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Ibama reabre processo de crime ambiental contra Bolsonaro

Ex-presidente foi às redes sociais e afirmou ser alvo de perseguição; multa é de R$ 10 mil

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de setembro de 2023 - 19:21
Bolsonaro foi flagrado em 25 de janeiro de 2012 em um bote dentro da Estação Ecológica de Tamoios, em Angra
Bolsonaro foi flagrado em 25 de janeiro de 2012 em um bote dentro da Estação Ecológica de Tamoios, em Angra -

O Ibama reabriu o processo de crime ambiental contra Jair Bolsonaro e decidiu multar o ex-presidente em R$ 10 mil por infração cometida em 2012, em Angra dos Reis. O procedimento, referente à pesca ilegal, ocorreu no último sábado (16), por meio de um despacho do coordenador-geral do Centro Nacional do Processo Sancionador Ambiental. 

A revalidação da multa foi revelada pela Agência Pública e confirmada pelo O GLOBO, que realizou a apuração de que a medida faz parte de uma atuação geral do Ibama para rever decisões que anularam multas ambientais no governo anterior. A mudança de interpretação se baseia com base em um parecer da Advocacia-Geral da União.


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Durante o governo Bolsonaro, a AGU opinou pela nulidade do processo, considerando que ele já estava prescrito, isto é, o prazo para a aplicação da punição já havia passado. Na época, segundo a avaliação dos técnicos do Ibama e da AGU, o prazo de prescrição era de cinco anos e, portanto, havia se encerrado em 2017.

Agora, um novo parecer da Advocacia-Geral da União reavaliou o caso e considerou que o prazo para a aplicação da multa é de 12, e não cinco anos.

"O Ibama reabriu processo relativo à apuração da infração cometida pelo autuado (Jair Bolsonaro), tendo em vista que o prazo prescricional, quando da decisão proferida à época, não corresponde com o prazo legal aplicável. O despacho baseia-se em parecer da Advocacia Geral da União, que apoia a tese de que o prazo para a aplicação da multa não é de 5, mas de 12 anos", afirmou o Ibama.

Nesta terça-feira (19),  o ex-presidente criticou a decisão e disse ser perseguido. Bolsonaro afirmou que o Ibama desconsiderou que o inquérito já teria sido arquivado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Além disso, segundo o político, ele foi autuado ás 11h em Angra dos Reis, mas comprovou um embarque para Brasília, no aeroporto Santos Dumont, às 13h07 do mesmo dia.

"Fato: nesse dia e hora, Bolsonaro não estava no local da autuação", escreveu Bolsonaro, que completou com a frase "A perseguição continua".

O presidente foi flagrado por fiscais em 25 de janeiro de 2012 em um bote dentro da Estação Ecológica de Tamoios, em Angra, onde a presença é proibida no local. Ele foi fotografado por um agente do Ibama com uma vara de pescar. Na defesa apresentada, o presidente alegou que estava no aeroporto Santos Dumont na hora da multa. Bolsonaro, no entanto, cita a data em que o auto de infração foi lavrado, em março, não o dia em que a conduta foi flagrada, em janeiro. A demora entre o flagra e o registro formal aconteceu porque o presidente se recusou a apresentar os documentos, o que foi comunicado pelos agentes no processo.

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