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Niterói celebra o Dia Municipal da Umbanda com programação na Câmara dos Vereadores

Evento marca os 117 anos da religião e reúne terreiros, lideranças espirituais e comunidades de matriz africana

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de novembro de 2025 - 10:47
A celebração reúne terreiros, lideranças espirituais, sambistas, trabalhadores da fé e comunidades de diferentes territórios
A celebração reúne terreiros, lideranças espirituais, sambistas, trabalhadores da fé e comunidades de diferentes territórios -

Niterói celebra neste sábado, 15 de novembro, o Dia Municipal da Umbanda e os 117 anos da religião, com uma programação especial na Câmara Municipal. Mais de 300 zeladores, pais e mães de santo de religiões de matriz africana serão homenageados durante a solenidade, que reconhece publicamente a contribuição dessas lideranças para a preservação da fé, o acolhimento comunitário e a transmissão dos saberes tradicionais em Niterói.

A data integra oficialmente o calendário de Niterói por iniciativa do vereador Leonardo Giordano, autor também da Lei nº 3089/2014, que reconhece a Umbanda como Patrimônio Cultural Imaterial do município. As duas legislações reforçam o compromisso da cidade com a valorização da fé, da liberdade religiosa e da contribuição dos terreiros e comunidades de matriz africana para a formação de sua identidade cultural.


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Para Giordano, a data representa um gesto de reconhecimento histórico e compromisso com a liberdade religiosa: “A Umbanda é parte da história e da identidade cultural de Niterói. Reconhecer essa tradição é afirmar a contribuição espiritual e comunitária dos terreiros e de suas lideranças. Celebrar esta data é afirmar o respeito, à diversidade religiosa e o direito à fé como dimensão da cidadania. A Umbanda nasce da resistência e segue viva, forte e presente em nossa cidade.”

O evento também contará com uma tenda da Coordenadoria de Defesa dos Direitos Difusos e Enfrentamento à Intolerância Religiosa (CODIR), da Prefeitura de Niterói, que oferecerá atendimento e orientação sobre a regularização dos terreiros e o acesso a políticas públicas de promoção da liberdade religiosa.

A celebração reúne terreiros, lideranças espirituais, sambistas, trabalhadores da fé e comunidades de diferentes territórios, consolidando Niterói como cidade que reconhece e valoriza a ancestralidade afro-brasileira como parte de sua história viva. O evento é também um símbolo da luta contra a intolerância religiosa e pela paz, reafirmando o respeito à diversidade e o direito à liberdade de crença como fundamentos da convivência democrática.

A programação começa às 12h, com a recepção e o credenciamento dos homenageados. Às 13h, acontece a gira e a lavagem simbólica da escadaria da Câmara Municipal, que antecede a cerimônia oficial às 14h. No fim da tarde, às 17h, a celebração segue com uma roda de samba aberta ao público, e o encerramento está previsto para às 21h.

Niterói e a Umbanda

O vínculo entre Niterói e a Umbanda é central para a compreensão de sua história. Em 15 de novembro de 1908, na então Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, localizada em Neves, ocorreu a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas através de Zélio Fernandino de Moraes. Esse momento tornou-se um marco público de afirmação da Umbanda, que já era vivida em diferentes formas espirituais por povos africanos escravizados, indígenas e seus descendentes. O episódio deu visibilidade, identidade e continuidade a uma tradição que vinha sendo sustentada em resistência e comunidade.

Mesmo após Neves passar a integrar o município de São Gonçalo, em 1943, a memória dessa manifestação permanece profundamente ligada a Niterói. Parte significativa dos primeiros terreiros, estudos, rodas e formas de organização da Umbanda se desenvolveu na cidade e em seus bairros, onde mães e pais de santo, rezadeiras, batuqueiros, trabalhadores da gira e lideranças comunitárias mantiveram viva a ancestralidade e os fundamentos da fé.

Ao longo do século XX, terreiros se tornaram espaços de acolhimento, cuidado, transmissão de conhecimento e construção de vínculos espirituais e comunitários em bairros como Fonseca, Cubango, Barreto, Caramujo, Santa Rosa, Morro do Estado, Pendotiba e Região Oceânica. Celebrar a Umbanda é reconhecer essa presença fundamental na vida cultural de Niterói e afirmar o combate ao racismo religioso que ainda atinge terreiros e comunidades tradicionais.

Serviço:

Dia Municipal da Umbanda – 117 anos da Umbanda

Sábado, 15 de novembro

Câmara Municipal de Niterói

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