Velório de Juliana Marins é marcado por comoção e críticas ao resgate: 'A morte dela não pode ter sido em vão'
Manoel Marins também informou que Juliana não será mais cremada, como havia solicitado anteriormente, e sim enterrada

Familiares, amigos e até mesmo desconhecidos que acompanharam o caso de Juliana Marins se reuniram na manhã desta sexta-feira (4) para dar o último adeus à niteroiense de 26 anos, que morreu ao cair em uma trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, no dia 21 do mês passado, após esperar quatro dias por resgate.
O início da cerimônia, que foi aberta ao público das 10h às 12h, no Cemitério e Crematório Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, foi marcado pelo emocionante depoimento de Manoel Marins, pai de Juliana, que fez questão de falar com a imprensa sobre assuntos relacionados ao resgate e às lembranças da jovem niteroiense.
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Sr. Manoel fez questão de ressaltar a insatisfação da família diante da demora para o resgate da turista brasileira.
"A Indonésia, um país turístico, mundialmente conhecido e que depende do turismo para sobreviver, deveria ter mais estrutura para resgatar as pessoas que passassem por um infortúnio desses, mas infelizmente não tem. Eu soube lá, em reunião com a Defesa Civil local, que eles têm apenas um helicóptero para resgate, que fica em uma ilha longe da ilha em que a Juliana estava. Então, o helicóptero que eles estavam contando para usar era de uma mineradora, que foi cedido para eles", iniciou.
"Nós vivemos em um país em que estamos acostumados com um resgate pronto, imediato [...] só que fora do Brasil, principalmente nesses países mais pobres, as coisas não acontecem assim, mas deveriam acontecer, porque os recursos para isso não são muito grandes. Eu ficava até com pena do pessoal da Defesa Civil de lá, porque eles têm boa vontade, mas não têm os recursos", continuou Manoel Marins.

"Eu soube recentemente pela Embaixada que o próprio governo central da Indonésia está revendo os protocolos. E eu disse: 'Se vocês conseguirem fazer isso, evitar novas mortes, eu vou sentir que a vida e a morte da Juliana não foram em vão, porque ela certamente evitará muitos outros casos como esse [...] Um país que vive do turismo precisa rever seus protocolos, para que outras Julianas não venham a perder a vida", disse.
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