Deputado gonçalense é vítima de suposto ato racista em Aeroporto de Brasília
O parlamentar Prof. Josemar estava no distrito para participar de um Congresso do PSOL
![Josemar estava voltando ao Rio de Janeiro, depois de participar de um Congresso do PSOL em Brasília](https://cdn.osaogoncalo.com.br/img/Artigo-Destaque/130000/1200x720/Deputado-goncalense-e-vitima-de-suposto-ato-racist0013920900202310021616-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.osaogoncalo.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F130000%2FDeputado-goncalense-e-vitima-de-suposto-ato-racist0013920900202310021616.jpg%3Fxid%3D575238%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1713956964&xid=575238)
O deputado estadual Prof. Josemar, do PSOL, alega ter sido vítima de um ato racista no Aeroporto de Brasília, enquanto retornava de um Congresso no último domingo (1). Segundo o parlamentar, ele foi abordado para uma revista “aleatória", em que a maioria das pessoas abordadas eram negras, e ao questionar o motivo, não obteve nenhuma resposta das autoridades.
Em suas redes sociais, Josemar, de 47 anos, compartilhou imagens do momento da abordagem, em que se recusa a ir para uma sala restrita, sem entender ao menos o motivo de estar sendo abordado. Para O SÃO GONÇALO, o deputado contou, em detalhes, como tudo aconteceu.
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“Perguntei porque o procedimento estava acontecendo. Os seguranças disseram que não poderiam questionar e que eu deveria fazer [a revista] numa sala restrita. Abordei que não faria em nenhum espaço reservado, e eles então chamaram Policiais Federais, que ficaram com a arma em punho, como se estivessem atuando num conflito bélico.”, explicou o parlamentar, que também é professor de geografia.
O deputado então, continuou. “Queriam que apagasse a filmagem alegando que era proibido fazermos registros públicos. Não entregamos o celular, pois é um absurdo eles invadirem a nossa privacidade. Queriam nos impedir de seguir a nossa viagem com o argumento que estávamos violando a Resolução. Sabemos que resolução não é lei. E a mesma não proíbe que vídeos sejam feitos em aeroportos.”, disse.
De acordo com Josemar, os policiais federais agiram com deboche e de maneira autoritária ao tentarem impedir que a ação fosse gravada. Ele nega ter se recusado a fazer a revista, apenas solicitou que fosse onde estava, e não em uma sala reservada.
“Este é mais um ato racista que revela a estrutura social brasileira preconceituosa. Os Policiais Federais tentaram debochar e, de forma autoritária, impedir a filmagem. Tentaram usar de falso poder para nos coibir. Não me recusei a fazer a revista, mas não iria fazer em local reservado. Além disso, questionei porque só negros e negras são abordados, o que gerou a ira dos representantes do Aeroporto, não enxergando a estrutura preconceituosa que estavam envolvidos.”, afirmou.
“Se tentaram fazer isto comigo, que sou Deputado Estadual, imagina como é diariamente com negros que passam por aquele espaço? Nada justifica a ação da Polícia Federal e nada justifica que não possamos questionar essa lógica racista.’, finalizou o deputado Prof. Josemar, eleito em 2022.
Segundo o parlamentar, uma denúncia será encaminhada ao Congresso Nacional, e uma resposta formal será cobrada da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sobre o procedimento.
Sob supervisão de Marcela Freitas*