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Caminhoneiros não cumprem acordo e resolvem manter paralisação

Eles alegam que não pertencem a nenhum tipo de sindicato trabalhista

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de maio de 2018 - 10:08

Apesar do acordo firmado entre governo federal e representantes dos caminhoneiros, no final da noite de quinta-feira, a fim de que a paralisação seja suspensa por 15 dias, manifestantes continuaram parados em diversas rodovias, como na BR-101, em Itaboraí, durante o dia de ontem. A proposta do acordo firmado é de que a Petrobras mantenha a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias. Nesse período, o governo teria o compromisso de negociar as demais reivindicações.

Caminhoneiros relataram que ainda não vão acatar o acordo, já que não são filiados a sindicatos. Outros que querem seguir viagem não conseguem porque sofrem ameaças de outros manifestantes. Com isso, alguns estão sofrendo com péssimas condições de higiene, sem local adequado para até para as necessidades fisiológicas.

“Eu concordo com a greve, mas estou parado na rodovia, há cinco dias, sem poder voltar seguir viagem ou até mesmo voltar para casa. Estou fazendo minhas necessidades no mato. Isso é um absurdo”, disse um dos caminhoneiros, que preferiu não se identificar.

O quinto dia da greve dos caminhoneiros continuou trazendo consequências para os principais setores da economia. Quem saiu a procura de verduras, legumes e frutas não encontrou em mercados, feiras e nem mesmo no Ceasa do Colubandê.

“O movimento aqui no Ceasa do Colubandê está super fraco. Só chegaram dois caminhões hoje (ontem) de manhã. Essa hora isso aqui está cheio de caminhões descarregando. Os únicos que chegaram hoje (ontem), tiveram que passar por comunidades porque se viessem por rodovias, eles seriam impedidos pelos manifestantes”, contou o carregador do Ceasa, Joselio Barbosa, 59.

Os trabalhadores do Ceasa ainda falaram que os produtos apresentam preços exorbitantes. O saco da batata, por exemplo, saltou de R$80 para R$500; enquanto o tomate, que custava R$50, está entre R$150 e R$200.

“A gente não esperava que isso fosse acontecer. Isso aqui é o nosso ganha pão. Então, estamos muito tristes com tudo que está ocorrendo. Sem clientes para comprar, ficamos sem fazer nossos carregamentos e não recebemos nossas gorjetas”, disse um outro carregador, Paulo César Silva, 35, que trabalha no Ceasa há 15 anos.

Na feirinha de Alcântara, comerciantes contaram que não encontraram alimentos à venda no Ceasa e os poucos que estavam sendo comercializados apresentavam preços altos. Com isso, quase não se viam frutas e até mesmo ovos nas bancadas.

“A gente não tem mercadoria para comprar. Quando não tem no Ceasa, a gente não tem como comprar. O pouco que tem está muito caro. Hoje (ontem), cheguei com cinco ou seis itens em cima do carro. Aipim foi para R$50 a caixa, antes custava R$25”, contou Mirilandes de Paula, a Nandinha, 39.

Nas ruas, poucos carros passavam na manhã de ontem. Até mesmo Alcântara, que é um local com grande fluxo de veículos, estava sem congestionamento.

Passageiros também perceberam quedas nas frotas de ônibus e sentiram dificuldades para fazer as viagens nos coletivos. O Setrerj informou que apenas 50% da frota de ônibus estava circulando ontem na região (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá).

Até mesmo uma grande rede de fast food foi afetada em Manilha, Itaboraí. Nas portas, tinha o aviso de que a greve afetou o abastecimento de alguns produtos.

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