Espaço que seria destinado ao metrô vai virar área de lazer em São Gonçalo

Por Marcela Freitas

O ano era 2013, o mês setembro. Na ocasião, o sonho da Linha 3 do metrô parecia mais perto, com a promessa da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que anunciou, durante visita a São Gonçalo, recursos de R$ 2,5 bilhões para a construção de um monotrilho, ligando Niterói e São Gonçalo, com extensão até Itaboraí.

Para que a construção fosse de fato efetiva, a Prefeitura de São Gonçalo precisava retomar a malha ferroviária, que estava ocupada por construções irregulares. E foi então que, antes mesmo do anúncio oficial na cidade, foi iniciada a retomada de trajetos da ferrovia.

A ação começou no Jardim Catarina, às margens da RJ 104, onde várias casas e imóveis comerciais foram demolidos. Algumas famílias foram indenizadas, mas o projeto de mobilidade urbana da cidade nunca saiu do papel.

Passados quase cinco anos, muitos imóveis que haviam sido destruídos parcialmente na Rua Adelaide de Lima voltaram a ser ocupados diante da inércia do poder municipal que chegou a anunciar, em dezembro do ano passado, um novo projeto de mobilidade, o BRS (serviço rápido de ônibus), que consistia na criação de uma nova via (binário) aproveitando uma pequena parcela do eixo desativado da antiga ferrovia (mesmo traçado proposto para a Linha 3 do metrô). A proposta, no entanto, também não foi concretizada.

Mesmo sendo grande a preocupação da população local com o crescimento das invasões, agora, é a própria Prefeitura que ocupa o espaço, com a promessa segundo moradores, da construção de uma área de lazer, em aproximadamente 100 metros de linha férrea.

Ao lado desse espaço, que deveria estar desocupado, já foram abertos dois treilers.

“A linha 3 do metrô é uma utopia, mas se a verba sair o que acontecerá com o investimento nessa área?”, questionou o comerciante Joel Almeida.

Respostas - A Prefeitura de São Gonçalo informou que “já existe contrato firmado com o Ministério das Cidades para início de estudos e projetos para construção do BRS. O trecho da linha férrea que corta o Jardim Catarina está sendo levado em conta como um possível local a ser beneficiado”.

O governo municipal disse ainda que “a Subsecretaria de Fiscalização de Posturas irá investigar a denúncia sobre novas construções irregulares na localidade”.

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