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200 vezes mais doce que o açúcar: Entenda a polêmica do aspartame

Aditivo alimentar pode ser classificado como substância cancerígena pela OMS

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 07 de julho de 2023 - 11:46
Conclusões sobre a possibilidade de revisão sobre o uso das substâncias serão divulgadas no dia 14 de julho pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC)
Conclusões sobre a possibilidade de revisão sobre o uso das substâncias serão divulgadas no dia 14 de julho pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) -

Relatórios da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) revelaram informações nada doces sobre o adoçante artificial aspartame. Segundo a instituição, parte da Organização Mundial de Saúde (OMS) pode classificar a substância como "possivelmente cancerígena para os seres humanos".

Embora 200 vezes mais doce que o açúcar, a pesquisa não significa motivo de desespero por parte dos consumidores do adoçante, comum em bebidas ‘diet’ ou de baixo índice calórico, porque ele só apresenta efeitos nocivos a partir da ingestão de uma quantidade considerada alta. Por exemplo, um adulto de 60 kg só estaria em risco se consumisse todos os dias entre 12 e 36 latas de refrigerante diet, um patamar difícil de alcançar, concordam?

Além da presença do aspartame em refrigerantes diet, a composição também está presente em sorvetes, molhos, gomas de mascar, confeitos e guloseimas. No entanto, apesar da isenção no risco, o comitê FAO da OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares pretende revisar o uso da substância, já que, cerca de 95% dos refrigerantes efervescentes que utilizam adoçante, possuem aspartame. 

Coca-Cola utiliza do aspartame na versão diet
Coca-Cola utiliza do aspartame na versão diet |  Foto: Reprodução
 

O comitê de aditivos da OMS vai divulgar até o dia 14 de julho as conclusões sobre as revisões de redução que serão feitas sobre o uso da substância. 


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Por que ‘possivelmente cancerígeno’ e não ‘cancerígeno’
 

Apesar de tênue, existe uma diferença. A segurança dos aditivos alimentares é reavaliada regularmente. Os responsáveis pela análise do aspartame foram as duas agências: a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) e o Comitê Conjunto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA ).

As duas agências têm atribuições diferentes. O IARC analisa os perigos e o JECFA, os riscos. A distinção é importante, à medida que, dependendo da situação, um pode anular o outro. Por exemplo, o câncer de pele é causado pelo sol, no entanto, se expor ao sol não é suficiente para ter a doença, já que vai depender do tempo de exposição ao sol e se a pessoa usa ou não protetor solar. 

O trabalho do IARC é investigar possíveis causas de câncer e identificar os perigos. Para isso, são feitos relatórios em que são revisadas todas as evidências disponíveis, a partir dai, classificam-se os perigos em uma das quatro categorias:

Grupo 1: cancerígeno para humanos (evidência suficiente para câncer em humanos)

Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (evidência limitada em humanos, evidência suficiente em animais)

Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (evidência limitada em humanos, evidência insuficiente em animais)

Grupo 3: não classificável (evidência inadequada em humanos ou animais).

Analisando o aspartame à luz desses quatro grupos, é possível perceber que ele está incluso no grupo 2. Segundo a revista Galileu, o aspartame compartilha essa categoria com folhas de aloe vera, radiação eletromagnética, a droga para o coração digoxina e fumaça de escapamento de motores, entre muitas outras coisas. Para todos esses perigos, existem alguns dados limitados que sugerem que eles podem causar câncer, mas não que isso seja uma certeza. 

Coca-Cola insatisfeita 

Uma empresa muito famosa que utiliza da substância na composição de suas receitas é a queridinha Coca-Cola. Após a divulgação da possível redução da substância por recomendações da OMS, a multinacional rebateu a avaliação por meio de nota, classificando a avaliação da organização de saúde como ‘enganosa’.

‘’Contradiz décadas de evidências científicas de alta qualidade e poderia, desnecessariamente, induzir os consumidores a consumir mais açúcar, tudo com base em estudos de baixa qualidade.’’ declarou através do Conselho Internacional de Associações de Bebidas (ICBA). 

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