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DJ Mamutt, grande lenda do funk, é sepultado nesta quinta em Niterói

Ele faleceu após um infarto na última quarta-feira (15). Mamutt foi uma grande lenda do funk no Rio de Janeiro

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 16 de junho de 2022 - 14:24
DJ Mamute é enterrado nesta quinta-feira (16)
DJ Mamute é enterrado nesta quinta-feira (16) -

Quem passou pelo Cemitério Maruí, no Barreto, nesta manhã de quinta-feira (16), pôde ver diversas pessoas reunidas vestidas com uma camisa com uma foto do DJ Mamute e a frase "Foi e sempre será a lenda do funk, DJ Mamutt". Foi assim que familiares e amigos do artista, considerado um ícone e precursor do funk, se despediram após seu corpo ser velado e enterrado. DJ Mamutt, que na verdade se chama Ronaldo Pimentel da Silva, tinha 63 anos, e morreu na última quarta-feira (15) após um infarto fulminante. Mamute chegou a ir até o posto de saúde mais próximo de sua casa, na Engenhoca, mas faleceu chegando no local. Seu corpo foi visto na entrada da unidade de saúde por um parente que passava pelo local. 

Com muita dor, a esposa de Ronaldo preferiu não falar com a imprensa. Ela estava bastante abalada com a perda de seu companheiro. Mamute estava com ela desde que ele tinha 19 anos de idade, na época, sua esposa tinha apenas 15. Os dois tiveram duas filhas: Camille, de 29 anos, e Caroline, de 24 anos.

Caroline conversou com O SÃO GONÇALO e contou como foi receber a notícia de que seu pai, seu grande amigo de vida, segundo ela, havia morrido. "Eu morava com ele e com minha mãe na Engenhoca, a gente morava em um prédio que é da nossa família. Eu lembro que recebi a notícia quando estava em um ônibus, voltando do trabalho, por telefone. Eu fui acudida pelas pessoas que estavam no ônibus comigo. Lembro que sai do ônibus correndo e peguei um carro de aplicativo para voltar para casa o mais rápido possível. Eu ainda tive que reconhecer o corpo dele, eu vi ele lá estendido, em via pública", disse ela que relembra que foi tudo muito doloroso.


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DJ Mamutt é conhecido por músicas como "Homem Mau", "Jack Matador" e "Big Mute". Caroline lembra que não conheceu muito do trabalho de seu pai de forma presencial, mas disse que ele estava sempre contando suas histórias na música. "Ele estava escrevendo um livro sobre as histórias da black music, então, ele sempre mostrava e contava para a gente as histórias. O meu pai era uma pessoa sem igual, meu melhor amigo, tudo que eu precisava falar, ele estava ali comigo. Metade do que eu sou hoje eu devo à ele e não é de bem material que falo não, mas do lado pessoal. Era conselheiro, um homem incrível e que ajudava a todo mundo. Vai ficar a saudade! Eu não estou enterrando só o meu pai, eu estou enterrando hoje o meu amigo, porque ele era o meu melhor amigo", contou ela.

Muitos amigos do DJ estiveram presentes. A capela localizada no Cemitério Maruí, no Barreto, estava cheia. Ele tinha ali, em seu último momento, a presença de mais de 100 amigos e parentes.

Mais de 100 pessoas lotaram o cemitério para se despedir do amigo
Mais de 100 pessoas lotaram o cemitério para se despedir do amigo |  Foto: Filipe Aguiar
 

Mariano Júnior era um dos dançarinos do DJ Mamute. Ele trabalhou com o DJ desde o fim dos anos de 1970 e contou que nunca discutiu com o amigo, que Mamute era uma pessoa que sempre vivia de bem com a vida e com o sorriso no rosto, mesmo em meio às adversidades. "Além de amigo, ele era uma pessoa muito carinhosa, parceiro de todos os momentos e criativo, por isso ficou conhecido como uma lenda no funk", disse ele que é de Itaboraí.

O Mister Mu, de 57 anos, que também é DJ e cantor, conhecia o Mamute há mais de 35 anos e afirmou que ele era um irmão para ele. "Ele era o irmão que eu não tive de sangue. Muitos eventos de flashback eu acabava indo por causa dele, temos uma amizade de anos, uma cumplicidade, uma amizade, um carinho, um amor fraterno mesmo. Nós sempre estávamos em contato um com o outro, se não fosse pessoalmente era por telefone, ou por espírito, erámos muito amigos. O DJ Mamute foi o responsável por levar o funk por São Gonçalo, Niterói, pelo Rio todo e até para o Brasil. Hoje o funk é internacional por ter começado com ele", disse o gonçalense cujo nome de batismo é Marcos Medeiros.

Carlos Machado, conhecido como o DJ Nazz, de 63 anos, também homenageou o amigo. "Hoje se perpetua na memória de todos nós a figura do Mamute, que foi muito importante para o funk music. Foi uma figura importante, que deu oportunidade para muita gente. Ele era um cara humilde, brincalhão, um bom amigo", disse o niteroiense ao OSG.

No momento que o DJ foi enterrado, todos os presentes prestaram a última salva de palmas para ele.

Em nota, a Furacão 2000 prestou homenagens ao grande nome do funk carioca. "A história do Funk perde uma de nossas lendas desse movimento, Dj Mamute. Que nesse momento de tristeza e luto haja paz, conforto, coragem e amor a todos os amigos e familiares. Nossos sentimentos", escreveu a empresa. 

A equipe Pipo's, que ajudou Mamute a realizar o 'encontro de massas' por anos, também emitiu uma nota sobre a morte do artista: "Hoje tivemos uma perda enorme e irreparável! Nos deixou um ser humano ímpar, um profissional que além de dedicado era incansável na busca de novos sons! O legado pro funk que o DJ Mamutt deixou, não precisa ser falado, todos sabem, todos ouviram. Como não lembrar de Jack Matador e Homem Mau? Isso pra citar só duas das muitas obras que ele junto com o dream team da Pipo's fizeram e ficaram eternizadas no mundo funk! Mamutt, você nos deixou mas nós iremos sempre lembrar de você de uma forma alegre e feliz pois assim era você! Pedimos a todos que lembrem sempre de você com muita alegria, pois era isso que você levava pra massa funkeira por onde você passava! Descanse em paz DJ Mamutt, O Comando da Massa!".

Ele faleceu na última quarta-feira (15)
Ele faleceu na última quarta-feira (15) |  Foto: Reprodução/Internet
  

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