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Um gesto de amor coletivo

Escrito por Redação | 30 de maio de 2016 - 11:00

Adotar e Um gesto de amor. E A Concepção de Uma Nova Família Acontece Muito Antes de se conhecer o filho. Assim Como EM gestações, o candidato a pai UO Mãe Precisa Gerar no Coração a Vontade de Receber Um Novo Membro em Seu seio familiar. Mas Acolher Quem a vida abandonou NÃO E Tarefa Fácil, mas E o Que se propuseram 27 FAMÍLIAS gonçalenses Que, na jornal Última quinta-feira, os dados em Que se celebra o "Dia Nacional da Adoção", participaram de hum mutirão no Fórum Juíza Patrícia Lourival Acioli, não Colubandê.

Antes das audiências, pais e filhos se mostravam ansiosos, nos corredores. Abraços, cabeças baixas e muita tensão pareciam dar o tom. Após as audiências, o clima era outro. Lágrimas, sorrisos, abraços e comemorações marcavam as novas famílias.

Uma das primeiras famílias a participarem da audiência foi a operadora de caixa Janaína dos Santos, de 34 anos e do barbeiro Marcelo Antônio Tavares, 44. Eles saíram da audiência com a certidão da jovem V.C, 17, nas mãos.  A menina que, quando criança, era criada como irmã de Janaína acabou se tornando filha.

“Minha mãe apadrinhou V. com dois meses. A avó dela não pode cuidar e, com o tempo, ela passou a morar conosco. Há seis anos, a minha mãe morreu e passei a cuidar dela. Mas sempre tivemos muitas dificuldades por conta das documentações que estavam em nome da mãe biológica. Foi então que pedi a guarda dela e consegui finalmente a adoção”, contou.

Janaína, que tem dois filhos biológicos, garante não haver diferença entre eles. “Cuido de todos com a mesma responsabilidade e carinho. V. é a nossa primeira filha. Os irmãos se amam”, revelou.

V. confirmou o que disse a mãe adotiva. “Só lembro que sou adotada quando venho ao Fórum. Nosso convívio é de mãe e filha. Quando a minha mãe (mãe de Janaína) morreu, foi ela (Janaína) que me acolheu com carinho”, afirmou.

O casal Tereza Rosa de Jesus Silva, 58 e Pedro Pire, 57, também saíram satisfeitos da audiência. Eles adotaram quatro irmãos com idades entre 17 a 13 anos. 

“Era vizinha dos pais das crianças. Quando a VV., de 14 anos, nasceu o pai ficou muito doente. Ela que sofre de polineuropatia periférica (condição que afeta os nervos periféricos), assim como os irmãos, também ficou muito debilitada. Pedi para cuidar dela e, logo depois seu pai morreu. A mãe então deixou os outros três filhos na minha casa e, passei a ser a mãe deles. Queria muito adotá-los definitivamente e, graças a Deus, consegui”, disse Tereza que tem quatro filhos adultos e quatro netos.

Para a servidora pública Caroline Silvestre, 31, e o cabeleireiro Paulo Pereira, 33, a espera pela adoção do pequeno J., de 6 anos, demorou três anos. O menino, que é sobrinho de Paulo, nasceu em Minas Gerais e a dificuldade de localização de seu pai biológico atrasou a adoção. J. chegou à casa da família, com apenas 1 ano e 10 meses, e na época, o casal tinha apenas um mês de casado.

“A mãe biológica dele faleceu, e o pai não pode cuidar dele e dos outros cinco filhos. Quando meu marido soube do caso resolvemos adotá-lo. Agora estamos felizes por regularizar a situação. Como qualquer criança, ele é agitado e esperto. Um bom filho”, disse Caroline.

Para o instrutor de beleza Edimar Barbosa da Silva, 38, e o pedreiro Antônio Almeida Lopes, 56, os irmãos D. e C., de 14 e 12 anos, respectivamente, vieram para alegrar a vida do casal, que celebrará este ano 15 anos de união.

Edimar conta que, ao ver os filhos foi amor à primeira vista. Ele que realizava trabalhos sociais foi visitar um abrigo, e lá conheceu os meninos.

“Não pensava em adotar até que conheci as crianças. Nosso carinho foi de imediato. Resolvi então apadrinhá-los e só então avisei ao Antonio. Ele me apoiou e optamos por adotá-los. Estou há sete meses aguardando essa decisão. E graças a Deus, consegui”, contou.

Antonio, que tem outros cinco filhos de relacionamentos anteriores, disse que logo no início do processo as crianças tomaram ciência da condição sexual do casal e não se mostraram desconfortáveis.

“Eles se adaptaram muito bem a nossa família. Eles falaram que gostam de nós pelo ser humano que somos. Assim, como meus outros filhos, me apoiaram quando os comuniquei”, disse.

D. disse ter ficado muito feliz em ter ganhado uma família. “Eles são bons pais. Gosto muito de estar com eles”, afirmou.

Mais de 80 crianças vivem em abrigos no município 

De acordo com a juíza Juliane Mósso Beyruth de Freitas Guimarães, titular da Vara da Infância de São Gonçalo, o mutirão foi possível através de um esforço concentrado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ) para agilizar os processos de adoção. A escolha da data foi uma decisão da magistrada que quis dar visibilidade a um tema tão importante.

“Conforme o tempo vai passando, as possibilidades de adoção diminuem de acordo com o perfil escolhido pelo candidato. O intuito é agilizar e dar visibilidade à causa. Já organizamos aqui outras pautas, com muitos  processos, mas nessa quantidade é a primeira vez que acontece. Haverá outros mutirões já que são processos que precisam tramitar com maior rapidez”, explicou.

Ainda de acordo com a magistrada, o grande entrave pra as adoções é a localização dos genitores. “O que a lei diz é que só pode adotar se houver concordância dos pais biológicos, ou se eles forem desconhecidos ou destituídos do poder familiar. Se não há concordância, temos que procurá-los para que eles saibam que estão respondendo a um processo de destituição do poder familiar. Muitas vezes esses pais estão em local incerto  e, por isso, esses processos acabam demorando mais do que os outros”, argumentou informando ainda que até abril, 83 crianças estavam abrigadas em cinco instituições de São Gonçalo e também nos programa de acolhimento familiar.“Essa é uma quantidade expressiva, mas nem todas essas crianças estão em condições de serem adotadas. Muitas delas estão em processo de reintegração familiar e localização dos pais”, pontuou.

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