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'Ela o tratava como um Deus': Dor e revolta marcam a despedida de Shayene Araújo

Crime cometido por sargento da PM chocou familiares e amigos da vítima

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena | 18 de setembro de 2025 - 15:09
O último adeus à jovem aconteceu às 13h, no Cemitério Municipal de Itaboraí
O último adeus à jovem aconteceu às 13h, no Cemitério Municipal de Itaboraí -

"Ele acabou com a vida de quem dava a vida por ele. Ela cuidava dele, deu uma família para ele, tratava-o como um Deus. E ele fez isso com ela. Shayene foi uma ótima mãe, ótima irmã, ótima filha, ótima amiga e ótima esposa. Ninguém tem nada de ruim para falar dela aqui. Ela era minha companheira e eu não sei como vou seguir sem a minha irmã".

A fala emocionada é de Dayene Araújo, de 31 anos, após o sepultamento da irmã, Shayene Araújo, de 27 anos, morta com um tiro na nuca, na última terça-feira (16). O crime aconteceu dentro de casa, onde estavam os dois filhos da vítima, um bebê de dez meses e um menino de 9 anos. O marido de Shayene, Renato César Guimarães Pinna, um sargento da PM, foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio.


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O último adeus à jovem aconteceu às 13h, no Cemitério Municipal de Itaboraí. Dezenas de amigos e familiares acompanharam a despedida. A mãe da jovem, muito abalada, precisou ser amparada durante toda a cerimônia fúnebre, mas fez questão de deixar questionamentos: "Eu queria saber cadê a polícia que nunca apareceu, mesmo depois de todas as ligações para o 190? Por que ele fez isso com a minha filha?".

Imagem ilustrativa da imagem 'Ela o tratava como um Deus': Dor e revolta marcam a despedida de Shayene Araújo

O irmão de Shayene, Alexandre Araújo, de 33 anos, também fez questão de destacar o amor da família pelos sobrinhos. "Eles sempre foram nossos amores e vão seguir com a gente. O que passou não volta".

O sargento era lotado no 35º Batalhão, mas estava cedido a Maricá. Parente de um político, pessoas próximas do casal afirmaram que ele parecia não ter medo de nada e acreditava que nunca seria punido por qualquer coisa que cometesse.

Imagem ilustrativa da imagem 'Ela o tratava como um Deus': Dor e revolta marcam a despedida de Shayene Araújo

Amiga da vítima, Caroline Nune, 30 anos,  também sofreu violência doméstica de um policial, mas nem essa informação fez com que Shayene se abrisse para a amiga. "Ela sabia o que eu tinha passado, mas ela nunca me contou nada. A mulher fica presa numa teia. É medo, vergonha. Não é fácil se abrir. Não é fácil conviver com a violência dentro de casa. Enquanto a gente está aqui enterrando ela, pode ter certeza de que tem alguma mulher sendo morta. Nossa pergunta é: até quando isso vai durar?".

Imagem ilustrativa da imagem 'Ela o tratava como um Deus': Dor e revolta marcam a despedida de Shayene Araújo

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