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Eleições Municipais de São Gonçalo 2020 | Entrevista com o pré-candidato Marlos Costa

Político tem apoio de Rodrigo Neves e adota 'caminho do meio' para a resolução de problemas na esfera política

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de março de 2020 - 20:25
Marlos Costa foi entrevistado na redação de O SÃO GONÇALO, no bairro da Trindade
Marlos Costa foi entrevistado na redação de O SÃO GONÇALO, no bairro da Trindade -
Por Rennan Rebello
O advogado Marlos Costa, 45, concedeu entrevista exclusiva a O SÃO GONÇALO sobre sua pré-candidatura à Prefeitura de São Gonçalo pelo PDT, partido ao qual se filiou neste ano, a convite do atual prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, que tem uma trajetória partidária parecida com a dele. Ambos iniciaram carreira política no PT e depois trocaram de partido (Marlos foi para o PSB, em 2015, com apoio do ex-jogador Romário, que segue como senador, enquanto Rodrigo, no ano seguinte, migrou para o Partido Verde (PV). Agora, ambos se encontram novamente como correligionários, onde o chefe do Executivo da cidade vizinha, apoia Marlos para prefeito de São Gonçalo.
Antes de migrar para o 'eterno' partido do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, o pré-candidato Marlos Costa já foi vereador em São Gonçalo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e se candidatou a prefeito em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Marlos teve a experiência de ser secretário de Desenvolvimento Social no atual governo de José Luiz Nanci (Cidadania) e deixou a pasta para ser candidato a deputado estadual (ainda pelo PSB), em 2018, mas não foi eleito.
"Lá atrás, eu já vinha discordando da estrutura interna do PT, pois o debate ficou muito polarizado, e por isso fui para o PSB, com quem tenho até uma certa identidade, mas não é um partido com tradição na cidade como o PDT, que sempre tive admiração. Por isso, aceitei o convite do Carlos Lupi (presidente nacional da sigla) e do Rodrigo Neves. Vamos buscar resgatar a tradição do partido aqui na cidade", explicou. Ele cogita, em caso de eleito prefeito, convidar Rodrigo Neves para ocupar uma Secretaria na cidade. E também revelou que fará uma gestão inspirada nas administrações de Rodrigo em Niterói, além de montar um secretariado com técnicos e políticos. 


"É evidente que os orçamentos de São Gonçalo e Niterói são totalmente distintos, por termos arrecadação muito inferior, contudo, não podemos apenas em pensar em fazer um governo superavitário focado apenas em pagar dívidas, sem preocupação com investimentos sociais. Temos uma dívida com a população e o desafio é administrar pensando nessas necessidades. Quanto na questão (geral), do secretariado, ninguém é eleito sozinho e sim com composições políticas. Inclusive, os partidos podem ter quadros políticos que sejam técnicos, mas evidentemente que a nossa avaliação terá critérios técnicos, ou seja, precisamos da pessoas certa nos locais certos. Um exemplo de sucesso neste sentido tem sido as gestões de Rodrigo Neves em Niterói, com um secretariado extremamente técnico, mas aliados com partidos da base.  Eu vou convidar o Rodrigo e se ele quiser, terá um cargo de secretário numa eventual gestão minha. Além disso, se ele quiser contribuir de alguma outra forma, também será bem-vindo", afirmou.

Em um partido sempre associado à Educação, devido a nomes como o antropólogo Darcy Ribeiro, que foi vice-governador no primeiro mandato de Brizola como governador (1983-1987), e mentores do projeto de escola integral e interdisciplinar através dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), Marlos pensa em reativar e melhorar as unidades gonçalenses.
"Nós temos que investir em escolas e creches de qualidade. Em Niterói, por exemplo, o Rodrigo reformou todos os Cieps municipalizados, assim, devolvendo a escola em tempo integral para a população. E a gente quer trazer esse modelo para São Gonçalo, com refeições em todos os turnos, conforme o projeto original de Darcy Ribeiro. Mas tudo isso, tendo responsabilidades nas contas, respeitando a minha origem, já que sou auditor do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ)", disse o pré-candidato. Em São Gonçalo, o Ciep Chanceler Willy Brandt, em Neves (atualmente desativado), inclusive já recebeu visita de personalidades internacionais na década de 90, como os ex-presidentes da União Soviética, Mikhail Gorbatchov, e do Uruguai, Alberto La Calle, por já ter sido um espaço educacional de referência.
Marlos faz críticas ao atual governo Nanci, do qual foi secretário, e diz que se sentiu 'engessado' durante o tempo em que foi secretário de Desenvolvimento Social (2017-2018).

"No segundo turno eu apoiei o Nanci porque é uma outra eleição, onde a gente escolhe um candidato ou outro. Não dá para se omitir quando se tem uma vida pública e também houve uma orientação por parte do PSB para apoiar o PPS (atual Cidadania). Nós conversamos com o Nanci para que ele assumisse algumas pautas em seu governo e portanto fui convidado para organizar a área de Desenvolvimento Social. Fizemos algumas boas ações como o 'Estação Futuro', no Jardim Catarina, em parceria com a Justiça do Trabalho e Ministério Público do Trabalho, e a participação da ONG Viva Rio. Esta iniciativa ofertou aulas de empreendedorismo e ainda deu bolsas (de estudos para incentivar  moradores a criarem seus próprios negócios) e não teve um centavo gasto pela Prefeitura ou por minha Secretaria", lembrou. 

Para inaugurar o Teatro Municipal de São Gonçalo, construído no espaço do estacionamento da Prefeitura em 2016 e jamais entregue ao público, como forma de aquecer a cultura local e movimentar a economia da cidade, Marlos é entusiasta de se fazer uma Parceria Público Privada (PPP), para equilibrar as despesas e receitas do erário público. Já está pronto há quatro anos com investimento público e precisa ser aberto. Se há escassez de recursos para gerenciar o contrato, pode-se criar uma concessão daquele espaço para a iniciativa privada. Desta forma, o empresário terá lucro; e que em alguns dias do ano, este espaço seja revertido gratuito ao Poder Público para que a gente possa levar espetáculos a preços populares ou gratuitos à população, garantido por contrato. Para a Cultura em outros bairros da cidade, vamos investir em lonas culturais que são equipamentos interessantes por serem espaços multiusos", explicou.
Ele volta a criticar o atual prefeito, por ser um 'político de gabinete'. "O prefeito não pode ficar apenas dentro de seu gabinete. Ele tem que ir ao Rio de Janeiro, a Brasília e São Paulo para divulgar São Gonçalo, que é a segunda maior cidade do Estado e 16ª do Brasil. Não tivemos nas últimas décadas uma política para atrair investimentos privados para São Gonçalo. Somos um município bem localizado na Região Metropolitana, próximo da Ponte Rio-Niterói, temos uma BR (estrada federal) e duas RJs (rodovias estaduais), ou seja, temos uma malha rodoviária que oferece uma boa logística para grandes empresas. Então, o que a gente precisa? Mostrar aos investidores do setor produtivo brasileiro de que eles podem vir para cá", avalia.

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