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Moradora do Jardim Catarina pede doações de sangue para continuar com o tratamento contra o câncer

A família também pede ajuda nos gastos com a locomoção para irem até o INCA

Escrito por Ana Carolina Moraes | 21 de agosto de 2021 - 13:55
A jovem descobriu a doença no mês passado
A jovem descobriu a doença no mês passado -

Existe uma frase popular que diz que a vida pode mudar em um instante. Isso define um pouco do momento atual da jovem vendedora Kevellyn da Silva Oliveira, de 21 anos, que descobriu, após passar mal há um mês atrás, que tinha um câncer. Mais precisamente, Kevellyn descobriu que possui leucemia mieloide aguda, um tumor que ataca diretamente a medula óssea do paciente e causa problemas no sangue. A doença acomete menos de 1% da população e deve ser tratada logo para que seja curada. Agora, ela corre contra o tempo para conseguir doações de sangue e prossegue com o seu tratamento. Em uma entrevista ao OSG, Kevellyn, que é moradora do Jardim Catarina, contou como descobriu a doença e como está lidando com a situação.

Há algum tempo, a jovem já vinha sentido dores na lombar e ficando muito cansada. Por causa disso, ela procurou um clínico geral, que passou exames para ela. No entanto, a jovem ainda não tinha feitos os exames, quando, no dia 19 de julho, ao chegar em seu local de trabalho, em uma loja no Alcântara, ela começou a se sentir tonta. Kevellyn também relatou que sua menstruação estava com um fluxo intenso de sangue, acima do normal. 

"Eu fui no banheiro e acabei desmaiando lá dentro. Eu só lembro de acordar do lado de fora do banheiro, com umas pessoas me olhando. Eu também acordei suando muito e sem entender direito o que estava acontecendo. Foi aí que meninas com quem trabalho me disseram que eu fiquei uns 5 minutos desacordada. Eles chamaram meus pais, que foram lá me buscar e me levaram direto para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Colubandê", disse ela. 

Na ocasião, a médica que a atendeu não pediu mais nenhum exame laboratorial.

"No dia seguinte, passei mal novamente no trabalho. Meu pai foi me buscar e fomos em outro médico. Dessa vez, na UPA de Nova Cidade, onde finalmente consegui fazer meus exames de sangue e urina. Depois disso, os resultados dos procedimentos mostraram que meus leucócitos estavam alterados, minhas plaquetas estavam baixas, assim como a hemoglobina e eu também estava com um quadro de infecção urinária. Lembro que de lá já me encaminharam para o Pronto Socorro Central, alegando que teria que receber uma transfusão de sangue. Até então, eu não entendia direito o que estava acontecendo", relatou a gonçalense.

 

Kevellyn lembra que depois disso, ela fez novos exames em outras unidades de saúde, até que, ainda no mesmo dia, os médicos pediram que ela fosse internada. "Eu me desesperei, mas me acalmaram bastante falando que ainda não tinha nada certo e que era para eu aguardar", disse ela. Ao todo, Kevellyn ficou internada por quatro dias.

De lá, ele foi encaminhada para um médico hematologista, com caráter de urgência e ele passou novos exames de taxas sanguíneas para ela. No dia 30 de julho, após a família insistir para que o laboratório pelo qual ela fez os exames tratasse o caso como urgência, o médico recebeu os resultados e deu o diagnóstico do que Kevellyn tinha. 

"Ele disse que eu tinha leucemia melodie aguda. Nesse momento, ele já me deu o papel de internação e a ordem judicial para que eu entrasse com a liminar pela Justiça como caso urgente. Eu lembro que eu já saí do consultório muito abalada, dizendo que não queria me tratar, que não iria ficar sem cabelo, que não queria ficar mais internada, que não aguentava mais passar de hospital para hospital e que só queria ir pra casa. E assim a minha família fez. Eu ainda passei por outra médica, fiz exames novamente, mas não me deixaram internada, pois entenderam que nesses hospitais não iria ter o que fazer comigo. Foi aí que eu entendi que precisava de tratamento e de uma vaga em umas das unidades que tivesse suporte para o câncer, como o Antônio Pedro, o Hemorio ou o Inca", relatou. 

