Incêndio de grandes proporções atinge fábrica da Crac em São Gonçalo; Vídeo
Sete funcionários estavam na linha de produção no momento do incêndio, mas ninguém ficou ferido; Segundo o sócio proprietário da empresa, o ocorrido não irá afetar a entrega dos produtos

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Fábrica Crac, localizada na Rua Martins Sarazzate, no bairro Marambaia, em São Gonçalo, na noite dessa segunda-feira (21). De acordo com Márcio Picanço, sócio proprietário da empresa, a primeira intercorrência aconteceu por volta das 20h, quando a brigada de incêndio interna, composta por funcionários treinados, realizou a primeira atuação para que o fogo não se alastrasse para outras áreas da empresa, até que o Corpo de Bombeiros chegasse.
Segundo Márcio, o incêndio aconteceu na linha de produção da batata palha, onde sete funcionários estavam na linha de produção, mas nenhum deles ficou ferido.
"A gente ainda não sabe o que pode ter provocado o incêndio, ainda está sendo apurado, e em relação aos prejuízos, iremos fazer um levantamento e relatório. Estamos implantando um novo sistema de incêndio, e também estamos num período de ampliação, vendo agora como vai ficar esse pós para criamos um cronograma de ação para poder amenizar os danos e dar continuidade ao nosso trabalho, que é o principal", contou Márcio Picanço.


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Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o local em chamas.
Produção e entrega de mercadorias
Ainda de acordo com o sócio proprietário da Crac, esta é a primeira vez que um incêndio dessa proporção atinge a fábrica, que tem 40 anos de história.
"A gente só tem a agradecer ao Corpo de Bombeiros pela pronta resposta, eles foram muito rápidos, e fizeram um trabalho muito eficaz, nos apoiando nesse momento difícil. Nós estamos trabalhando desde ontem para criar saídas e soluções e já temos o planejamento para que o nosso abastecimento não seja comprometido, então a gente acredita que não irá afetar a distribuição dos nossos produtos, devido, também, às boas parcerias que nós temos. Além disso, temos uma unidade fabril no estado do Paraná, que nesse primeiro momento vai suprir parcialmente a demanda do Rio de Janeiro, até que a gente construa uma nova planta mais bonita, mais moderna, e mais produtiva para atender o mercado do Rio, e para gerar mais empregos na nossa cidade, São Gonçalo", afirmou Márcio.
"Estamos tristes porque é uma perda e vai ter essa interrupção momentânea, mas são 40 anos de lutas, de superação, e esse vai ser mais um desafio a ser superado. Estamos confiantes e temos certeza que vamos sair dessa fase melhores do que estamos entrando, isso a gente não tem dúvida, vamos dar a volta por cima", completou o sócio propierário.
História da CRAC
Tudo começou na década de 80, quando três cunhados, Carlos Aníbal, Manoel Luiz e Renato Cerqueira traçaram uma história que iria ditar novos costumes às mesas brasileiras. Os três tiveram a oportunidade de visitar uma fábrica de batatas chips que estava à venda. Ali, não deu negócio, mas foi o suficiente para plantar uma semente na cabeça dos empresários, que tiveram a ideia de fundar uma fábrica local em Niterói.

Em 4 de agosto de 1985, os três começaram com um empreendimento de produção de batatas chips intitulado como ‘Crac’, o nome é uma onomatopeia que faz referência ao barulho crocante da batata. Para acompanhar a fábrica, inauguraram uma loja que ofertava os produtos produzidos.

No entanto, com a progressão das produções e das vendas, um dos sócios teve uma percepção diferente. Enquanto comia um dos pratos que costumava pedir nos restaurantes, o filé à francesa que leva como ingrediente a batata palha, Renato Cerqueira, que era professor da Fundação Getúlio Vargas e (FGV) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), perguntou-se porque a batata neste formato não era comercializada. A dúvida incitou a curiosidade, que por sua vez, acordou a vontade de fazer batatas palhas para venda. Neste ponto, Cerqueira deixou a bagagem um pouco de lado e se aventurou no empreendedorismo culinário.
Até então, a batata palha era feita artesanalmente nos restaurantes ou nas residências, fora isso, era como caviar no ditado ‘’nunca vi, nem comi, eu só ouço falar’’. Com a produção da batata no novo estilo e a inserção do produto no mercado, as receitas foram se reinventando. Com o passar dos anos, a empresa montou um sistema de franquia que contava com 46 lojas. Além da expansão da marca, houve um investimento no marketing. As funcionárias vestidas de vermelho panfletavam e ensinavam os brasileiros a incluírem a batata nas refeições e consumirem o salpicão, o cachorro-quente e o tradicional strogonoff com a batata palha. Por consequência, os costumes culinários não só dos niteroienses, mas dos brasileiros em geral foram modificados.
Já no fim da década de 90, a Crac recebeu a oportunidade de ampliar ainda mais sua comercialização, em 1996 o grupo Sendas propôs que as batatas fossem vendidas não só nas lojas, mas também fossem para as prateleiras dos supermercados. No ano seguinte, a Crac adicionou à sua lista de produtos o biscoito de polvilho.
Apesar de já terem conquistado certa estabilidade com a inclusão das amarelinhas nos pratos dos brasileiros, a empresa não parou por aí. Já na primeira década deste século, em 2010, a fábrica criou o "Cracquinhos" voltado para o público infantil. A relação com os pequenos, segundo o diretor comercial da empresa, é forte. A fábrica recebe anualmente cerca de 2500 crianças.
Além da linha infantil, a linha do tempo de inovação da empresa foi estendida ao ano de 2011 com a adesão da batata extrafina. Já em 2014, a indústria deu outro grande passo criando a linha de refrescos de copo e garrafas de xarope "Guaracrac". Se a Cracquinhos esteve vinculada às crianças, o Guaracrac foi íntimo aos costumes dos gonçalenses.
A todo vapor
Décadas de existência e produção a todo vapor. Hoje, o fundador Renato Cerqueira não está vivo para continuar sua história, no entanto, seus filhos Lucio, Marcio e Renata deram seguimento ao seu legado. Atualmente, a Crac conta com duas unidades fabris localizadas em São Gonçalo, Rio Bonito, e uma no estado do Paraná.