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10 dias de guerra: conflito entre Hamas e Israel ultrapassa 4 mil mortes

Brasileiros ainda aguardam autorização para sair de Gaza

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de outubro de 2023 - 12:07
Já foram registradas mais de 4 mil mortes em 10 dias de conflito
Já foram registradas mais de 4 mil mortes em 10 dias de conflito -

A guerra entre Israel e o Hamas já é considerada o conflito mais mortal da história de Gaza e em 50 anos para Israel. De acordo com atualizações feitas no último domingo (15), já são mais de 2,7 mil palestinos e 1,4 mil israelenses mortos no conflito que parece não ter previsão de terminar. Em seu décimo dia de guerra, estima-se que cerca de 199 pessoas estejam sendo feitas reféns pelo Hamas em Gaza.

Na última sexta-feira (13), Israel concedeu ao povo do norte de Gaza 24 horas para que mais de 1  milhão de pessoas deixassem suas casas e partissem para o sul do território, para fugirem do ataque terrestre que estava por vir. Em um comunicado televisionado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país estaria atacando seus inimigos “com uma força sem precedentes”, e que este ataque por terra, para atacar as equipes de foguetes palestinas e buscar informações sobre a localização dos reféns tomados pelo Hamas, seria apenas o começo.


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Em resposta, o Hamas divulgou uma declaração oficial em que pediam que a população não deixasse suas casas, pois a ocupação de militares de Israel seria, mais uma vez, uma tentativa de deslocar o povo palestino de suas terras. Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério do Interior do Hamas, Eyad Al-Bozom afirmou que o grupo estaria disposto a lutar ‘até a última gota de sangue’, e disse: "Dizemos ao povo do norte de Gaza e da Cidade de Gaza: fiquem em suas casas e em seus lugares".

Após o “aviso” de Israel, a Organização das Nações Unidas (ONU) se pronunciou, afirmando que o pedido para que os civis de Gaza deixassem o território era impossível de ser realizado "sem consequências humanitárias devastadoras", pois seriam muitas pessoas para se deslocarem em um espaço curto de tempo. Tal posicionamento gerou revolta por parte do governo israelense, que afirmou que a ONU deveria condenar o Hamas e apoiar o direito de autodefesa de Israel.

Em suas redes sociais, o chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, escreveu: "O laço em torno da população civil em Gaza está se apertando. Como 1,1 milhão de pessoas podem se deslocar por uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas?".

Com o apelo da ONU, de ONGs e da comunidade internacional, Tel Aviv acabou estendendo o prazo para a manhã do último domingo (15). Entretanto, dezenas de tanques já estavam posicionados na entrada de Gaza, ao sul de Israel. 

Apesar de terem estabelecido um prazo para que a população palestina deixasse o norte de Gaza em segurança antes dos ataques, Israel seguiu com ataques de mísseis na área, que, segundo autoridades da Palestina, teriam matado civis que faziam a travessia para o sul. 

No Sul de Gaza, a situação é de calamidade. Sem abastecimento de água, sem eletricidade e com os estoques de comida chegando ao fim, o território tem recebido cada vez mais palestinos em fuga após os avisos de ataques na região norte de Gaza, o que tem causado ainda mais desespero na população.

No site do escritório das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários (OCHA), informações divulgadas no último domingo (15) afirmam que todos os hospitais da Faixa de Gaza, que estão funcionando com reservas de combustível, devem ficar sem reservas em 24 horas. Segundo o órgão, “O desligamento dos geradores de reserva colocaria em risco a vida de milhares de pacientes”.

Em nota emitida pela Agência da Organização das Nações Unidas para refugiados palestinos, em suas redes sociais nesta segunda-feira (16), equipamentos médicos e combustível que estavam sendo enviados ao complexo da ONU em Gaza foram roubados. Ainda não se sabe quem foram os responsáveis.

Brasil e a guerra

Até o momento, 916 brasileiros, divididos em cinco voos, foram repatriados pelo governo federal. O último a pousar no Brasil chegou ao Rio de Janeiro na madrugada desse domingo (15), com um total de 215 brasileiros. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que um sexto voo está previsto para sair de Tel Aviv, em Israel, na próxima quarta-feira (18), para resgatar mais uma leva de brasileiros que desejam deixar Israel.

Na Palestina, um grupo de 28 pessoas aguarda autorização do governo do Egito para deixarem a Faixa de Gaza e encontrarem abrigo no país vizinho. No entanto, após passarem o domingo (15) aguardando, a liberação ainda não chegou. 

O grupo foi dividido em dois: 10 pessoas aguardam em Rafah, que fica a 1 km da fronteira com o Egito; e 18 aguardam em Khan Yunis, uma região mais afastada da fronteira, para onde foram levados pela Embaixada Brasileira na Palestina em um ônibus alugado. Segundo a Embaixada, o objetivo principal da travessia era levar os brasileiros em segurança até o destino. 

Duas opções de saída pelo Egito estão sendo estudadas pelos governantes brasileiros. A primeira delas é pelo aeroporto de Al-Arish, a 53km da Faixa de Gaza; e a outra é pelo Aeroporto do Cairo, a 350 km, que é a opção considerada a mais provável até o momento. O avião da Presidência da República está aguardando em Roma, na Itália, até que o resgate seja autorizado. 

Segundo o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, está tudo pronto para que estes brasileiros sejam resgatados assim que permitido. “Aguardamos apenas a abertura da fronteira e a autorização do governo egípcio. E quando os brasileiros passarem pela fronteira, haverá um outro ônibus que vai deslocá-los, e aí as informações ainda precisam ser confirmadas. Espero que a qualquer momento do dia de amanhã (segunda-feira, 16) isso possa ser feito. Mas, de novo, é difícil de prever. O importante é que do nosso lado, estamos prontos”, disse.

Ao todo, três brasileiros já morreram no conflito: Karla Stelzer, de 42 anos; Bruna Valeanu, de 24; e Ranani Glazer, também de 24. Todos estavam na festa Universo Paralello, uma rave com 3 mil pessoas que acontecia em Israel, próximo à Faixa de Gaza no dia 7 de outubro. O evento foi atacado pelo grupo extremista Hamas e teve 260 mortes confirmadas.

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