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Novo estudo revela que crianças ficaram 1cm mais altas; entenda

O trabalho realizado por pesquisadores da Fiocruz e de algumas Universidades, apontou também que meninos e meninas brasileiros estão mais obesos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 01 de abril de 2024 - 18:17
Este foi o primeiro estudo a utilizar dados longitudinais de medidas como peso e altura em uma população tão extensa
Este foi o primeiro estudo a utilizar dados longitudinais de medidas como peso e altura em uma população tão extensa -

Um novo estudo publicado no The Lancet Regional Health - Americas, considerada uma das melhores revistas científicas do mundo em saúde pública, afirmou que as crianças no Brasil estão ficando mais altas e mais obesas.

O trabalho, realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade College London, no Reino Unido, aponta para um aumento de 1 cm na trajetória de altura infantil.


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As prevalências de excesso de peso e obesidade também apresentaram um aumento considerável entre os dados analisados. Esse resultado se baseou na observação das medidas de mais de cinco milhões de crianças brasileiras, de 3 a 10 anos, entre 2001 e 2014.

Segundo os pesquisadores, este foi o primeiro estudo a utilizar dados longitudinais de medidas como peso e altura em uma população tão extensa para avaliar as tendências das trajetórias de IMC e altura.

“Esses resultados indicam que o Brasil, assim como todos os países do mundo, está longe de atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de ‘deter o aumento’ da prevalência da obesidade até 2030”, explicou a pesquisadora Carolina Vieira, associada ao Cidacs/Fiocruz Bahia e líder da investigação, em entrevista à Agência Fiocruz.

A equipe analisou o banco de dados formado pela vinculação de três sistemas administrativos: o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). No total, foram analisadas informações de 5.750.214 crianças, que foram divididas em duas coortes, considerando os nascidos de 2001 a 2007, e os nascidos de 2008 a 2014.

Ainda foram levadas em conta as diferenças entre os sexos declarados, ou seja, foi estimada uma trajetória média de índice de massa corporal (IMC) e altura para meninas, e outra para meninos. Os resultados mostraram um aumento na trajetória média de altura da coorte (grupo de pessoas, usado em estudos ou em investigação, que possuem características em comum), de 2008-2014 de aproximadamente 1 cm em ambos os sexos, em relação à coorte de 2001-2007.

Segundo Vieira, possuir uma estatura mais 'alta' está associado a desfechos positivos na saúde, como menor probabilidade de doenças cardíacas, derrame, e maior longevidade. O crescimento na altura das crianças brasileiras reflete o desenvolvimento econômico e as melhorias das condições de vida de anos passados.

No entanto, o aumento nos índices de sobrepeso e obesidade preocupam. Quanto à trajetória média de IMC, houve um aumento de 0,06 kg/m2 entre meninos e 0,04 kg/m2 entre meninas, para as duas coortes.

Na comparação entre as duas coortes, a prevalência de excesso de peso para a faixa etária de 5 a 10 anos aumentou 3,2% entre meninos e 2,7% entre meninas. No caso da obesidade, o aumento da prevalência passou de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas (um aumento de 2,7% e 2,1%, respectivamente).

O mesmo se deu para a faixa etária de 3 e 4 anos. Houve um aumento do excesso de peso em 0,9% entre os meninos e 0,8% entre meninas. Já para a obesidade houve um aumento de 4% para 4,5% nos meninos e de 3,6% para 3,9% nas meninas, ou seja, um crescimento de 0,5% e 0,3%, respectivamente.

Novos padrões na dieta, com destaque para o papel dos ultraprocessados, e o aumento do comportamento sedentário e inatividade física contribuem para esse cenário. Além disso, uma maior prevalência de obesidade traz consigo o risco do aumento de doenças crônicas não-transmissíveis.

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