Café mais barato? Queda de preço é registrada após 18 meses, mas consumidores ainda não sentem alívio no bolso
Apesar de redução de 1,01% apontada pelo IPCA, consumidores relatam alta nos preços e seguem buscando marcas mais acessíveis nas prateleiras

O café, um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, registrou uma redução de 1,01% no preço, conforme aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É a primeira queda em 18 meses. Apesar disso, muitos consumidores ainda não sentiram a diferença no bolso e continuam optando por marcas mais baratas.
Especialistas explicam que a redução está relacionada à safra positiva de julho. Mesmo assim, nas gôndolas dos mercados, a percepção dos consumidores é diferente: muitos afirmam que, na prática, o café continua caro, ou até mais caro do que antes.

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“Não senti redução no preço, as prateleiras do mercado me mostram isso. O que baixou, não foi o café que eu costumo comprar. Existem algumas marcas mais baratas, mas não são tradicionais. Um café de 250g que eu pagava R$ 7 há um ano, hoje custa, em média, R$ 18. Ou seja, mais que dobrou. Se tivesse acompanhado a inflação, esse mesmo café estaria entre R$ 9 e R$ 9,50”, relata o comerciante Alexandre Cardoso, de 55 anos.

Para que um café de qualidade volte para a xícara dos brasilieros e deixe de ser um produto amargo para as finanças, o café que em algumas marcas ultrapassam R$30, deveria ter uma queda de pelo menos R$5 no seu valor total.
“Tá muito caro! Se fosse para R$ 25 já estaria bom. A marca que gosto ainda não reduziu. O café vai diminuir na minha rotina por causa do preço. Eu não sei como a gente pode continuar comprando sem sentir no bolso”, afirma o porteiro André Cunha, de 60 anos.
Apesar da resistência nos preços, alguns consumidores já notam leve melhora, mesmo que tímida.

“Senti um pouquinho a queda, mas não em todos os lugares. Aqui o preço está bom, por isso estou levando. Ainda precisa baixar mais. Se chegar a R$ 20, já dá para consumir com mais tranquilidade. O café nunca saiu da minha rotina, mas reduzi bastante. Já troquei de marca várias vezes e compro sempre o que estiver mais em conta”, conta a dona de casa Marilene Odete, de 69 anos.

Enquanto a expectativa de mais cortes no preço continua, o café segue como um item essencial no dia a dia, mas cada vez mais desafiador para o bolso do consumidor.
Sob supervisão de Marcela Freitas