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Crítica OSG | 'GOAT' traz tentativa de mostrar o esporte entre a obsessão e a religião

Novo longa produzido por Jordan Peele chega aos cinemas nesta quinta-feira (2)

relogio min de leitura | Escrito por Enzo Britto com edição de Cyntia Fonseca | 02 de outubro de 2025 - 14:44
O filme estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2)
O filme estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2) -

O SÃO GONÇALO foi convidado pela Universal Pictures Brasil para assistir a uma sessão antecipada do novo filme “Goat”. O longa é estrelado por Marlon Wayans, conhecido pela sua participação na franquia Todo Mundo em Pânico e Réquiem For a Dream e também por Tyriq Withers, de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado e Atlanta. A direção é de Justin Tipping e está com estreia marcada para esta quinta-feira (2).

A história mostra a estrela em ascensão do futebol americano, Cameron Cade (Tyriq), após sofrer uma lesão cerebral que tem o risco de encerrar a sua carreira. É neste momento que Isaiah White (Marlon), o GOAT (melhor de todos os tempos), aparece para oferecer um treinamento especial para a promessa poder se tornar o próximo rosto da NFL. Apesar de parecer como um grande sonho, a experiência se desenrola como uma grande espiral de paranoia e pesadelos.


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GOAT traz mais uma versão de um enredo que está em crescente em Hollywood, o filme “tenha a experiência única neste estabelecimento de um milionário”, como “O Menu”, “Pisque Duas Vezes” e “Glass Onion: Um Mistério Knives Out”, mas dessa vez no âmbito do esporte com o encontro de uma estrela crescendo e outra em decadência, o conflito de dois talentos geracionais.

O filme também usa do cenário de pais que querem criar a nova estrela do esporte, que passam uma obsessão de maneira hereditária, impondo esses sonhos nas crianças, os privando de viver a sua infância.

Tyriq Withers, é Cameron Cade, a maior promessa do futebol americano
Tyriq Withers, é Cameron Cade, a maior promessa do futebol americano |  Foto: Universal Pictures/Divulgação

Para Cameron, o futebol é algo que veio do pai, seu jeito de viver, seu único objetivo e foco na vida. Inclusive, na figura de Isaiah, ele encontra uma inspiração, o ponto onde quer chegar, ser o melhor.

Esses pontos constroem uma base sólida para o filme, sobre o protagonista e suas ambições, deixando o mistério para o encontro no retiro do GOAT, no meio do deserto e completamente isolado. É nesse momento em que a trama começa a se desenrolar e também deteriorar.

A tensão é muito vaga, os mistérios do enredo sobre o médico do Isaiah e dos supostos devaneios do Cameron é tudo muito barato, jogado e tem uma resposta muito frustrante na conclusão do filme.

O filme tenta se aprofundar um pouco na persona de Isaiah, sobre os sacrifícios que ele fez para chegar e se manter no topo e tem seus bons momentos, mas tanto o roteiro pobre quanto a atuação caricata e nada ameaçadora do Marlon Wayans ferem a suposta grandeza do personagem.

Marlon Wayans sai da comédia e vem para um personagem perturbado com a própria glória
Marlon Wayans sai da comédia e vem para um personagem perturbado com a própria glória |  Foto: Universal Pictures/Divulgação

Enquanto um dos protagonistas é caricato, bizarro, entregue ao mundo caótico da fama e do esporte, o outro é quieto, observador e beira a introversão em momentos, mas consegue ter um mental fraco e repetir os mesmos erros durante todo o treinamento, sempre com a mesma expressão facial. É apenas no final do filme, se entregando às loucuras do enredo, que ele muda de faceta entregando algo que destoa completamente do personagem.

O terceiro ato é muito marcado por jogar tudo do enredo pro alto em uma sequência de ações e simbolismos aleatórios. É forçada uma narrativa ocultista que simula uma gladiatura completamente fora de tom, apesar de ter elementos da Roma Antiga citados anteriormente.

Algo que pode tirar um pouco do cansaço do filme são alguns aspectos visuais como algumas rimas com fatores do futebol, a mansão do retiro parecer um lançador de bolas e os pontos na cabeça do Cameron formarem algo parecido com a bola de futebol, além de alguns efeitos visuais dignos de videogame.

Em GOAT, há uma tentativa mostrar que o esporte é uma religião, mas o resultado não é tão agradável
Em GOAT, há uma tentativa mostrar que o esporte é uma religião, mas o resultado não é tão agradável |  Foto: Universal Pictures/Divulgação

A questão é que os grandes pontos do filme estão em sua primeira camada, falando e mostrando o esporte de fato, as questões envolvidas em ser um atleta obcecado em vencer, não nas alegorias, no ocultismo e nos grandes passos fugindo da realidade. Quando o filme se comporta como um filme de esporte, entrega algo bom, mas quando tenta ser maior do que é, do tipo estilizado, “maneiro”, acaba se perdendo nas quantidades de ideais que o diretor teve e não consegue trazer nada além de um grande clipe musical bagunçado.

NOTA : ★★☆☆☆


Imagem ilustrativa da imagem Crítica OSG | 'GOAT'  traz tentativa de mostrar o esporte entre a obsessão e a religião

Goat

Estreia: 2 de outubro

Duração: 1h36

Direção: Justin Tipping

Produção: Jordan Peele

Elenco: Tyriq Withers, Marlon Wayans e Julia Fox

Distribuição: Universal Pictures Brasil

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