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Acidentes com moto voltam a lotar hospital em São Gonçalo

De janeiro a junho deste ano foram contabilizadas 3.078 vítimas de acidentes de moto com entrada no Hospital Estadual Alberto Torres

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 08 de setembro de 2025 - 08:25
O número de registros de acidentes com motos vem aumentando a cada dia
O número de registros de acidentes com motos vem aumentando a cada dia -

Nas últimas 24 horas, a emergência e o Centro de Trauma do Hospital Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, registrou a entrada de 36 pacientes vítimas de acidente de moto -- oito oriundos do bairro de Itaúna – entre quedas, atropelamentos ou colisões. Todas as vítimas, com ferimentos de alta e média complexidade, chegaram através do Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Militar ou foram socorridos por amigos e parentes. Três estão em estado grave.

De janeiro a junho deste ano foram contabilizadas 3.078 vítimas de acidentes de moto com entrada no Hospital Estadual Alberto Torres. O número é 31,9% maior do que o mesmo período do ano passado, quando 2.334 acidentados foram para o hospital. Do total deste ano, 2.154 são vítimas de acidente em São Gonçalo, um total de 70%. Por isso, a Prefeitura de São Gonçalo em parceria com o Heat, realiza a campanha “Imprudência custa caro” para alertar motoristas sobre os perigos da irresponsabilidade no trânsito.


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Um dos coordenadores do serviço de ortopedia do Heat, o médico ortopedista Carlos Neves destaca a concorrência desleal que os acidentes de moto causam no complexo hospitalar. As cirurgias eletivas de idosos e crianças, por exemplo, são adiadas. Há também maior demanda para as equipes médicas para atender as emergências e os altos e maiores custos impedem que novos serviços sejam implantados.

“Os acidentes impactam diretamente na nossa assistência. Os de moto são 80% deles. É uma concorrência na demanda trivial do dia a dia. As fraturas dos idosos, crianças e adolescentes em idade escolar e os pequenos acidentes ficam para depois porque a gente tem que parar tudo para atender a emergência do trauma de alta complexidade. E, infelizmente, a maioria é acidente de moto com um perfil bem característico: idade entre 18 e 30 anos com pico de 20 anos. E ainda há adolescentes sem habilitação conduzindo moto e se acidentando”, explicou o ortopedista.

Os aumentos significativos também impactam em outros setores além da urgência e emergência. E os custos estão cada vez mais altos, já que os traumas também são cada vez piores. “São traumas cada vez mais desafiadores. São politraumatizados e polifraturados em que há necessidade de implantes especiais de alto custo, medicações de alto custo, mais tempo de terapia intensiva e tempo estendido de internação hospitalar, ocupando leitos. Depois dessa assistência, a vítima ainda tem um longo percurso em reabilitação porque o paciente não sai apto para voltar às atividades sociais e laborativas. Ele continua gerando um alto custo para os contribuintes”, concluiu o médico.

Após as internações no Heat, 50% dos pacientes seguem para a reabilitação nas unidades de saúde municipais. Nos primeiros seis meses deste ano, 1.539 pessoas deram continuidade ao tratamento de fisioterapia e consulta ambulatorial com ortopedista em uma unidade municipal.

“A palavra é educação. A maioria dos acidentes é por imperícia, negligência ou imprudência. Medidas simples de educação no trânsito, consciência, não só do motorista da moto, mas de todos os envolvidos, poderiam reduzir muitos acidentes. A grande mensagem é que a imprudência custa caro para todos. Não é só para a vítima, mas para quem cuida da vítima e para toda a sociedade. Esse indivíduo vai continuar gerando gastos com tratamento por longo período ou permanentemente”, finalizou.

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