Casos de câncer de mama em São Gonçalo aumentam

Por Marcela Freitas

O número de casos de câncer de mama em São Gonçalo aumentou 298% no primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado. Foram diagnosticados 167 casos contra 42 de 2016. O crescimento colocou as autoridades de saúde em alerta. Além do Espaço Rosa, no Zé Garoto, que está ampliando o atendimento às mulheres e homens no município, o prefeito José Luiz Nanci estuda convênios com unidades particulares para que os tratamentos oncológicos sejam realizados no município. A expectativa é que, até o fim deste mês, os munícipes recebam o tratamento na cidade.

De acordo com a coordenadora do Espaço Rosa, Patrícia Silva, o aumento no número de diagnósticos se deve também a uma ampliação da rede. Se antes, eram realizados apenas cinco mamografias por dia, atualmente são 30 exames, 150 por semana. Ainda segundo Patrícia, o exame fica pronto, em média, em 45 dias. Mas em caso de suspeita de nódulos, as pacientes são colocadas em uma fila de prioridades recebendo o diagnóstico em até duas semanas. “Temos um serviço de ponta, com toda a infraestrutura necessária. Procuramos dar toda a atenção possível neste momento difícil. Nossa paciente mais nova tem 15 anos e a mais experiente, 85. A cada dia, aprendemos mais com as histórias dessas pacientes e usamos este conhecimento para lidar com as outras”, garantiu Patrícia.

O secretário de Saúde, Dimas Gadelha, disse que as mulheres com diagnóstico positivo são encaminhadas para as unidades de referência através da Central de Regulação do Estado. Mas o secretário informou que o prefeito determinou a criação de um espaço ou convênio com clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização do tratamento em São Gonçalo. “As mulheres contam com espaço com toda a infraestrutura para cuidar da saúde e prevenção ao câncer. Agora, temos que ampliar este serviço criando um local para o tratamento e evitar que estas mulheres se desloquem para outras cidades”, explicou o secretário.

No Espaço Rosa, além das consultas médicas, as mulheres têm acesso a densitometria óssea, biópsia, cinco tipos de ultrassonografia e quatro tipos de mamografia.

Atendimento especializado

Após exame no Espaço Rosa, a aposentada Maria de Souza, 68, soube que tinha um pequeno nódulo no seio. Ela se preparava, ontem, para a primeira consulta com o mastologista. “Estou nervosa, mas confiante. Fui muito bem atendida e isso nos deixa mais segura”, afirmou ela, que teve a companhia da filha Patrícia Souza durante a consulta.

Com recorrentes problemas nos seios desde os 18 anos, a dona de casa Lucimar Escobar disse que ficou surpresa em seu último exame não ter dado qualquer problema.

“Já tive cistos e nódulos benignos. Faço exames e acompanho com mastologista desde a juventude. No meu último exame, não deu nada. Sou atendida aqui há algum tempo e gosto muito. Tem ótimos médicos”, afirmou.

Humanização

Além do atendimento médico e dos exames, as pacientes diagnosticadas com câncer são encaminhadas para cursos como amarração de lenços e participam de diferentes atividades. O espaço mantém convênio com estúdios de tatuagens, onde as mulheres que perderam as aureolas dos seios com a retirada das mamas podem redesenhá-las gratuitamente. Aquelas que não colocam silicone de imediato, recebem uma prótese de alpiste, que é doada.

“Depois de 15 a 30 dias, a mulher pode usar a prótese com peso, encaixada no sutiã. É para ser utilizada todos os dias e não só por uma questão estética, mas para o equilíbrio do corpo. É muito importante que ela não tenha tantas dores na coluna, pescoço, ombro. Fica desequilibrada”, explicou Patrícia Silva, que também recebe doações de lenços e cabelos humanos, que são usados para confecção de perucas com uma empresa parceira.

Veja orientações de prevenção:

Médico dá orientações sobre prevenção ao câncer de mama