data de nascimento do pai do músico, que nasceu em 26 de fevereiro de 1975. Já o Messias preso por tráfico nasceu no dia 24 de dezembro de 1979. Além da data de nascimento, ambos também tem filiações diferentes. 

Apesar das diferenças, esses fatores não foram percebidos pela polícia no inquérito, pelo Ministério Público na denúncia e nem mesmo pela Justiça na hora de dar a condenação ao rapaz.

Apesar dos problemas, a juíza Juliana Ferraz, da 4ª Vara Criminal de Niterói, afirmou a Justiça não tem responsabilidade sobre o possível erro na identificação de Vinícius Matheus, no ato da sua prisão. A magistrada destacou que a identificação não foi apenas pela coincidência do nome de Messias Gomes Teixeira, já que o nome de Vinícius Teixeira consta na denúncia do Ministério Público.

A Polícia Civil disse que cumpriu o mandado de prisão que foi expedido pela Justiça. Afirmou ainda que pode ter havido alguma falha na investigação que gerou o inquérito e disse que vai instaurar um procedimento para apurar o caso. 

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