A leucemia mieloide aguda é uma doença de avanço rápido que ataca a medula óssea, que produz as células células-tronco e as células do sangue. Segundo o site Pfizer Brasil, as células-tronco sofrem mutações e, por isso, originam células do sangue doentes, diferentes do que deveriam ser. Estas começam a se multiplicar e ficam no 'meio' das células mais saudáveis, prejudicando. As células saudáveis e doentes acabam ficando no mesmo lugar e alteram o sangue. 

Kevellyn entendeu, então, que não poderia ficar mais em sua casa sem o tratamento próprio. Ela ainda foi internada no Hospital Municipal Souza Aguiar, enquanto sua família deu entrada na Justiça para que o juiz conseguisse uma vaga para ela no Instituto Nacional de Câncer (INCA) ou em outra unidade que tivesse suporte para a leucemia em questão. Eles também fizeram queixas na delegacia até que conseguiram uma transferência para ela, que chegou ao INCA no dia 7 de agosto. 

"Aqui fiz todos os exames necessários e me internaram para darem início ao meu tratamento. Hoje, eu já fiz cerca de 7 dias de quimioterapia. Além disso, estou tomando remédios para enjoos, para evitar reações do tratamento nas plaquetas. Depois das quimioterapias, a imunidade está bem baixinha, junto com a plaqueta e hemoglobina, então, estou tendo que fazer transfusão todos os dias e as médicas disseram continuar por esses próximos dias. Tem dias que eu acordo enjoada, com muita dor de cabeça, também estou restrita ao leito do hospital no momento, sem poder levantar, por causa da minha pouca quantidade de plaquetas. Estou bem debilitada", afirmou ela.

 

A família, no entanto, pede a ajuda dos gonçalenses para o caso. Hoje, eles precisam lidar com duas questões: eles precisam de doadores de sangue A+ e plaquetas para Kevellyn (para doar, basta seguir os requisitos em anexo) e os pais precisam de ajuda para arcar com os enormes gastos financeiros de locomoção para visitar a filha. Eles saem de São Gonçalo e vão até INCA (eles também estão alugando vans para conseguir levar doadores de sangue daqui até Kevellyn, o que fica caro, mas incentiva a doação). 

"Para mim, os médicos pedem doações de sangue e plaqueta pelo fato de eu estar precisando muito nesse momento. Mas, eu acredito que não só eu como muitas pessoas estão necessitadas. Mesmo quem não é A+ pode doar para abastecer o banco de sangue daqui, para que eu possa ter o suficiente que será necessário para mim e para os outros. No momento, a doação da plaqueta é feita com agendamento prévio aqui mesmo no INCA. Sei que é preciso também, para doar as plaquetas, ter 30 dias da doação de sangue para que os médicos possam levar o material para o laboratório e analisar direitinho pra ver se aquela pessoa pode ser um doador da plaqueta", disse ela. 

 

Para aqueles que quiserem doar para ajudar Kevellyn, basta irem até o INCA e afirmarem que estão doando para Kevellyn da Silva Oliveira. Mesmo quem não for A+ pode doar e ajudar outras pessoas. Um doador deve seguir alguns requisitos que estão especificados abaixo. Aqueles que quiserem ajudar a família da jovem financeiramente ou de alguma outra forma, podem entrar em contato com ela pelo WhatsApp através do número (21) 97527-2874. Toda ajuda é bem-vinda! 

Serviço: 

Kevellyn se localiza no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), conhecido como Hospital do Câncer I, localizado na Praça Cruz Vermelha, 23 - Centro, Rio de Janeiro. É lá que as plaquetas e o sangue devem ser doados.

 
 
 

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