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Comandante do 12ºBPM (Niterói) projeta trabalho integrado com a Polícia Civil

Tenente coronel quer diminuir a violência na cidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de junho de 2018 - 07:47
Marcio:  “Vamos trabalhar com inteligência e de forma integrada para diminuir os índices de violência em toda região”
Marcio: “Vamos trabalhar com inteligência e de forma integrada para diminuir os índices de violência em toda região” -

Por Renata Sena

Formado pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo) como mestre em Psicologia organizacional e do Trabalho, com foco em gestão de pessoas, e professor de liderança na Polícia Militar, o novo comandante do 12ºBPM (Niterói), tenente coronel Márcio dos Santos Guimarães pretende trabalhar de forma integrada com as delegacias da região. “Vamos trabalhar com inteligência e de forma integrada para diminuir os índices de violência em toda região”, prometeu. Para isso, ele conta com 983 militares lotados na unidade, que atende também a população de Maricá.

OSG - De acordo com a avaliação da população, o batalhão teve comandos com perfis diferentes nas duas últimas gestões. Enquanto o coronel Fernando Salema se mostrou mais próximo da população, passando uma imagem popular, o coronel Márcio Rocha assumiu uma postura mais burocrática e técnica. O que podemos esperar da sua forma de comandar?

Márcio Guimarães - O que eu vou seguir é a liderança adaptada, onde vou utilizar o estilo de liderança mais adequado de acordo com a localidade que será atuada. Salema tem o carisma natural, que usou para motivar a tropa. O Rocha é autêntico e muito transparente, o que também refletiu positivamente no perfil da equipe. Eu desejo colher tudo de bom dos coronéis que tiveram bons resultados para aplicar durante a gestão. Eu estudei os estilos de lideranças porque você não consegue mudar a cultura organizacional das instituições se não tiver uma liderança forte. Eu estudei os estilos de liderança e tenho aplicado os conhecimentos da área acadêmica nos comandos.

OSG - Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, os índices de criminalidade em Niterói e Maricá cresceram muito em relação aos anos anteriores. Com esse quadro, qual será a prioridade nesse início de gestão?

Guimarães - A gente vai priorizar o combate aos roubos de rua, que é bem alto. A gente percebe a incidência desse tipo de crime em áreas novas. Temos que resolver esse problema. Será nosso foco inicialmente. E pretendemos fazer uma aproximação com as delegacias, com a Polícia Civil. A gente entende que não tem como a Polícia Militar resolver os problemas de segurança pública sozinha. É necessário haver o complemento. Eles têm investigações e a parte de inteligência, solicitação de mandado de busca, pedidos de prisão...E a gente precisa dessa integração. Inclusive amanhã (hoje), eu tenho uma reunião com os delegados da área para alinharmos esse trabalho. Eu quero a PM muito próximo da Polícia Civil para termos alvos mais concretos e resultados mais positivos.

OSG - O senhor já adiantou que precisa dessa integração com a Polícia Civil para traçar as próximas ações, mas atualmente a equipe do 12º BPM (Niterói) trabalha com alvos? Vocês têm nomes que estão como prioridades para serem capturados ou pontos para ações imediatas?

Guimarães - Vamos agir com inteligência. Eu só vou realizar incursões alinhadas com a Polícia Civil e traçar esses alvos juntos. O que não impede que um policial militar, ao se deparar com uma situação que gere risco, possa agir. A gente tem que ter muito cuidado com as palavras que são colocadas, porque pode dar uma impressão de que a Polícia não quer trabalhar. Mas não é nada disso. A gente só precisa agir com base em informações e com foco em ações objetivas.

O 7ºBPM (São Gonçalo) vai emprestar um blindado para nossa unidade, para utilizarmos, enquanto o da unidade não retorna. Vamos fazer repressão qualificada, não é uma repressão aleatória. Vamos patrulhar ao redor de comunidades e com policiais sempre prontos para atuarem.

OSG - Comandante, atualmente o 12ºBPM (Niterói) conta com 983 policiais. Além de Niterói, esses policiais também são responsáveis pela área de Maricá. O senhor considera esse número de militares suficiente para as duas cidades?

Guimarães - A Polícia Militar distribui o efetivo de forma estratégica para todos os batalhões. Não cabe aos comandantes dos batalhões reivindicarem o aumento do efetivo. E não é por questão hierárquica, não. É questão de confiar que a distribuição está sendo justa. A distribuição é feita de acordo com o efetivo da Polícia Militar. No contexto que vivemos hoje, a gente busca priorizar qualidade ao invés de quantidade. Aplicar o policiamento de forma mais justa e inteligente. É o que tem. Eu tenho um lema que trago de outras unidades, que não é meu, é do filósofo Mário Sérgio Cortella: “A gente tem que fazer o melhor possível com a condição que tem, enquanto não tem condições de fazer melhor ainda”. Eu trago isso para a tropa. A condição que a gente tem é essa e não podemos cruzar os braços. A gente faz o melhor possível com o que tem.

OSG - O fato de o batalhão também precisar responder pela área da cidade de Marica é considerado um problema? Guimarães - Não. Vim de unidades que também respondiam por outros locais, maiores que a cidade do batalhão, por exemplo. Estamos priorizando a atuação com qualidade e não somente com quantidade.

OSG - Além da Zona Norte da cidade, já conhecida pela forte atuação dos criminosos, a Zona Sul de Niterói também tem sofrido com o aumento dos crimes de rua. Além dos assaltos constantes, a população e os comerciantes alegam que os roubos, com armas de grosso calibre, inclusive, acontecem a qualquer hora do dia. Como será a ação nesses lugares?

Guimarães - O crime é mutante. A gente não vai ter sempre a mesma modalidade criminosa agindo nos mesmos lugares, e a gente precisa se adaptar à essas mudanças. O que a gente vai fazer é entender as mudanças e informar a população, que a segurança pública não é só um problema da PM. O sistema é complexo. Ele vai desde a educação das pessoas, passa pelos órgãos de segurança pública, passa pelo sistema judiciário, que deveria punir e manter o criminoso preso, e passa pelo sistema penitenciário, que deveria ressocializar as pessoas para colocar nas ruas de volta. E vários desses setores falham. Só que todo mundo acha que o problema é só da PM, mas não é. Estamos nos adaptando para identificar e prender esses criminosos. A gente tem prendido cada vez mais. Nos últimos quatro anos, a PM tem prendido cada vez mais e apreendido armas e drogas. Porque não resolve o problema? Porque não é só a PM. Toda vez que a gente bate em determinado local ou coibe uma determina ação criminosa, ela espirra para outro bairro, outra local e de outra forma. Nossa rotina é perseguir esses marginais 24 horas. E lá não vai ser diferente, a gente vai atender lá e vamos reduzir esses dados na região, estimulando as pessoas a ligarem para o telefone 190 e denunciarem criminosos e atividades irregulares.

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