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Dia dos Finados movimenta cemitérios em São Gonçalo e Niterói

Visitantes mantêm tradição da data

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena | 02 de novembro de 2023 - 14:39
Cemitérios voltaram a receber um grande número de visitantes
Cemitérios voltaram a receber um grande número de visitantes -

Sem velas, sem flores e sem lágrimas. O fim de um ciclo para início de outro. A renovação da fé, da crença e das histórias através dos novos membros da família nem sempre é possível, e manter a tradição do dia de finados tem sido um desafio para milhões de pessoas que resistem e ainda visitam cemitérios no dia de homenagear os mortos.

Em 2022, primeiro ano pós pandemia, o movimento nos cemitérios era calmo, sem grandes aglomerações e demonstrações de fé. Nesse 2 de novembro de 2023 a movimentação de pessoas cresceu, mas a história, e a visitação, mudou. Uma nova forma está sendo escrita.


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Imagem ilustrativa da imagem Dia dos Finados movimenta cemitérios em São Gonçalo e Niterói

Antes, o túmulo do 01N -233 no Cemitério São Miguel, onde foi enterrado o Palhaço Carequinha, era um ponto disputado de visitação. Flores, sempre renovadas e coloridas, marcavam o túmulo garantindo a cor e a leveza que o palhaço entregava aos seus fãs.

Nesta quinta-feira, o túmulo permaneceu sem nenhum visitante ao longo de toda a manhã. O vasinho de concreto ficou vazio, e a cor da poeira era a única vista por lá.

"Eu venho para limpar, e visito o último lugar onde minha avó esteve. Não tem nada a ver com fé. É só para manter mesmo", garantiu um jovem, que acompanhava a mãe.

Já a mãe dele, garantiu que a visita é calçada na fé e na certeza que a mãe sente que ela esteve ali.

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Contudo, mesmo com motivos diferentes, os jovens e os idosos voltaram a frequentar o local. Os cemitérios voltaram a receber um grande número de visitantes. As pessoas puderam acompanhar duas missas que aconteceram ao longo da manhã, e aproveitaram para limpar, visitar e acender velas para seus entes queridos.

No Cemitério São Gonçalo, no Camarão, a história se repetiu e a visitação seguiu como uma demonstração de fé dos mais velhos. Os poucos jovens que estavam no local, em sua maioria, estavam acompanhando os mais velhos.

"Essa meninada não acredita mais em nada. Enquanto eu for viva eu vou vir aqui. Mas sei que depois que eu morrer, ninguém vem mais", contou a aposentada Cleonice Gomes, de 71 anos.

Em Niterói, no Cemitério do Maruí, a manhã do feriado não foi diferente de São Gonçalo.

Apesar de ainda não ser como acontecia antes da pandemia, o local voltou a receber mais visitantes e o túmulo do Paulinho, a criança que foi santificada, ainda tenta resistir.

Imagem ilustrativa da imagem Dia dos Finados movimenta cemitérios em São Gonçalo e Niterói

Nos anos anteriores, familiares retiravam bolsas de brinquedos doados pelos fiéis, que agradecem as graças alcançadas colocando brinquedo no túmulo do menino. Nesta quinta-feira, o túmulo não tinha aglomeração, mas não estava esquecido.

"Nosso filho ficou muito grave no hospital há 18 anos. Primeiro pedimos a Deus, e depois viemos aqui e pedimos muito por ele ao Paulinho. Ele nos ajudou a gente vem agradecer todos os anos", afirmou o casal Fernanda e Ricardo Fangueiro, ambos com 46 anos.

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Ricardo destacou que conheceu a fé no Paulinho por causa da sua mãe e ele mantém a tradição, que visivelmente está acabando e deixando de ser conhecida dos mais jovens.

Às 16h acontece as últimas missas do dia nos cemitérios de Niterói e de São Gonçalo.

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