Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,2798 | Euro R$ 6,1314
Search

Prêmio internacional reconhece mãe de jovem morto pela polícia do Rio

Ana Paula lidera grupo Mãe de Manguinhos: "a luta deu sentido à vida"

relogio min de leitura | Escrito por Agência Brasil | 15 de novembro de 2025 - 17:38
Ana Paula transformou o luto em luta
Ana Paula transformou o luto em luta -

A defensora de direitos humanos Ana Paula Gomes de Oliveira, 48 anos, recebeu esta semana o prêmio Martin Ennals, considerado o Nobel dos Direitos Humanos.

De acordo com a organização do prêmio, a homenagem reconhece a atuação de Ana Paula na denúncia da violência de Estado e na defesa de mães e familiares de vítimas da letalidade policial. Moradora da favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro, Ana Paula tornou-se referência nacional e internacional após a morte de seu filho Johnatha, em 2014, durante ação policial.

Johnatha tinha 19 anos de idade quando cruzou com um tumulto entre policiais e moradores da favela de Manguinhos. Um agente da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) disparou e atingiu o jovem nas costas. O processo continua sem um desfecho, à espera de novo julgamento.


Leia também

Colisão entre carro e moto deixa duas pessoas feridas no Centro de Niterói

Lote extra de R$ 156,4 milhões do abono salarial será pago hoje


Ana Paula transformou o luto em luta, cofundando o movimento Mães de Manguinhos, coletivo de mulheres negras que denuncia o racismo institucional e cobra responsabilização do Estado em casos de homicídios, prisões ilegais e outras violações. Sua atuação também integra a Rede de Assistência às Vítimas da Violência de Estado (Raave), que oferece apoio psicossocial às famílias e articula propostas de reformas legislativas.

Apesar das ameaças e intimidações que enfrenta, ela continua sendo uma das vozes mais ativas no país no enfrentamento ao racismo e à violência policial.

Após a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro no final de outubro, Ana Paula defendeu mecanismos de regulação e transparência das operações em favelas.

“O que a gente está cobrando é que as operações policiais aconteçam dentro da legalidade, assim como acontece em outras regiões onde as pessoas têm nível econômico maior e as coisas acontecem com respeito”, disse a mãe de Johnatha.

Matérias Relacionadas