Escolas estão abandonadas em São Gonçalo

Por Marcela Freitas e Cyntia Fonseca

Falta de merenda, profissionais da educação, uniformes e verbas. Em alguns casos, a crise na educação de São Gonçalo se estende também à estrutura física dos prédios, como é o caso da Escola Municipal São Miguel, no bairro de mesmo nome.

“A falta de manutenção é nítida, tanto no interior quanto no exterior da escola. Falta ventilação adequada nas salas, várias lâmpadas estão queimadas e até a pintura está comprometida em alguns setores”, revelou uma funcionária, que preferiu não se identificar.

Já na entrada da escola, o portão completamente pichado contrasta com a estrutura imponente do prédio. Além disso, no corredor de entrada, os toldos estão se soltando e ameaçam cair, como a placa com o nome da escola que também não existe mais. No segundo andar, pelo menos quatro lâmpadas de led estão queimadas.

Marcelo Martins, de 37 anos, tem filhas matriculadas no Colégio Visconde de Sepetiba, em Nova Cidade, e não está satisfeito com a merenda escolar. “Quase todos os dias, o cardápio é o mesmo. Muitas vezes, o almoço é trocado por biscoito com leite. Quando é oferecida a refeição, ela é pobre, quase sempre é com ovo. Apesar de considerar a escola boa e com ótimos profissionais, o município está como uma deficiência muito grande neste quesito”, afirmou Marcelo.

Esses são apenas alguns dos problemas que precisam ser enfrentados pelo novo secretário municipal de Educação, José Augusto Abreu Nunes, que assumiu a pasta, ontem, e chegou com a missão de “estancar” a crise na educação na cidade.

Em seu primeiro dia, ele se reuniu com funcionários para ter ciência de todos os déficits de sua secretaria e disse que vai usar alternativas simples para driblar a crise. “Vamos pautar nossa administração para tentar resolver essas carências. Estou chegando e me inteirando da situação real. Em uma semana, devo ter o relatório fechado”.