Terceirizados de restaurante da UFRJ paralisam atividades após três meses sem receber
Após interrupção nas atividades de quatro unidades, único restaurante aberto ficou fechado nesta quinta (15/12)

Depois do anúncio de que quatro dos cinco restaurantes universitários da UFRJ teriam suas atividades interrompidas por falta de verba, os funcionários terceirizados da única unidade em funcionamento paralisaram a atividade no local nesta quinta-feira (15/12). O grupo está sem receber salários desde outubro.
A paralisação aconteceu no RU Central, no Campus Fundão, única unidade em funcionamento em todo o coletivo de campi da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os funcionários, que prestam serviço a faculdade através de uma empresa terceirizada, organizaram uma manifestação no Centro do Rio para protestar contra a falta de pagamentos de seus salários e das bolsas dos estudantes.
A Pró-Reitoria de Gestão e Governança da UFRJ afirmou que a empresa contratada para o serviço tem enfrentado dificuldades para a manutenção integral do contrato desde o corte de verbas. A faculdade está estudando maneiras de normalizar o funcionamento.
Apesar da falta de remunerações estar relacionada a um empresa contratada da universidade, os cortes de verbas promovidos pelo Governo em instituições de ensino federais estão impactando o serviço, além de atingirem outras áreas da faculdade. As aulas no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da faculdade, por exemplo, precisaram migrar para o modo remoto nesta quarta (14/12) por conta da falta de recursos.
Além disso, as bolsas e auxílios oferecidos a alunos em condições de vulnerabilidade social também acabaram sofrendo cortes após o bloqueio de verbas, assim como os repasses feitos para garantir o funcionamento das linhas de ônibus internas da faculdade. Os transportes, que transitam de um campus a outro, precisaram ter sua grade horária remodelada para continuar funcionando mesmo com o corte.
"A situação é muito grave. Se o bloqueio não for revertido, não teremos como pagar os salários de cerca de 900 profissionais extraquadros que complementam a mão de obra do Complexo Hospitalar e da Saúde da UFRJ, que conta com nove unidades, entre eles o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do estado do Rio em volume de consultas ambulatoriais, e a Maternidade Escola da UFRJ, terceiro maior centro do planeta no tratamento da doença trofoblástica gestacional, um tipo de tumor que pode evoluir para o câncer de placenta", destacou a reitora Denise Pires de Carvalho.