Placa em homenagem a Juliana Marins é inaugurada no mirante que carrega seu nome na Praia do Sossego, em Niterói
A cerimônia de inauguração foi repleta de emoção e agradecimento por parte da família pelo carinho que receberam

A cerimônia de inauguração da placa em homenagem a jovem publicitária e moradora de Niterói, Juliana Marins, de 26 anos, que morreu enquanto fazia uma trilha na Indonésia, promovida pela Prefeitura de Niterói, ocorreu na manhã desta terça-feira (8), no Mirante Juliana Marins, na Praia do Sossego, em Camboinhas, e contou com a presença da família Marins. O ato foi recheado de emoção por parte dos presentes, que mesmo sem conhecer pessoalmente a jovem, puderam entender o que a sua vida simbolizou.
A cerimônia carregada de comoção teve início com as músicas preferidas de Juliana, tocadas pelo Programa Aprendiz Musical. O prefeito de Niterói Rodrigo Neves explicou que, apesar de uma singela homenagem, a placa simbolizava um ato de cuidado com a família Marins e que o lugar, que agora carrega o nome da jovem, era amado e frequentado pela moradora de Niterói.

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"Deus nos deu um dia maravilhoso, lindo, para essa homenagem, nesse lugar, que na minha opinião é um dos mais lindos e especiais de Niterói. É um lugar que Juliana gostava de frequentar, curtia, amava. [...] E aqui fazemos essa homenagem, uma homenagem pelo fato dela ter amado tanto esse lugar. Eu falei esse dias, que não tem como a gente homenagear só pessoas públicas, políticos, artistas que se destacam, mas também pessoas que anonimamente constroem o dia a dia de uma cidade, e ela construiu, estudou no Pedro II, conviveu com seus familiares, amigos, sempre transmitindo aquele sentimento que vimos nas fotos, quem não conheceu a Juliana e passou a conhecer nesses dias, não tem como não ter empatia e gostar dela como se fosse parte da nossa família, com aquele sorriso lindo, com amor a vida. Ela queria descobrir o mundo, o mundo acabou descobrindo ela, claro, de uma maneira muito dramática, mas eu tenho certeza que o Manoel, Estela e Mariana, ficam um pouco mais acolhidos e confortáveis com essa homenagem, disse o prefeito Rodrigo Neves.

Os pais da publicitária, Manoel e Estela Marins, agradeceram o cuidado e amor que a família vem recebendo por parte de toda a cidade de Niterói, seja por meio da população, com palavras de afeto e acolhimento, seja por parte dos governantes que apoiaram a família desde o começo do resgate.
"Muito obrigado pela homenagem, obrigado pelo carinho, acolhimento e sua humanidade (prefeito). [...] Obrigado, por essa homenagem linda, maravilhosa. [...], apesar do momento, apesar da tragédia que foi, isso aquece um pouco o nosso coração. Eu tenho certeza, que de hoje em diante eu virei muito mais a praia do Sossego do que vinha antes", disse o pai da jovem, Manoel Marins.

"Eu quero agradecer também as pessoas que nos acolheram, que nos abraçaram, aqueles desconhecidos, aqueles anônimos. Eu quero dizer a todos aqueles que nos enviaram carinho, enviaram mensagens e nos abraçaram de um modo todo especial. Muito, muito obrigada, nós só temos a agradecer porque todo esse carinho nos confortou e tem nos confortado. Alguém falou assim 'essa família não chora', não, a gente chora, mas a gente tem um conforto muito grande porque a gente sabe que temos um gancho que segura a nossa mão e foi o gancho que segurou a mão da Juliana. Então, a gente está confortado pelo carinho de vocês, estamos confortados por tudo que a gente recebeu até aqui", disse a mãe enlutada Estela Marins.

Foram instaladas duas placas em homenagem a Juliana, uma no mirante, que também carrega o seu nome, de frente para o mar da Praia do Sossego e a segunda em uma trilha que leva ao mirante. Na placa há imagens de Juliana feliz e espalhando alegria, uma forte característica de sua personalidade, mas acompanhada com dizeres emocionantes: ‘Juliana Marins, jovem publicitária niteroiense que amava Niterói e queria descobrir o mundo. Sua lembrança será sempre sinal de respeito ao que é belo e ao que é conquista’.

Em uma entrevista exclusiva com o Jornal O São Gonçalo, Mariana Marins, irmã da moradora de Niterói, disse que espera que o local seja aproveitado pela população da cidade e desejou que as pessoas lembrem do lugar como um ponto de coragem.
"Acho que é um ponto que a gente vai sempre lembrar de coragem, de poder viver, porque às vezes a gente só está ali no dia a dia, sem lembrar muito que a gente está vivendo, então, fazer coisas novas tentar coisas novas está com os amigos, está com que a gente ama, por mais que a pessoa não seja uma pessoa aventureira, mas tem coisas que a gente precise fazer para se sentir bem, lembrar às pessoas o quanto elas são queridas e isso tem me feito pensar muito esses dias, das coisas que eu acabei deixando de fazer com a minha irmã, e tudo que eu acabei deixando de fazer junto com outras pessoas, então acho que isso pode ser um lembrete muito grande do quanto a gente está vivo ter a conexão com as pessoas e está com essa conexão com a gente mesmo. Então, acho que eu gostaria muito que isso representasse esse amor pela vida, essa coragem de viver, esse amor pelas pessoas que estão perto da gente, que a gente precisa demonstrar muito isso o tempo todo, porque a gente não sabe, infelizmente, quanto tempo mais vamos ter para isso, para a gente acaba não tendo arrependimentos no futuro, em relação a algo que a gente deixou de fazer. É esse pacote todo que isso representa e que eu espero que represente também para as pessoas que lembrem quando verem a placa, frequentar o lugar, também sintam isso”, disse Mariana Marins.

Juliana Marins
A jovem moradora de Niterói, Juliana Marins, de 26 anos, morreu há um mês, após cair de uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Na época, as equipes de resgate do país demoraram para alcançar a brasileira, o que resultou em mais algumas quedas da publicitária, que não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia 25 de junho.
O corpo de Juliana foi enterrado no Parque da Colina, em Niterói, na manhã da última sexta-feira (4). O velório da jovem foi aberto ao público, para que as pessoas que acompanharam a história desde o início e sentiram Juliana como parte da família, também pudessem se despedir e prestar homenagens.


