PF revela que “Abin paralela” monitorou até candidato à presidência do Vasco durante governo Bolsonaro
Relatório indica que Bolsonaro era definia alvos do esquema de espionagem ilegal

Relatório da Polícia Federal divulgado nesta quarta-feira (18), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que a chamada “Abin paralela” – estrutura de inteligência clandestina montada durante o governo de Jair Bolsonaro, segundo a PF – espionou não apenas adversários políticos do ex-presidente e de sua família, mas também um candidato à presidência de um clube de futebol.
Segundo a investigação, Jair Bolsonaro era o “centro decisório” da operação ilegal, responsável direto pela definição dos alvos. Entre eles, estava Jorge Salgado, então candidato à presidência do Club de Regatas Vasco da Gama nas eleições de 2020. De acordo com a PF, o objetivo da ação era encontrar informações comprometedoras sobre o dirigente.
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Em mensagem enviada em 11 de maio de 2020, um integrante do grupo compartilhou uma reportagem sobre Salgado e sugeriu que ele fosse investigado para “caçar podres”. Embora o sistema de monitoramento telefônico conhecido como First Mile não tenha sido utilizado neste caso específico, os investigadores apontam o uso de outras técnicas de inteligência, como “levantamentos e dossiês”. O conteúdo desses documentos, contudo, não foi detalhado no relatório.
Salgado foi eleito presidente do Vasco em 2020, em um pleito que gerou disputas judiciais. Durante sua gestão, conduziu a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em 2024, foi sucedido por Pedrinho, ex-jogador e atual presidente da equipe carioca.