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Inflação desacelera no Rio, mas café ainda pesa no bolso do consumidor

O Rio de Janeiro registrou a quarta menor inflação do setor de alimentos; O resultado fluminense foi inferior à média nacional (+0,83%) e, regionalmente, o segundo menor, à frente apenas de Minas Gerais (+0,25%) no Sudeste

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 15 de maio de 2025 - 08:00
Mesmo após dados apontarem uma desaceleração em relação aos meses anteriores, o preço do café segue sendo inimigo dos consumidores
Mesmo após dados apontarem uma desaceleração em relação aos meses anteriores, o preço do café segue sendo inimigo dos consumidores -

Em abril deste ano, o índice de inflação da alimentação no domicílio, que concentra os alimentos e bebidas vendidos nos supermercados, subiu 0,45% no Rio de Janeiro. Este foi o oitavo mês consecutivo de inflação no setor, porém, o segundo de desaceleração, o que traz esperança para os supermercadistas e consumidores, com a possibilidade de menor inflação nos próximos meses. A descompressão do setor de alimentos também contribui para um índice geral de inflação (+0,16%) menor no Rio em abril, na comparação com março (+0,53%) e fevereiro (+1,40%), segundo a consultoria econômica da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), que analisou os dados do IPCA/IBGE.

Segundo levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado na última sexta-feira (9), o preço do café moído já teve uma alta de 80,2% nos últimos 12 meses, subindo 4,48% somente em abril. Porém, essa é uma desaceleração em relação aos meses anteriores. Em março, por exemplo, a alta foi de 8,14%. Em fevereiro, a inflação do café foi de 10,77%, a maior subida mensal em 26 anos. 

Os alimentos e bebidas determinantes para a inflação no setor no Rio em abril foram: frango em pedaços (+3,33%), café moído (+6,64%), biscoitos (+2,35%), leite longa vida (+1,66%) e alcatra (+0,58%), além dos artigos de higiene pessoal, como papel higiênico (+3,10%), produto para higiene bucal (+1,91%), fralda descartável (+1,71%) e sabonete (+1,65%). Por outro lado, registrou queda de preços: desodorante (-1,12%).

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Desaceleração

Porém, um pequeno alívio para o bolso da população fluminense. Os itens determinantes para essa pequena deflação foram: papel toalha (-1,60%), amaciante e alvejante (-0,86%), sabão em pó (-0,65%) e água sanitária (-0,61%).

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Em relação ao café, a alta do preço no Brasil tem sido mais forte nos pacotes vendidos nos supermercados do que na bebida servida em bares e restaurantes. O preço do cafezinho servido fora de casa teve uma alta de 2,71% em janeiro, abaixo do aumento do café moído. Mas, independente da observada desaceleração, a alta no preço do café segue sendo motivo de preocupação entre consumidores.

A fim de ouvir a opinião da população que, diariamente, vai aos mercados em busca dos melhores preços, O SÃO GONÇALO visitou dois estabelecimentos de Niterói, mostrando que as prateleiras permanecem cheias, mas os carrinhos, nem tanto.

"Não percebi nenhuma diferença positiva neste mês em comparação com os últimos, porque pra gente que compra, o preço do café ainda está muito alto. Eu por exemplo tomava um cafézinho o dia todo, e agora só tomo de manhã, pingado no leite. Esse mês comprei 250g do café Pilão e comprei também o solúvel para colocar no leite. Antigamente não era assim, dava pra comprar tranquilamente, e agora tenho que fazer o possível para economizar e durar o mês todo", contou Célia do Carmo. 

De acordo com a consumidora, a economia está sendo feita dentro de casa, com o menor consumo do produto, fazendo com que o mesmo renda ao máximo
De acordo com a consumidora, a economia está sendo feita dentro de casa, com o menor consumo do produto, fazendo com que o mesmo renda ao máximo |  Foto: Layla Mussi

Para Maurício Santos, também consumidor do amado "cafezinho", tem sido cada vez mais difícil de comprar os produtos e até mesmo as marcas nas quais sempre teve preferência.

"Está cada vez pior, tenho comprado sempre o mais barato. No mês passado até comprei um café de uma marca mais barata, e hoje vim procurar e nem tem mais. Nem dá mais pra escolher os que a gente comprava e gostava de tomar né, tem que ser o que dá, o que cabe no orçamento", disse o consumidor.

Para o consumidor, a única opção é procurar pelo menor preço
Para o consumidor, a única opção é procurar pelo menor preço |  Foto: Layla Mussi

"É um preço absurdo, né? Não dá pra aceitar uma coisa dessas. Eu só consumo café de dois em dois dias, mas sempre das marcas Melitta ou Pilão. Então fico nessa de pesquisar o melhor preço, ir de mercado em mercado. Mas não tem jeito, no fim das contas, a gente sai no prejuízo de qualquer forma, só de comprar um produto caro desse — mas que faz falta na nossa mesa", afirmou outra consumidora, Maria Lúcia de Moraes.

O que contribuiu para o aumento do café: 

- Calor e seca: o clima, no ano passado, gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, precisou abortar os frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento. Mas problemas, como geadas e ondas de calor, vêm acontecendo há 4 anos no Brasil. No período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro.

- Queda de oferta global: grandes produtores, como o Vietnã, enfrentaram problemas climáticos e sofreram quebra de safra.

- Maior custo de logística: as guerras no Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação.

- Aumento do consumo: o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Os produtores brasileiros têm aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente.

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