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PF reabre inquérito sobre atentado a faca sofrido por Bolsonaro

Ação tem como objetivo esclarecer se os advogados de Adélio foram contratados por terceiros ou assumiram o caso em função de sua grande exposição midiática

Escrito por Redação | 26 de novembro de 2021 - 13:02
Adélio Bispo, autor do atentado
Adélio Bispo, autor do atentado -

A Polícia Federal de Minas Gerais reabriu o inquérito sobre o atentado sofrido por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante sua campanha eleitoral para a presidência da república, em 2018. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região promulgou um ofício, autorizando o acesso aos dados do celular de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de defesa de Adélio Bispo, autor da facada. A informação foi confirmada pelo delegado Rodrigo Morais nesta quinta-feira (25).

Segundo Morais, a decisão do TRF permitirá esclarecer se os advogados de Adélio foram contratados por terceiros ou assumiram o caso em função de sua grande exposição midiática. Serão analisadas ainda imagens das câmeras de segurança do escritório de Zanone, bem como a possibilidade de um pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado.

Os dois inquéritos abertos pela PF para a investigação do caso, em setembro de 2018, concluíram que Adélio teria agido sozinho. Zanone chegou a ser alvo destes, mas o material recolhido em suas propriedades não pode ser examinado em função da decisão liminar expedida por Néviton Guedes, desembargador do TRF-1, a pedido da OAB, que alegava “violação do sigilo funcional da defesa”.

Contudo, a medida foi derrubada pelo plenário do TRF por três votos a um, em novembro do mesmo ano, sob o argumento de que o objeto em questão não seria a relação entre Adélio e seu advogado, mas o esclarecimento do crime.

Em depoimento à PF, Zanone alegou que o caso lhe foi ofertado por um desconhecido, cujo nome não foi revelado, e teria aceito a proposta, bem como a redução de seu cachê - de em média R$150 mil, para processos do tipo - para R$25 mil, devido à importância do caso.

A versão, espalhada por Bolsonaro e seus apoiadores, levantou as suspeitas dos agentes da instituição que concluíram que Adélio teria agido “sozinho, por iniciativa própria, tendo sido o responsável pelo planejamento da ação criminosa e por sua execução, não contando, a qualquer tempo, com o apoio de terceiros”. O desfecho foi acatado pelo Ministério Público Federal que, em junho de 2020, optou pelo arquivamento da investigação.

Adélio Bispo foi considerado "inimputável" após diagnóstico de transtorno delirante permanente e internado por prazo indeterminado, a mando da Justiça Federal de Juiz de Fora (MG), em 2019.

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