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UERJ suspende início das aulas por tempo indeterminado

Universidade agoniza com crise do Estado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 02 de agosto de 2017 - 10:00
Universitários da FFP/Uerj, no Paraíso, ainda vão começar o primeiro semestre deste ano
Universitários da FFP/Uerj, no Paraíso, ainda vão começar o primeiro semestre deste ano -

Por Marcela Freitas

O dia que seria de grande movimentação na Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FFP/Uerj), em São Gonçalo, deu lugar a um corredor escuro e vazio. A Uerj agoniza com a crise do governo do Estado e diante do quadro, o reitor Ruy Garcia Marques, suspendeu, por tempo indeterminado, o início do ano letivo 2017 da graduação, que começaria ontem.

A decisão foi tomada no Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas, na última segunda-feira, após reiteradas manifestações públicas em relação as precárias condições de funcionamento da universidade. Segundo nota oficial divulgada pela reitoria, as condições de manutenção degradam-se com o não pagamento das empresas terceirizadas. A limpeza, vigilância e coleta de lixo estão restritas e o Restaurante Universitário está fechado.

Somam-se a isso os atrasos salariais dos servidores técnico-administrativos e docentes (maio, junho e – já nos próximos dias – julho, bem como o não pagamento do 13º salário de 2016), os atrasos no pagamento de bolsas, incluindo os cotistas, estes últimos especialmente punidos pela impossibilidade de deslocamento à universidade ou de condições mínimas para prover a própria subsistência.

“Reconhecemos que, neste momento, não podemos mais aceitar tal sacrifício de nossos servidores e de suas famílias. Atingimos um patamar insuportável que impede a universidade de bem exercer suas funções de ensino, pesquisa e extensão. Todo o quadro mencionado nos impõe a decisão de não dar início ao semestre letivo no dia 1º de agosto, conforme anteriormente previsto no calendário acadêmico”, disse o reitor.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social informou que o governo do Estado do Rio reconhece a importância da Uerj e tem concentrado esforços na busca de soluções para a superação do atual quadro de dificuldades enfrentadas pela instituição. A adesão ao regime de recuperação fiscal, solicitada pelo governo do Rio, permitirá o reequilíbrio financeiro, possibilitando a regularização do pagamento dos salários dos servidores e do custeio das atividades fundamentais para prestação de serviços.

Estudantes não conseguem documentos

Aluno de graduação de Geografia, Hemerson Gomes, 28, enfrenta problemas para conseguir seus documentos que comprovam o fim do curso. “Toda essa crise atrapalha a nossa colação de grau. Fiz um curso de quatro anos em seis por conta das greves. Agora, preciso da colação, marcada para hoje (ontem) que foi mais uma vez adiada. Só posso pegar meu diploma, que é exigência do meu trabalho, após colar grau. Me entristece muito ver uma universidade de excelência nesse estado”, afirmou.

A mesma lamentação é feita pelo estudante de mestrado Felipe Almeida, 33, que fez graduação, pós e mestrado na Uerj. “Sou professor de Geografia da rede pública e o que vemos é um projeto do governo de desmonte da educação. Não é prioridade investir na educação. Como professor, sei das dificuldades enfrentadas por estes docentes da Uerj. Fico muito triste em ver o que está acontecendo”, ressaltou.

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