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Deputado bolsonarista é preso após fazer ataques a ministros do STF

Ele fala sobre um ministro "levar uma surra" em um de seus vídeos

Escrito por Redação | 17 de fevereiro de 2021 - 08:19
A prisão ocorreu na última terça-feira (16)
A prisão ocorreu na última terça-feira (16) -

O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso em flagrante na noite da última terça-feira (16), em sua casa, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações, ele é acusado de fazer apologia a agressões físicas e ataques ao Legislativo e ao Judiciário, além disso, ele é investigado no inquérito das fake news, que analisa ataques à ministros da Corte. Em um vídeo, Silveira faz ataques e ofensas a ministros e chega a dizer que já imaginou um deles "levando uma surra". Além disso, nas imagens, ele também fez apologia ao AI-5, um dos atos institucionais de repressão da Ditadura Militar, e defendeu a destituição dos ministros do STF. As informações são do jornal O Globo.

A prisão foi confirmada pelo próprio Silveira que utilizou seu Twitter para explicitar: "Polícia federal na minha casa neste exato momento com ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes (sic)", escreveu ele. Ainda em seu Twitter, ele escreveu: "Aos esquerdistas que estão comemorando, relaxem, tenho imunidade material. Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa Suprema Corte. Ser 'preso' sob estas circunstâncias é motivo de orgulho", afirmou.

As acusações contra Silveira foram consideradas gravíssimas por Alexandre de Moraes. "As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito, pois verifica-se, de maneira clara e evidente, a perpetuação dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo permanece disponível e acessível a todos os usuários da rede mundial de computadores, sendo que até o momento, apenas em um canal que fora disponibilizado, o vídeo já conta com mais de 55 mil acessos", escreveu o ministro que determinou a prisão de Silveira por flagrante delito por crime inafiançável através de um ofício, sem um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O STF estava alarmado com as afirmações nos vídeos de Silveira, por isso, Moraes respondeu ao caso com a prisão do envolvido.

Em seu vídeo, Silveira falou sobre agredir ministros. "Por várias e várias vezes já te imaginei (Fachin) levando uma surra. Quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte aí. Quantas vezes eu imaginei você, na rua levando uma surra. O que você vai falar? Que eu tô fomentando a violência? Não, só imaginei. Ainda que eu premeditasse, ainda assim não seria crime, você sabe que não seria crime. Você é um jurista pífio, mas sabe que esse mínimo é previsível. Então qualquer cidadão que conjecturar uma surra bem dada nessa sua cara com um gato morto até ele miar, de preferência após a refeição, não é crime", afirmou ele.

O Youtube deve bloquear o vídeo no qual Silveira faz apologia às agressões dos ministros, segundo determinação de Moraes. A multa diária caso a plataforma não cumpra a decisão é de R$ 100 mil.

Silveira também já direcionou mensagens agressivas para Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes, principalmente no caso ligado a uma carta de Villas Bôas que afirmava que o exército repudiava "a impunidade" do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula no STF. O caso, claro, causou indignação e foi considerado "intolerável e inaceitável" por Fachin e outros envolvidos do Supremo. Silveira se meteu apoiando Bôas.

"Vá lá, prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Fala pro Alexandre de Moraes, o homenzão, o fodão, vai lá e manda ele prender o Villas Bôas. Vai lá e prende um general do Exército. Eu quero ver, Fachin. Você, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, o que solta os bandidos o tempo todo. Toda hora dá um habeas corpus, vende um habeas corpus, vende sentenças", disse Silveira em mais um de seus vídeos.

Silveira foi preso através de um ofício do inquérito das fake news. Anteriormente, um mandado de busca e apreensão foi expedido contra Silveira, além disso, ele teve quebras em seu sigilo bancário por causa das acusações.

Vale lembrar que Silveira, durante um comício 2018, foi o responsável por quebrar a placa com o nome da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada meses antes. Junto dele estavam o governador afastado Wilson Witzel (PSC-RJ) e o hoje deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), 

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