Ex-presidente Lula é impedido de entrar no Comperj em Itaboraí
Encontro reuniu mais de mil pessoas

Dez anos após inaugurar as obras de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou uma tropa de PMs com correntes e cadeado no portão, impedindo que ele tivesse acesso ao local, na manhã de ontem.
“Não queriam que eu viesse na porta do Comperj porque está fechado e não tem ninguém trabalhando, mas eu teimei de vir aqui, para mostrar que um país que vive uma crise econômica e de desemprego, como vive o Brasil, não pode ter uma obra dessa magnitude parada por irresponsabilidade do governo”, disse o ex-presidente. Mais de mil pessoas receberam Lula na manhã de ontem, na entrada do Comperj.
A ‘Caravana Lula pelo Brasil’ teve o acesso impedido ao interior do complexo, que está com as obras paradas desde 2015. Ainda assim, o petista reuniu-se com militantes na frente do local e prometeu que, caso seja reeleito, as obras serão retomadas. A visita contou, ainda, com a presença do senador Lindbergh Farias, da ex-governadora Benedita da Silva, do deputado estadual Waldeck Carneiro e de diversos outros líderes políticos e sindicais.
Em discurso de 15 minutos, o ex-presidente disse que não esperava encontrar o apoio da população na visita ao Comperj, uma vez que incluiu o local em seu roteiro apenas para fotografar o abandono e falou sobre a importância do funcionamento do complexo para a população da região, inclusive de São Gonçalo.
Lula falou ainda sobre o combate à violência no Rio de Janeiro, apontando o emprego e a educação como soluções únicas para a questão. E afirmou que está realizando estudos que viabilizem a federalização do Ensino Médio no país.
“Se você quiser diminuir em 50% a criminalidade no Rio de Janeiro, é só investir em emprego, salário e escola para o nosso povo. Quando o adolescente estiver recebendo salário e puder comprar um celular, um computador ou um tênis da moda, ele não vai precisar assaltar ninguém para ter essas coisas, porque ele vai comprar com o seu salário”, disse.
Integrantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) estiveram no Comperj com o objetivo de pressionar a retomada das obras. Segundo Zé Maria, coordenador geral da FUP, a expectativa dos petroleiros é que a Petrobras volte a gerar empregos e que os reajustes nos preços do gás e da gasolina deixem de ser realizados diariamente, de forma abusiva.
“Queremos que a Petrobras tenha a política de dimensionar ao longo do tempo o reajuste, para que não permaneçam os aumentos diários, como está sendo feito hoje”, afirmou Zé Maria.
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