Família de menino de 2 anos com leucemia luta por transferência de hospital para continuar tratamento
Segundo a mãe de Benjamin, o plano de saúde recusou a transferência cinco vezes
min de leitura | Escrito por Daniel Magalhães | 02 de dezembro de 2021 - 14:55
A família do pequeno Benjamin Carvalho dos Santos Sedano, de apenas dois anos, e que trava uma luta pela vida contra a leucemia, passa por um novo problema após recorrer à ajuda para doações de sangue para realizar o tratamento do menino. Agora, os pais de Benjamin pedem para que o filho possa ser transferido de hospital para realizar o tratamento mais perto de casa, devido ao alto de custo de transporte que a família tem para levá-lo ao Hospital da Lagoa, onde o pequeno é tratado. Porém, segundo a mãe do Benjamin, a Unimed negou a transferência cinco vezes, o que aumenta o drama dos familiares.
"Moramos em São Gonçalo e estamos fazendo o tratamento, que será aproximadamente de 2 anos, na Lagoa . O custo está sendo absurdo, pois gastamos com combustível e pedágio dia sim, dia não. Fora isso, tem o transtorno do trânsito na BR-101, ponte e Lagoa. Já houve dia que saímos de casa às 8h e chegamos às 11h , já saímos às 18h e chegamos 20h30. Fica inviável visto que a médica informou que em caso de febre precisamos estar no hospital em uma hora, mas se jogar no GPS, mesmo sem trânsito nenhum dá uma estimativa de 50 minutos.", disse a mãe de Benjamin, Catrina Cássia de Carvalho dos Santos, de 33 anos.
A família, que mora no bairro Galo Branco, em São Gonçalo, tenta uma transferência para o Hospital Icaraí, mas segundo a mãe, o motivo alegado para que a transferência para o hospital localizado em Niterói seja recusada vez após vez varia, mas na maioria dos casos a justificativa é que não há necessidade de transferência, uma vez que o Hospital da Lagoa contém todo o aparato necessário para o tratamento do menino.
"Na primeira vez alegaram não ter o tratamento no hospital [Icaraí]. Na segunda vez disseram que não estavam se negando a internar lá, mas sim por causa da remoção por meio de ambulância. As outras duas vezes que aqui [no Hospital da Lagoa] tem tudo que ele precisa, por isso não há necessidade de transferência. Todas as vezes fiz cartas, relatei o transtorno de trânsito e financeiro, visto que alguns procedimentos que o Ben faz necessitam de anestesia, e uma semana já tivemos uma gasto de R$ 2,3 mil que será reembolsado, mas somente em 30 dias.", disse a mãe. "Tenho todos os laudos médicos que atestam que Benjamim está bem fisicamente para ser transferido e a mesma equipe que trata aqui irá tratar lá, porém todas as vezes o pedido foi negado.", completou.
Na última sexta-feira, a mãe de Benjamin informou ao OSG que entrou com uma liminar na Justiça para que o plano de saúde libere a transferência para o Hospital Icaraí, mas foram pedidas documentações que a família não tem e que dependem do hospital.
"Entramos com uma ação quando ele estava no CTI. O juiz indeferiu alegando que precisava de laudo afirmando que ele tinha condições físicas de transferência e também pediu um papel do Hospital Icaraí afirmando ter a vaga. Isso não conseguimos porque o hospital pode ter a vaga hoje, mas amanhã não. Porém, com o mandado o hospital libera a vaga , temos conhecidos lá que nos afirmam isso.", disse.
Durante mais este momento difícil, Catrina conta que tem recebido muito apoio dos amigos, com doações e idas ao hospital.
"A família e os amigos têm nos dado todo apoio , principalmente nas trocas no hospital. Muitos amigos estão fazendo as doções. Temos também uma advogada que se propôs a entrar com causa para nos ajudar", concluiu.
Contactada, a rede Unimed não encaminhou resposta sobre o caso até a publicação desta reportagem.