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Gonçalense aguarda há dois anos, na cama, por cirurgia na perna

Ele precisa trocar prótese colocada em seu fêmur

Escrito por Ana Carolina Moraes | 16 de fevereiro de 2022 - 17:41

Aloisio Santiago da Fonseca, de 47 anos, era um homem ativo, dono de um cicle na Trindade, que gostava de malhar e competir em eventos de bicicleta. No entanto, a vida dele mudou após um acidente em 2019 e, até hoje, a dor virou sua principal companheira do dia a dia. Há três anos, ele caiu da bicicleta após colidir com um carro e quebrou uma parte do fêmur da perna esquerda. Ele conseguiu, inicialmente, realizar uma cirurgia onde foi colocada uma prótese no local do osso quebrado no Hospital Estadual de Ortopedia e Traumatologia Dona Lindu, em Limoeiro, Paraíba do Sul. A solução parecia um sonho para ele, mas virou um pesadelo depois que uma bactéria se alojou nessa prótese, fazendo com que Aloisio sinta dor todos os dias e tenha secreções. O gonçalense buscou o hospital pedindo a troca da prótese para resolver o caso e ter uma mínima qualidade de vida novamente, mas, até hoje, está na fila para realizar esse procedimento. A situação já se estende por quase dois anos.

O acidente ocorreu em 2019, quando Aloisio treinava com amigos para uma competição. Ele estavam andando de bicicleta na BR-101, quando houve um arrastão e um carro que estava na frente deles foi parado. Quando o veículo parou, os ciclistas do grupo de Aloisio, incluindo ele, que vinham atrás na rodovia, acabaram colidindo com este carro, pois estavam em alta velocidade. Aloisio acabou voando pelos ares após o impacto de uma bicicleta de um de seu colegas bater em sua traseira. Quando Aloisio caiu, sentiu as dores que indicavam que o fêmur estava quebrado.

"Fui atendido pelos meus amigos e levado para o Pronto Socorro de São Gonçalo, de lá, me transferiram para o Hospital Estadual de Ortopedia e Traumatologia Dona Lindu, em Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, por causa da estrutura do local. Lá, eu consegui o atendimento e fui encaminhado para uma cirurgia, onde colocaram a prótese necessária no meu osso. Eu consegui, depois disso, voltar à minha normalidade por quatro meses. Ainda em 2019 eu consegui voltar a andar de bicicleta, mesmo que devagar e conseguia ir até o meu trabalho, saindo da cama todos os dias", contou Aloisio. 

O problema do autônomo começou ainda no final de 2019, quando ele passou a sentir muita dor na região da cirurgia. "Foi depois de quatro meses do meu acidente que eu tive que retornar no hospital. Lá no Dona Lindu, fizeram uma lavagem cirúrgica, me deram antibiótico e me falaram que isso resolveria meu problema. Mas, nada foi solucionado e a dor só aumentava", afirmou ele. Ao final, Aloisio começou a perceber que saía uma secreção do local onde estava a prótese.

 

"Me falaram, a partir daí, que isso estava acontecendo por causa de uma bactéria cirúrgica. A solução que me deram foi de trocar a prótese, aceitei e me falaram para aguardar que eu receberia uma ligação me informando da data da cirurgia e etc. Isso foi no início de 2020. Estamos em 2022 e eu ainda não fui chamado para essa segunda cirurgia. A situação hoje está piorando e chegou num estado em que eu não consigo andar, não consigo pisar no chão com a perna esquerda porque dói, não consigo brincar com minhas filhas de 13 e 9 anos, não consigo ir no meu cicle para trabalhar, vivo com a renda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por onde consegui ser afastado, e passo o dia basicamente na cama, até as minhas necessidades fisiológicas eu faço em uma cadeira específica para isso no quarto", contou ele. 

O caso de Aloisio é considerado infecção hospitalar após uma operação de artroplastia total do quadril esquerdo. Hoje, o autônomo parou suas atividades e segue todos os dias vivendo à base de remédios. Tudo o que Aloisio quer é ter uma mínima qualidade de vida. "Se eu ficar lembrando da minha vida antes, eu não vivo. Acabo chorando e não me foco no que preciso me focar, que é nessa cirurgia. Com ela, eu vou conseguir voltar a malhar, a brincar com minhas filhas, vou parar de sentir dor e parar de tomar Dipirona o dia inteiro. Eu tomo remédio para não viver só sentindo dor, mas não consigo levantar da cama. Talvez eu nunca consiga mais andar de bicicleta, mesmo com a cirurgia, pois vai ser arriscado se eu cair mais uma vez e bater com a prótese no chão, mas vou conseguir voltar aos exercícios físicos na academia. Hoje, eu vivo com a ajuda da minha mãe e família", contou ele.

 

Aloisio solicitou ajuda do Hospital Estadual Alberto Torres para a cirurgia. Ele buscava conseguir operar no local, mas, por ele ter feito o primeiro procedimento de colocada de prótese no Dona Lindu, agora ele precisa realizar o segundo procedimento no mesmo local. 

Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro enviou uma nota ao OSG afirmando que "a direção do HTO Dona Lindu informa que o paciente Aloísio Santiago da Fonseca foi atendido pela equipe multidisciplinar da unidade em maio de 2019, passou por exames e foi submetido a procedimento cirúrgico. Na primeira consulta pós- operatória, o paciente apresentou infecção, foi novamente internado, passou por tratamento e recebeu alta médica.

Aloísio Santiago continuou sendo acompanhado na unidade e teve indicação de novo procedimento cirúrgico. Ele tem uma consulta marcada na unidade na próxima segunda-feira (21/02), quando será reavaliado."

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