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Professores de SG decidem manter 'Greve pela Vida'

Greve começou em janeiro

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 01 de março de 2021 - 11:40
Em agosto de 2020, os servidores do Sepe de São Gonçalo já estavam pensando em uma possível greve
Em agosto de 2020, os servidores do Sepe de São Gonçalo já estavam pensando em uma possível greve -

O retorno das aulas nas escolas do município de São Gonçalo continua incerto. Nesta semana, a Prefeitura de São Gonçalo, por meio da Secretaria de Educação, dará início ao sistema híbrido de ensino, no qual os alunos terão aulas online e presenciais algumas vezes por semana. No entanto, o decreto não agradou aos professores do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) de São Gonçalo que, na última sexta-feira (26), decidiram, em uma assembleia online, manter a 'Greve pela Vida'. 

Desde agosto do último ano, O SÃO GONÇALO mostrou que os profissionais da educação do munícipio eram contra as aulas presenciais e estavam conversando sobre iniciar uma possível 'Greve pela Vida'. A ação oficialmente teve início no dia 28 de janeiro deste ano e não tem uma data para ser finalizada, pelo menos, não até que a classe de professores do Sepe tenha suas reivindicações atendidas. 

Maria do Nascimento Silva, professora e coordenadora do Sepe/SG, explicou um pouco sobre como funciona a atual greve dos professores do município. Ela afirma que os profissionais da educação querem que as aulas voltem presencialmente quando o risco de contaminação do coronavírus estiver controlado. "Os funcionários que forem chamados para comparecer presencialmente às escolas aderem à greve. Vale destacar, no entanto, que os profissionais não estão se recusando a continuar dando atendimento ao aluno, tirando dúvidas e diminuindo ao máximo os prejuízos do aprendizado causados pela pandemia, porém a luta pela vida é legítima, uma vez que a pandemia não está controlada no município, basta observar que todos os dias morrem de 5 a 7 pessoas em São Gonçalo, vítimas da Covid 19", contou ela.

No último dia 26, em uma assembleia virtual, que contou com mais de 260 participantes, os profissionais do Sepe do município decidiram manter a greve. "A intenção da greve é preservar a vida de todos, profissionais, aluno e seus familiares, porque numa contaminação todos podemos transportar o vírus para dentro de casa, inclusive o aluno, colocando em risco todo seu grupo familiar. Então, a proposta é que adiem o retorno e incluam os profissionais da educação no grupo de prioridade na campanha de vacinação. Já estamos bem mais próximos da vacinação do que estávamos em 2020, então não custa aguardar para que todos tenham um retorno seguro", contou Maria. 

Uma outra postagem chamou à atenção dos servidores recentemente. Como noticiado pelo O SÃO GONÇALO, prints de uma publicação da servidora pública concursada e secretária municipal de Educação de São Gonçalo Lícia Damasceno mostram a mesma afirmando que ela luta de verdade pelo município, pois está indo ao trabalho. 

Na legenda da foto em que aparecia com o marido, Lícia afirmou: "Nós trabalhamos desde cedo como todos os trabalhadores de verdade. Não nos escondemos atrás de concurso público. Essa é a luta de verdade, é a luta de quem acorda cedo e trabalha pelo povo há mais de 20 anos. Somos árvores que dão frutos. As pedradas virão, mas a raiz continua firme. Deus nos abençoe e não desampare ninguém".

Lícia excluiu o post segundo depois de sua publicação, mas algumas pessoas tiraram print do caso. A frase de Lícia causou mais indignação de diversos servidores, inclusivo dos profissionais do Sepe de São Gonçalo. "Apesar de não ter influenciado a greve em si, essa postagem mexeu com a autoestima e com o orgulho do servidor", afirmou Maria.

Para concluir, Maria deixou um recado para os pais dos alunos gonçalenses. "Gostaria de falar aos pais que não iremos deixar de prestar atendimento aos alunos de forma remota. Aprendizado se recupera, já vidas perdidas não. São quase 1500 mortos em SG", afirmou a servidora. 

Procurada, a Secretaria de Educação, por meio da Prefeitura de São Gonçalo, informou que "o diálogo com os sindicatos vem sendo realizado, sempre mantendo cordialidade.

Na última semana foram realizadas reuniões virtuais com Conselhos Municipais de Educação, sendo uma com o Fundeb, Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE), Sepe e uma presencial com o Sindspef. 

As questões abordadas durante as reuniões foram adequadas ao plano de retorno às aulas em cada uma das 116 unidades municipais de ensino. 

Em relação à greve, a secretaria informa que não recebeu nenhuma notificação oficial sobre qualquer tipo de paralisação."

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