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'Nova feira': Tradicional feirinha do Mauá volta ao salão com esperança de dias melhores

Estrutura mais enxuta tem causado estranheza aos antigos visitantes do espaço

Escrito por Daniel Magalhães | 07 de abril de 2022 - 17:03
Poucas opções de barracas têm causado estranheza nos frequentadores da feira
Poucas opções de barracas têm causado estranheza nos frequentadores da feira -

"Venha conhecer a nova Feira do Mauá. A qualidade que você já conhece e agora com uma novidade para você. É obrigatório o uso de máscara, mantenha o distanciamento social. Nova Feira do Mauá! Toda quarta-feira, das 15h às 21h!", diz em alto e bom tom a voz que ecoa de uma singela caixa de som colocada estrategicamente na porta do Salão do Clube Mauá para chamar a atenção de quem passa próximo ao Clube Esportivo para a tradicional feira, que acontece toda quarta-feira no endereço já conhecido por todos os gonçalenses.

A 'nova' feira é um recomeço para os feirantes e para quem visita o espaço após dois longos anos de uma intensa pandemia e o uso obrigatório de máscaras, além de novos hábitos de higienização. No local, entretanto, há diferentes expectativas para o retorno das feiras após esse tempo.

A Feira do Mauá, que por muitos anos estava sendo realizada nas dependências externas do clube - chegando até mesmo à calçada -, voltou ao espaço original: o salão do clube. Até poucos meses atrás o local foi um dos pontos de referência na vacinação contra a Covid-19 no município, mas agora com a vacinação avançada e com baixo risco de contaminação no município o espaço volta às origens dando lugar à feira. 

Nesta última quarta-feira (6), foi realizada, como anunciado, a primeira edição no salão. Segundo alguns dos feirantes, a mudança aconteceu por conta da chuva. Outros já relatam que a mudança foi necessária devido à baixa adesão de novos interessados em vender suas mercadorias na Feira do Mauá, sendo melhor reunir todos os feirantes em um espaço menor do que deixá-los dispersos na área externa. 

"Hoje é a primeira vez que o evento está sendo feito no salão. Ainda tem pouca gente porque muitos ainda estão com receio de sair de casa por causa da pandemia. A feira também tá um pouco vazia porque a pandemia prejudicou muita gente, tem gente que vem de longe pra cá, vem do Rio, de Friburgo e acaba não compensando.", disse um dos funcionários do clube que preferiu não se identificar. 

Usando máscara, a visitante Jandira Dutra estava no local dando uma ‘conferida’ nos produtos que estavam sendo feitos. Apesar de estar animada com a feira, sente que faltam opções, como era antes. “Espero que melhore, porque a gente estava acostumado a ter a Feira do Mauá cheia de barracas, mas entendo também que tudo tem que ser feito com mais segurança tanto para nós quantos para os feirantes.”, ressaltou.

Apesar de a feira ainda não estar nos dias de glória que vivia antes do coronavírus, grande parte dos feirantes e funcionários acreditam que a feira pode voltar a ser um sucesso de público conforme as contaminações e mortes por Covid-19 continuem caindo juntamente com as restrições que foram feitas devido a pandemia. É o que pensam Jurema Corrêa e a amiga Alessandra Cabral, que possuem uma barraca de venda de coxinha na Feira.

"O que acontece é que essa feira de hoje não é igual a antiga. Porque a antiga vinha gente de fora, lá de Itaipava, do Rio, Niterói, vinha ônibus de Petrópolis. Eu trabalho mais de 10 anos aqui e isso aqui bombava. Então hoje, as pessoas que frequentam aqui são mais quem mora perto.", disse Jurema. "Mas vai voltar sim, ainda mais agora com o decreto de que não vai precisar mais usar máscara, tem mais pessoas indo ao shopping, tem show acontecendo, então logo elas vão vir pra feira.", completou Alessandra, que disse que a feira mudar para o salão do clube é um 'recomeço' e uma volta às origens.

 

"Mas também aqui em cima [no salão] não é ruim porque foi aqui em cima que a feira começou, aqui foi o começo de tudo, quando não dava mais para colocar barraca por conta da quantidade de pessoas que chegaram, eles desceram. Então o intuito é esse, de começar de novo aos poucos, as pessoas voltarem e descer para a área externa de novo, porque lá não adianta ter meia dúzia de barracas.", concluiu Alessandra.

Um bom exemplo de recomeço é o da Márcia Cristina e da Kelly Rangel, que vendem bijuterias infantis e acessórios de prata, respectivamente. As duas decidiram aproveitar a 'nova fase' da Feira do Mauá e alugaram uma barraca no espaço. Ambas estão esperançosas com as oportunidades que podem ter ao reservar um espaço no local.

 

“A gente está bem otimista para que ocorra tudo bem pra todo mundo. Assim, ainda pode melhorar, mas com a divulgação que está sendo feita pelo clube e dos próprios feirantes nas redes sociais pode acabar trazendo mais pessoas pra cá e mais feirantes também.”, disse Kelly. “A gente escolheu o espaço pela perspectiva de estar em uma feira, das vezes que vim aqui, eu achei muito legal o movimento, muito bacana, fui bem atendida. Eu já tinha tentado colocar aqui, só que tinha uma pessoa que vendia o mesmo produto, aí não era legal repetir o produto. Mas agora a gente está com uma boa perspectiva de venda, a gente acha que o mercado vai voltar agora.”, completou a amiga Maria Cristina. 

“Esse decreto de não precisar usar mais máscara pode ajudar bastante, porque as pessoas saindo, podendo ganhar dinheiro, podendo gastar também. E vamos gastar e ficar bonitas comprando minhas pratas também!”, brincou Maria.

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